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Jorge de Sousa
04 de janeiro de 2022, 20:45
Pesquisadores da UEPB (Universidade Estadual da Paraíba), em parceria com as equipes da UFPE (Universidade Federal de Pe..
Redação - 05 de janeiro de 2022, 07:41
Pesquisadores da UEPB (Universidade Estadual da Paraíba), em parceria com as equipes da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco), da Universidade de Malta e da Embrapa Algodão, desenvolveram novos métodos para diferenciar sementes de algodão convencional das de algodão transgênico.
Os métodos, que utilizam técnicas baseadas nas espectroscopias no infravermelho próximo e Raman, além da análise de imagens hiperespectrais, permitem diagnósticos de forma rápida, precisa e com baixo custo, sem destruir as amostras.
Aliam, ainda, princípios da Química Verde, sem o uso de reagentes químicos e, consequentemente, resíduos químicos, o que resulta em baixo impacto ambiental e baixo carbono, menor uso de água e energia.
Everaldo Medeiros, pesquisador da Embrapa Algodão que integra a equipe responsável pelos novos métodos, explica que são usados marcadores moleculares para realizar a rastreabilidade da origem genética e a proteção de cultivares em algodão e em outras culturas.
“Os métodos hoje utilizados para essas finalidades são laboriosos, caros, demorados e não preservam as amostras. Além disso, no Brasil há poucos laboratórios especializados para tais serviços. Já os que desenvolvemos são mais práticos e rápidos para a fenotipagem e poderão vir a ser uma inovação capaz de diferenciar produtos geneticamente modificados daqueles que não o são, por exemplo, em cultivos orgânicos e agroecológicos”, conta.
Os métodos desenvolvidos poderão avançar em estratégias de pesquisa para fenotipagem rápida e não destrutiva, e como marcadores digitais. Inicialmente, os principais beneficiados com a utilização das abordagens são equipes de pesquisa, mas, com o aprofundamento e consolidação das aplicações, o setor produtivo e a sociedade deverão ser beneficiados com inovações de maior acesso e facilidade de uso.
Os pesquisadores utilizaram um instrumento Raman portátil e um espectrômetro de infravermelho próximo de bancada, além de recursos de imagens hiperespectrais NIR, combinando novas metodologias analíticas.
A espectroscopia Raman é baseada no espalhamento da luz pelos objetos, enquanto a espectroscopia de infravermelho baseia-se nos efeitos da absorção da radiação. Já a análise de imagens hiperespectrais é uma técnica que ilustra a composição química dos objetos por meio de imagens e diferentes estratégias digitais e espectrais.
“Futuramente os métodos desenvolvidos poderão ser combinados aos marcadores moleculares para analisar sementes individuais de alto valor genético com o objetivo de verificar características superiores com maior precisão, além de realizar a fenotipagem, a rastreabilidade e a classificação de diferentes genótipos”, vislumbra Medeiros.
Os estudos, publicados em setembro de 2021 nos periódicos especializados Analytical Methods e Spectrochimica Acta Part A: Molecular and Biomolecular Spectroscopy, tiveram destaque em eventos científicos – foram premiados no Encontro de Iniciação Científica da UEPB e geraram duas dissertações de mestrado e trabalhos em congressos nacionais e internacionais.
De acordo com um dos estudos, a identificação de sementes geneticamente modificadas geralmente requer uma abordagem individual das sementes. “Isso se deve ao fato de que a mistura de cultivares transgênicas e convencionais pode levar à contaminação ou extinção das espécies convencionais”, diz o artigo científico.
Os métodos foram aplicados para classificação de sementes das cultivares convencional BRS Aroeira e transgênica BRS 368 RF, ambas desenvolvidas pela Embrapa. A análise por meio de infravermelho próximo teve percentual de erro de classificação de apenas 2,3%. Por meio da espectroscopia Raman, não houve erros de predição. Além de não destrutiva, a metodologia possibilita a análise de várias amostras de sementes de uma vez.
*Paraná Portal com informações da Embrapa.