ALERTA! Crescem os casos de hepatite A em Curitiba; saiba como prevenir
Cidade registrou 100 casos neste ano; em 2022 foram cinco diagnósticos
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) emitiu um alerta aos curitibanos em relação ao aumento exponencial de diagnósticos de hepatite A na capital. Só até a presente data (18), são 100 casos confirmados ou em investigação e três mortes pela doença, incluindo a de uma jovem de 29 anos.
Os números são alarmantes, uma vez, que, durante todo o ano de 2022, foram cinco diagnósticos. A SMS não divulgou a soma de 2023, mas reconheceu que, em 2018, foram 21 casos, mas sem mortes ou internações.
Outra preocupação dos agentes da saúde é a evolução dos casos em adultos. A médica hepatologista Cláudia Pontes Ivantes, do Centro de Cirurgia, Gastroenterologia e Hepatologia (Cighep), do Hospital Nossa Senhora das Graças, explica que em outras épocas, a hepatite A era manifestada em sua maioria em crianças. E sem gravidade, com 99,9% de cura.
“Estamos percebendo um grande aumento nos casos, mas o que preocupa mesmo é a gravidade deles”, reforça. A especialista explica que, agora, os casos de hepatite A são mais comuns em jovens adultos, de 20 a 39 anos. E, muitas vezes, o paciente passa a precisar de transplante de fígado. Ou, em situações mais avançadas, chega a óbito.
Sintomas de hepatite A
De acordo com Cláudia, os sintomas mais comuns de hepatite A são:
- Diarreia
- Mal-estar
- Náusea
- Vômito
- Febre
- Olhos amarelados
- Escurecimento da urina
Como a hepatite A é transmitida?
A médica alerta que a doença é transmitida por via fecal-oral — a falta da lavagem cuidadosa das mãos antes das refeições. Além disso, pode ser disseminada por água ou alimentos contaminados. E, até mesmo, na prática sexual sem o uso de preservativos.
Vale destacar que Curitiba é uma cidade considerada alto nível em saneamento básico, conforme Censo Demográfico 2022. 97,17% da cidade tem acesso à rede coletora de esgoto — sendo este, 95% tratado. Além disso, 100% da população é atendida pelo sistema de água tratada, segundo o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento Básico (SNIS).
Por isso, é tão difícil identificar qual a motivação para o crescimento dos casos na capital. Cláudia avalia que embora os casos estejam ocorrendo principalmente na região central e norte da cidade, os diagnosticados não têm relações nítidas entre si.
Como prevenir a doença?
Além de priorizar a higiene pessoal e a atenção à procedência dos alimentos consumidos ao longo do dia, a forma mais eficaz para combater a hepatite A é a vacina.
“A vacinação é bastante efetiva. Fica o alerta às pessoas que nunca tiveram hepatite, ou que não saibam e já tiveram ou não (alguns ficam assintomáticos), que busquem a vacina”, pede a hepatologista.
No SUS, a vacina só está disponível para crianças até quatro anos e para pacientes em casos específicos, clique para consultar. Mas é possível agendar a vacinação na rede privada de saúde.