Agronegócio
Pesquisa desenvolve embalagem biodegradável para exportação de manga

Pesquisa desenvolve embalagem biodegradável para exportação de manga

Uma embalagem biodegradável para exportação de manga está entre as soluções tecnológicas geradas pelo projeto GestFrut, ..

Redação - quinta-feira, 5 de novembro de 2020 - 11:41

Uma embalagem biodegradável para exportação de manga está entre as soluções tecnológicas geradas pelo projeto GestFrut, coordenado pela Embrapa Mandioca e Fruticultura (BA). Projetada para a manga fresh-cut, a nova embalagem é mais sustentável e agrega valor ao utilizar matérias-primas nacionais.

O produto é composto por nanocristais de celulose que dão maior resistência à embalagem. Os pesquisadores usaram a mistura de dois polímeros, chamada de blenda polímera. A substância é totalmente biodegradável e emprega na formulação o amido de mandioca e a fibra de coco, produtos tipicamente brasileiros.

Segundo a pesquisadora do Senai Bruna Machado, líder do projeto, o diferencial da embalagem é justamente a sua composição. “Usamos os nanocristais da celulose oriunda de uma fonte que chamamos de resíduo, a fibra de coco, que tem aproveitamento muito menor que a sua real capacidade. Além disso, é uma matéria-prima abundante e de baixo custo, encontrada no Nordeste. E também usamos como fonte a mandioca, igualmente de fácil acesso e barata, o que dá uma valorização regional ao produto”, salienta.

A pesquisadora conta que o processo de desenvolvimento da embalagem levou ainda em consideração outras questões que pautam o mercado atual, como a demanda do consumidor por uma alimentação prática e saudável e a otimização do produto para a exportação. “A Bahia é um grande produtor de manga, em especial o Vale do São Francisco e o sudoeste do estado, nos municípios de Dom Basílio e Livramento de Nossa Senhora. As frutas minimamente processadas têm um apelo muito grande para a exportação,” relata a cientista.

Ela conta que os contêineres vão cheios de mangas para o exterior e, chegando lá, casca e o caroço são retirados e a fruta é cortada para consumo imediato. “Então por que não fazer isso no Brasil e exportar já preparado? E por que não utilizar também uma embalagem biodegradável? Foram vários problemas que nós quisemos solucionar”, recorda Machado.

Além disso, ela destaca que a tecnologia cumpriu as determinações da Associação Brasileira de Normas Técnicas para produtos biodegradáveis, que pressupõe a decomposição no lixo orgânico em até seis meses.

Hoje a equipe chegou a um protótipo funcional e em escala industrial, mas é necessário ampliar a escalabilidade e fazer melhorias nas formulações para que alcance o mercado.

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