Gripe Aviária: Brasil confirma mais dois casos e Conselho Estadual faz alerta

Na avaliação do grupo, é preciso manter a serenidade e reforçar as medidas de segurança sanitária de prevenção à gripe aviária (H5N1)

Após a confirmação dos três primeiros casos de gripe aviária do subtipo H5N1 no Espírito Santo, o Ministério da Agricultura e Pecuária confirmou mais dois casos confirmados ontem. 

Um deles é em Nova Venécia, no Espírito Santo, com uma ave da espécie Thalasseus Maximus, conhecida como trinta-réis-real. 

A outra confirmação é de São João da Barra, no Rio de Janeiro, e trata-se da espécie Thalasseus acuflavidus, ou Trinta-réis-de-bando.

Outros 33 casos que estavam sendo investigados em humanos foram descartados.

CONSELHO DO PARANÁ FAZ ALERTA, MAS PEDE SERENIDADE

O Conselho Estadual de Sanidade Agropecuária (Conesa) promoveu uma reunião extraordinária nesta semana e diz que é necessário reforçar as medidas de segurança sanitária em relação à gripe aviária (H5N1). 

No entanto, ao mesmo tempo, é preciso manter a serenidade. Na avaliação do conselho, o Brasil e o Paraná estão preparados para enfrentar eventuais casos que possam aparecer.

“Esses dois casos em aves silvestres não têm o poder de derrubar o nosso status sanitário e não representam nenhuma repercussão comercial”, afirmou Norberto Ortigara, presidente do Conesa e secretário da Agricultura e do Abastecimento do Paraná. As exportações somente podem ser afetadas se houver incidência em granjas comerciais.

“Precisamos que os produtores de frango de corte e de postura atualizem todas as ações que já fizeram e reforcem ainda mais a proteção de seus negócios”, salientou Ortigara. A Secretaria da Agricultura e Abastecimento e a Agência de Defesa Agropecuária (Adapar) continuarão promovendo reuniões em todas as regiões do Estado para orientar os produtores sobre as medidas a serem reforçadas.

Entre as principais ações estão cercar e se certificar de que não há falhas que permitam entrada de outras aves nos barracões comerciais, manter as portas permanentemente fechadas, não permitir visitas às instalações produtivas e assegurar a higienização correta das pessoas que precisam adentrar na granja.

“Não há nenhum motivo para alarde, mas apenas uma intensificação das medidas que já têm sido tomadas”, ponderou o gerente de Sanidade Animal da Adapar, Rafael Gonçalves Dias. Segundo ele, todos os fiscais da agência estão treinados para atender eventual emergência. O Estado realizou exames em 12 mil aves de 350 propriedades dentro de sua estratégia de vigilância ativa e não houve nenhuma positividade.

O gerente acentuou que a população tem colaborado notificando a Adapar assim que percebe comportamento diferente em alguma ave, como complicações respiratórias, falta de ar, tosse, espirros ou fraqueza. “Em todos os registros há atendimento imediato, mas não teve nenhum caso consistente”, disse Dias.

O presidente da Adapar, Otamir Cesar Martins, salientou que os consumidores não devem ficar preocupados em razão dessa doença, visto não haver nenhum registro de alguma complicação. “A preocupação é no nível da produção, adotando todos os cuidados para evitar contato com outras aves e não permitir a entrada de visitantes na granja”, reforçou.

Representante da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep) e do Fundo de Desenvolvimento da Agropecuária, Ronei Volpi assegurou que o Paraná está bem preparado no que se refere à biossegurança. “Sempre podemos fazer mais, mas estamos bem melhor que a média do Brasil”, salientou.

O diretor-executivo do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Paraná (Sindiavipar), Inácio Kroetz, destacou a importância da avicultura para o Estado, que é o principal produtor e exportador de aves do Brasil. No Paraná foram abatidos 2,1 bilhões de frangos em 2022. Há 37 frigoríficos com inspeção federal, que exportam cerca de 40% do frango vendido pelo País. “É uma grande responsabilidade cuidar disso”, alertou.

*Com informações da Adapar