
Professor paranaense é premiado por criar inseticida para soja
Mariana Ohde
12 de maio de 2017, 08:22
O Programa 100% Qualidade, do Sebrae no Paraná, em parceria com a Associação de Cafés Especiais do Norte Pioneiro do Par..
Mariana Ohde - 12 de maio de 2017, 08:05
O Programa 100% Qualidade, do Sebrae no Paraná, em parceria com a Associação de Cafés Especiais do Norte Pioneiro do Paraná (ACENPP) e Cooperativa de Cafés Especiais do Norte Pioneiro do Paraná (COCENPP), contribui para a melhora da produtividade das lavouras. O programa é voltado para a qualidade e para as certificações de cafés especiais.
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“Para melhorar a qualidade é preciso investir na capacitação dos agricultores, em novas técnicas de manejo, em consultorias especializadas e em boas práticas nas lavouras”, destaca Odemir Capello, consultor do Sebrae/PR.
Segundo ele, cerca de 100 produtores do Norte Pioneiro, associados à ACENPP e à COCENPP, fazem parte da iniciativa, que promove a agregação de valor ao produto. O Programa contribui com a geração de renda - agricultores que participam do grupo obtiveram cerca de 30% de aumento da produtividade nas lavouras, devendo chegar a 35 sacas por hectare, em média.
“Nossa intenção é aumentar cada vez mais o padrão de qualidade dos cafés, além de fortalecer e melhorar a renda do homem do campo”, conta Odemir Capello.
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O produtor rural de Ibaiti, Eneovaldo Abucarub, está produzindo 60 sacas por hectare e está muito contente com o Programa 100% Qualidade. Além do reflexo na produtividade, o lucrou também aumentou, graças à redução de custos. “Os consultores credenciados ao Sebrae/PR, que são engenheiros agrônomos, são muito bons. Hoje trabalhamos com técnicas de combate á doenças, análise do solo e adubação e economizamos muito. Os funcionários da propriedade também passaram por capacitações e a nossa organização melhorou muito”, afirma.
O segmento de cafés especiais representa, atualmente, cerca de 12% do mercado internacional. Os atributos de qualidade incluem características físicas, como origem, variedade, cor e tamanho, além de fatores como, por exemplo, as condições da mão de obra de quem produz o café.
Nos cafés certificados como fair trade - que além de atributos físicos, como aroma e sabor, também incorporam preocupações de ordem ambiental e social - o problema de mensuração das informações pelo consumidor é mais complexo.
Também conhecidos como “café consciente”, esse segmento está ampliando sua parcela no mercado de cafés especiais, devido ao aumento da preocupação com os padrões de consumo, o que tem estimulado as preferências por bens produzidos de forma sustentável.
Odemir Capello ressalta que as certificações do café elevam o valor do produto e abrem novos mercados. “Para que uma propriedade obtenha a certificação precisa atender a exigências, como boas práticas agrícolas, padrões para manutenção de registros da produção, uso minimizado e documentado de defensivos agrícolas, proteção aos direitos trabalhistas, às questões ambientais e sociais. Outro aspecto é o controle da rastreabilidade dos grãos por meio de um sistema próprio, o que motiva o produtor a melhorar o gerenciamento da produção”, avalia Capello.
Eneovaldo Abucarub está animado com a certificação fair trade e até planeja aumentar a produção. “Quero plantar mais dez mil pés de cafés. Que bom seria se todos os cafeicultores pudessem participar da fair trade”, avalia.
A cultura de cafés especiais foi introduzida na região do Norte Pioneiro do Paraná por cafeicultores e entidades que fazem parte do Projeto de Cafés Especiais, lançado pelo Sebrae/PR e parceiros como a Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-PR), Secretaria de Agricultura e Abastecimento (Seab), Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), Instituto Federal do Paraná, campus Jacarezinho (IFPR), Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura do Paraná (CREA-PR), Prefeitura de Jacarezinho, Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP) e Yara, em 2006, com apoio de produtores locais, interessados em mudar o conceito da produção.
O objetivo da inciativa é investir na cultura de cafés de qualidade e certificados para melhorar a lucratividade nas lavouras e, consequentemente, a qualidade de vida das famílias que se dedicam à cafeicultura.