Animação mostra benefícios dos produtos com Selo Brasil Certificado

A Produção Integrada Agropecuária (PI) garante a produção de alimentos saudáveis e de alta qualidade à população

Os consumidores brasileiros já conhecem e pagam mais pelos produtos orgânicos, produzidos em sistemas sustentáveis de agricultura, que não permitem o uso de produtos químicos sintéticos e nem de organismos geneticamente modificados. O que poucos consumidores sabem é que existe outro tipo de sistema de produção sustentável, regulamentado pelo Inmetro e pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

É a Produção Integrada Agropecuária, sistema de certificação brasileira, constituído de normas técnicas publicadas em Diário Oficial da União, que garante a produção de alimentos saudáveis e de alta qualidade à população. Os produtos da PI Brasil podem ser identificados nas prateleiras pelo selo Brasil Certificado.

Pensando em divulgar mais essa opção de consumo consciente e saudável, a Embrapa, com apoio financeiro do Mapa, acaba de lançar uma animação que explica como ocorre todo o processo. A animação, que pode agradar inclusive o público infantil, está disponível aqui e mostra a conexão entre o consumidor, o produtor e a natureza

“Queremos tornar essa opção conhecida pelo consumidor final. A maioria das pessoas só sabe da existência da produção orgânica, mas a produção integrada também oferece alimentos seguros e de alta qualidade”, enfatiza a coordenadora do Programa da PI Morango Fagoni Calegario, pesquisadora da Embrapa Meio Ambiente.

Para Paula Packer, chefe Adjunta de Transferência de Tecnologia da Embrapa Meio Ambiente – unidade que pesquisa sistemas produtivos sustentáveis há décadas– a produção integrada é uma das tecnologias de maior impacto positivo para a sociedade. É um sistema que foca na produção de alimentos de alta qualidade, com a premissa de diminuir o uso de insumos e contaminantes, e com uma certificação por trás que assegura isso.

“Quando falamos em bioeconomia ou em economia circular, nos referimos a nada mais do que um modelo de produção integrada e sistêmica, onde a natureza e o meio ambiente conversam com uma agricultura que prioriza alta produtividade, menor impacto, produzindo de forma segura e inteligente”, explica Packer.

Com todas as regras já bem definidas e seguindo as tendências mais modernas de sustentabilidade, hoje a PI precisa dar um passo adiante, buscando conectar bioeconomia com inovação digital. “A PI-Brasil em dois anos dará um salto, no qual chegará a mais produtores, trabalhando de forma mais tecnificada, com um olhar para a inovação e a agricultura digital, seja disponibilizando aplicativos que possam ajudar o agricultor ou por meio de cursos a distância, que já estão sendo fomentados”, diz Packer.

Os agricultores que aderem à PI-Brasil passam a seguir um rigoroso protocolo de boas práticas agrícolas, priorizando o manejo integrado de pragas (MIP), respeitando as legislações vigentes, inclusive ambiental e trabalhista, observando atentamente as condições higiênico-sanitárias da lavoura, dos equipamentos, das instalações e dos trabalhadores, e mantendo a rastreabilidade de todo o processo.

De acordo com Rosilene Ferreira Souto, coordenadora da Produção Integrada do Mapa, intensificar ações de fomento e divulgação deste importante sistema de produção, muito utilizado e conhecido mundialmente, é uma prioridade.

“Vários materiais técnicos e audiovisuais, como este que está sendo lançado, também estão sendo elaborados, com o objetivo de melhorar a comunicação direta com importantes agentes da cadeia agrícola, como profissionais da assistência técnica, auditores do processo de certificação, mercado, indústria, pesquisadores e produtores. A divulgação desse sistema de produção tem como principal objetivo aumentar a oferta dos produtos com o selo Brasil Certificado, disponibilizados aos consumidores”, destaca a coordenadora.