Pedro Ribeiro
Foto: DER PR

Mais uma vez a imprensa, em pleno exercício da sua atividade, é covardemente agredida por manifestantes bolsonaristas em frente ao Palácio do Alvorada, em Brasília, quando cobriam mais um dia na conturbada vida do presidente Jair Bolsonaro. Esta covardia acontece justamente no Dia Mundial da Liberdade de Imprensa.

As reações contra as agressões foram imediatas. Para o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luis Roberto Barroso, “mais que nunca precisamos de jornalismo profissional de qualidade, com informações devidamente checadas, em busca da verdade possível, ainda que plural. Assim se combate o ódio, a mentira e a intolerância”.

O ministro Gilmar Mendes, também do STF, afirmou que “a agressão a jornalistas é uma agressão à liberdade de expressão e uma agressão à própria democracia”. “Isso tem que ficar claro”, completou Mendes. “É de se lamentar esses episódios que acabaram de se noticiar. A agressão à liberdade de expressão, a agressão a cada jornalista, na verdade, é agressão à liberdade de expressão e a própria democracia e isso precisa ficar bem claro e precisa ser repudiado.

Também ministra do STF, Carmen Lucia, afirmou que “quem transgride e ofende a liberdade de imprensa, ofende a Constituição, a democracia e a cidadania brasileira”. Para ela, isso “significa atuar de maneira inconstitucional”.

A ministra lamentou a agressão aos jornalistas do Estado em um dia “tão significativo” como hoje, fazendo referência ao Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, celebrado hoje. “É inaceitável, é inexplicável que ainda tenhamos cidadãos que não entenderam que o papel de um profissional da imprensa é o papel que garante, a cada um de nós, poder ser livre.”

Alexandre de Moraes disse que “as agressões contra jornalistas devem ser repudiadas pela covardia do ato e pelo ferimento à Democracia e ao Estado de Direito, não podendo ser toleradas pelas Instituições e pela Sociedade”.

Já o Bolsonaro disse que as “Forças Armadas” estão ao lado do seu governo e que pede a Deus que “não tenhamos problemas nesta semana” porque ele “chegou no limite” e “daqui para frente não tem mais conversa” e a Constituição “será cumprida a qualquer preço”.

“Vocês sabem que o povo está conosco, as forças armadas ao lado da lei, da ordem, da democracia, liberdade também estão ao nosso lado. Vamos tocar o barco, peço a Deus que não tenhamos problema nessa semana, porque chegamos no limite, não tem mais conversa, daqui para frente, não só exigiremos, faremos cumprir a Constituição, ela será cumprida a qualquer preço. Amanhã nomeados novo diretor da PF, e o Brasil segue seu rumo”, afirmou em discurso publicado nas suas redes sociais.