8,2 milhões consumidores recebem nesta quinta (10) créditos do Nota Paraná

O Programa Nota Paraná, vinculado à Secretaria Estadual da Fazenda (Sefa), libera nesta quinta-feira (10) R$ 23,5 milhões de créditos do ICMS para consumidores que solicitaram CPF durante as compras referente ao mês de agosto de 2022. Deste valor, serão repassados R$ 2,8 milhões para instituições sociais e R$ 20,7 milhões para mais de 8,2 milhões pessoas que incluíram o CPF na nota.

O cálculo do crédito de cada nota fiscal é feito sempre no terceiro mês após a compra. Esse é o prazo de chegada das informações à Secretaria da Fazenda para o cálculo dos percentuais, tais como o recolhimento do imposto pelo estabelecimento comercial, as notas fiscais com o CPF ou as doadas para as instituições sociais. Ao todo, foram emitidas aproximadamente 84 milhões de notas fiscais em agosto de 2022.

Para acumular créditos basta o consumidor exigir nos estabelecimentos comerciais o documento fiscal no ato da compra, informando seu CPF ou CNPJ. O crédito é devolvido de acordo com o faturamento das empresas, sendo 15% para pequenas e 5% para grandes, com a nova regulamentação do programa, implementada neste ano. Ou seja, não há um valor específico, e ele aumenta conforme o consumo.

Leia também: 

De acordo com a coordenadora do Programa Nota Paraná, Marta Gambini, além do retorno em créditos, muitos participantes têm sido contemplados com prêmios do programa Nota Paraná. “É muito importante incentivar a população a pedir o CPF na nota e esse prêmio de R$ 1 milhão é um grande incentivo para esse retorno, já que são contempladas todas as regiões do Estado do Paraná”, disse.

Após o cálculo e liberação dos créditos, o consumidor poderá selecionar uma das opções de utilização dos créditos disponíveis no sistema: abatimento no IPVA ou transferência para a conta corrente. Para o resgate é necessário ter o cadastro no portal do Programa Nota Paraná.

Para se cadastrar no Nota Paraná é só acessar o site www.notaparana.pr.gov.br, clicar na opção “cadastre-se” e preencher os dados pessoais, como CPF, data de nascimento, nome completo, CEP e endereço para criação da senha pessoal. 

Soja no Paraná: Plantio avança e chega a 15% da área esperada, aponta Deral

O plantio da soja, principal cultura do período primavera/verão na safra 2022/23, atingiu nesta semana aproximadamente 15% dos 5,7 milhões de hectares esperados. A semeadura foi liberada no Paraná desde o dia 10 de setembro. 

Este é um dos assuntos tratados no Boletim Semanal de Conjuntura Agropecuária, referente ao período de 30 de setembro a 6 de outubro, elaborado pelo Deral (Departamento de Economia Rural), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento.

O plantio estava proibido em razão do vazio sanitário, quando o solo precisa estar totalmente livre de vestígios de soja, com o objetivo de evitar que doenças e pragas fiquem incubadas para a safra seguinte. Depois da liberação, houve um período de chuvas, o que dificultou a entrada de máquinas na lavoura. Com a pausa nas precipitações pluviais, o trabalho acelerou.

O Oeste, onde estão os núcleos de Toledo e Cascavel, já plantou 55% da área prevista. Outra região com volume um pouco acima da média estadual é a de Campo Mourão, onde a semeadura atingiu 22%. A última estimativa de produção, divulgada em 29 de outubro, é de 21,4 milhões de toneladas. No campo, as lavouras apresentam desenvolvimento considerado bom em 99% da área. Apenas 1% está em situação mediana.

TRIGO 

O documento também traz análise sobre o preço médio do pão francês, que teve uma série de oito meses de aumento interrompida em setembro. 

De acordo com o Deral, o recuo foi de 2,6%, com o quilo custando, em média, R$ 11,33, ante R$ 11,63 no mês anterior. No entanto, situou-se 16% acima do que era praticado em setembro do ano passado, quando o quilo valia R$ 9,76.

Morango do Norte Pioneiro conquista Indicação Geográfica de Procedência
O recuo pode ser atribuído, basicamente, à diminuição da despesa com energia, em razão das novas regras do ICMS paranaense. Mesmo porque o preço das farinhas não recuou. Ao contrário, a farinha especial ficou 1% mais cara em relação a agosto. Esse aumento é resultado, principalmente, do alto valor que os moinhos desembolsaram para adquirir o trigo importado entre março e agosto, ainda influenciado pelo conflito no Leste Europeu. Com a entrada no mercado atacadista da safra nacional, os preços já começam a recuar.

MILHO E FEIJÃO 

A safra de milho 2022/23 está com 67% da área estimada de 402 mil hectares plantada, o que representa 268 mil hectares. As condições são boas para 93% da área já semeada, enquanto 7% têm situação mediana.

O excesso de chuvas e as baixas temperaturas retardaram o plantio do feijão e prejudicam o desenvolvimento das lavouras implantadas. Mas a expectativa dos produtores é que as condições climáticas melhorem e se confirme a previsão de 243 mil toneladas nos 122 mil hectares a serem plantados. Assim, mesmo com área 12% menor, a produção crescerá 24%.

PECUÁRIA E FRUTAS 

O boletim traz, ainda, informações sobre queda de 2,98% na cotação da arroba bovina. Os frigoríficos trabalham com escalas confortáveis, sem dificuldades em obter animais prontos para o abate, e devem começar a preparar estoques para o fim de ano.

Sobre a fruticultura, o documento apresenta análise do comportamento de algumas variedades em cinco dos principais Núcleos Regionais produtores. O de Curitiba, por exemplo, foi o principal produtor de frutas no Estado quando se leva em conta o Valor Bruto da Produção (VBP) 2021, com R$ 364,3 milhões. Quando o foco é a área cultivada e os volumes colhidos, a regional de Paranavaí se destaca, principalmente em função da laranja.

Indústria paranaense cresce 1,3% em fevereiro, segundo IBGE

A indústria paranaense cresceu 1,3% em fevereiro deste ano em comparação ao mês anterior. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados nesta sexta-feira (8). 

Com esse índice, o Paraná alcançou crescimento acumulado de 7,5% nos últimos doze meses, num comparativo de março de 2021 a fevereiro de 2022 em relação a março de 2020 e fevereiro de 2021, intervalo entre a chegada e os primeiros picos da pandemia.

Esse é o terceiro maior aumento do país, atrás apenas de Amazonas (8,9%) e Minas Gerais (8%). A média nacional nesse recorte é de 2,8%.

Os principais impactos positivos meses foram produtos de madeira (20,5%), máquinas e equipamentos (44,8%), automóveis, reboques e carrocerias (28,6%) e produtos de minerais não-metálicos (8,9%). No mês, os principais motores foram fabricação de bebidas, veículos automotores e máquinas e equipamentos.

Na comparação com fevereiro de 2021, a indústria paranaense apresentou recuo de 0,9%, dentro da tendência nacional, que registrou redução de 4,3%. Oito dos 15 locais pesquisados tiveram taxas negativas. No acumulado do ano, o resultado estadual aponta recuo de 2,7%, ante queda de 5,8% na junção de todas as unidades federativas.

PIB do Paraná tem crescimento de 3,3%, o maior desde 2014

O Produto Interno Bruto (PIB) do Paraná cresceu 3,3% no ano passado, o maior percentual desde 2014. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (31) pelo Ipardes (Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social).

O PIB paranaense é de R$ 579,3 bilhões e equivale a 6,67% do PIB brasileiro no período.

A ampliação de 8,52% no valor da indústria e de 2,28% no de serviços foram determinantes para o resultado no ano. Já a estiagem prolongada, que provocou quebras nas safras de soja, milho e cana-de-açúcar, combinadas à diminuição no processamento de carne bovina, provocaram retração de -9,53% na agropecuária. A arrecadação de impostos apresentou variação de 8,16%.

O diretor-presidente do Ipardes, Daniel Nojima, explica que a recuperação do Estado iniciou no último trimestre de 2020 e foi constante ao longo do primeiro semestre do ano passado. No ano anterior, o PIB paranaense fechou em queda de -1,84%, com o impacto da pandemia em todos os setores, além das consequências da estiagem já naquele período.

Ao longo de 2021, os diferentes ramos que compõem a indústria da transformação se expandiram, com destaque para a indústria automotiva e fabricação de máquinas e equipamentos. Também contribuiu para o resultado do setor industrial o bom desempenho da construção civil.

“O PIB paranaense avançou no ano passado mesmo com as adversidades. Além da Covid-19, inflação e alta de juros, o clima afetou muito a produção de energia e da agricultura, que tem um peso grande na economia do Estado”, explica Nojima. “Houve aumento também no número de empregos, ajudando na recuperação de parte do setor de serviços”.

No primeiro trimestre de 2021, o PIB paranaense caiu -0,42% com relação aos primeiros três meses do ano anterior – o único trimestre de 2020 que fechou em alta. O desempenho foi revertido já no trimestre seguinte, com crescimento de 4,56% entre janeiro e junho. No resultado acumulado até setembro, o PIB do Paraná foi a 4,45%.

No último trimestre do ano, o PIB apresentou estabilidade em relação ao período correspondente do ano anterior, com variação de 0,01% e valor acumulado de 3,3%. Dentre as atividades que compõem o valor adicionado (que corresponde ao PIB subtraído de impostos), houve expansão de 0,98% na indústria e retrações de -8,05% na agropecuária e de -0,57% no setor de serviços.

Na comparação com o trimestre anterior, o PIB registrou contração de -0,41%, influenciado por contrações de serviços (-1,15%) indústria (-0,72%). Segundo a análise do Ipardes, o crescimento da indústria dependeu da expansão da construção civil, que mais que compensou as variações negativas na indústria de transformação e nos serviços industriais de utilidade pública, como a geração de eletricidade.

O declínio da agropecuária foi resultado de reduções nos volumes produzidos de cana-de-açúcar e de carne bovina. No setor de serviços, foi observada queda acentuada no varejo, o que provocou a retração do comércio no quarto trimestre.

No quarto trimestre de 2021, o Produto Interno Bruto do Paraná totalizou R$ 132,84 bilhões, sendo R$ 113,53 bilhões referentes ao valor adicionado a preços básicos e R$ 19,3 bilhões aos impostos.

Preço das hortaliças aumenta devido a condições climáticas

 Nos últimos meses, algumas hortaliças tiveram aumento de até 100% nos preços para os consumidores. A variação tem como causa fatores climáticos descritos no Boletim Semanal de Conjuntura Agropecuária referente à semana de 18 a 24 de março. O documento é preparado pelos técnicos do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento.

 Entre as hortaliças que sofreram maior alta no Paraná estão cenoura, chuchu e repolho. Esses itens dobraram de preço entre janeiro e fevereiro. Nesses meses, a Região Sul do País sofreu com a falta de chuva, o que prejudicou o desenvolvimento das plantas. Já em março, foi o excesso de precipitações que fez com que as perdas no campo se avolumassem.

 No Paraná, algumas regiões produtoras de couve-flor e repolho ainda foram atingidas por queda de granizo. A menor oferta dos produtos provocou aumento dos preços nas prateleiras. No caso da cenoura, os principais estados produtores são Minas Gerais e Bahia. Todos tiveram excesso de chuva no início do ano, provocando redução na produção, que se refletiu nos valores de mercado.

Feijão e Mandioca

 O plantio dos 272 mil hectares da segunda safra de feijão já está encerrado e a cultura se desenvolve de forma satisfatória em campo, o que leva à expectativa de colheita de 537 mil toneladas. No entanto, março é entressafra, por isso o preço teve elevação nos últimos dias.

 As chuvas mais frequentes na última semana provocaram diminuição no ritmo de colheita da mandioca. Ela já vinha um pouco lenta pelo baixo teor de amido, resultado do período de estiagem no verão. Diante deste cenário, a disputa por matéria-prima entre as fecularias e farinheiras está acirrada e algumas precisam buscar o produto em regiões mais distantes.

Soja e Milho

 O boletim registra que a colheita da soja já se encaminha para o final no Paraná. Até o momento, aproximadamente 4,24 milhões de hectares foram colhidos, o que representa 75% do total semeado. É o mesmo percentual que tinha sido registrado no mesmo período do ano passado.

 Já o plantio do milho de segunda safra deve se encerrar nos próximos dias no Estado. As últimas atualizações apontam 94% (2,48 milhões de hectares) da área estimada para a safra já semeada. No mesmo período do ano passado, quando o plantio foi prejudicado pelo atraso na colheita do milho, o percentual estava em 89%.

Aveia e Leite

 A área de aveia no Paraná é limitada pelas alternativas de inverno, especialmente trigo e a segunda safra de milho. Atualmente, colhe-se uma área de 4,2 milhões de hectares de grãos no outono/inverno e 6,2 milhões de hectares no verão. Os 2 milhões de diferença são majoritariamente ocupados por aveia, destinada principalmente para alimentação animal e adubação verde.

 O documento preparado pelos técnicos do Deral trata também dos lácteos paranaenses. Os dados apontam para uma exportação, nos dois primeiros meses deste ano, de 68% a mais que o volume entregue em igual período do ano passado, subindo de 4.721 toneladas para 7.933 toneladas. A expansão se deve, principalmente, ao maior volume de leite em pó.

Ovos e Avicultura

 O boletim analisa, ainda, os dados divulgados pelo IBGE sobre a produção de ovos em 2021. O Paraná ficou na segunda colocação total, com 358,279 milhões de dúzias e participação de 9% na produção nacional. Se considerar apenas os ovos para consumo humano e indústria, o Estado é o oitavo produtor, com 165,891 milhões de dúzias.

 Em fevereiro deste ano, o custo de produção do frango, no Paraná, subiu 3,1% sobre o mês anterior, o que representa R$ 5,68 contra R$ 5,51 para produzir um quilo do produto em aviário tipo climatizado em pressão positiva. A alimentação é o principal item de elevação, com peso de 76,69% no custo.

 

Museu Paranaense surpreende com eventos de artista indígena

 Mais de 200 pessoas acompanharam os eventos promovidos neste sábado e domingo (19 e 20) pelo Museu Paranaense (Mupa), em Curitiba. Entre eles, a fala da mestre em biologia e artista indígena contemporânea Uýra, vinda diretamente da Amazônia.

  Uýra foi um dos destaques da última edição da Bienal de São Paulo e vem promovendo, através de suas pesquisas e arte, reflexões instigantes sobre ecologia, identidades, futuro, história e apagamentos.

 Ela descreve a si mesma como uma manifestação em carne de bicho e planta que se move para exposição e cura de doenças sistêmicas coloniais.

Uýra no Museu Paranaense

 No sábado, cerca de 60 pessoas acompanharam sua apresentação no Mupa, acompanhada da artista visual e cineasta manauara Keila Sankofa.

Parte da plateia durante a fala de sábado, no Mupa (Foto:Kraw Penas/SECC)

 Uýra contou sua vivência como indígena, artista e pesquisadora em Manaus, seus interesses pelos sistemas vivos e suas violações, decolonialidades, memórias e diásporas indígenas.

 Já Keila Sankofa apresentou sua atuação no assunto como artista visual e cineasta. Suas produções utilizam a fotografia e o audiovisual como ferramentas para propor autoestima e questionar apagamentos de pessoas negras.

 No dia seguinte, domingo, a envolvente performance “Ponto Seguido, Ponto Final”, de Uýra, extrapolou o espaço físico do Mupa e tomou a Praça João Cândido, no Centro Histórico de Curitiba, onde chamou a atenção pela criatividade e contato com a natureza.

 Depois de passar pelo Kunnstraum Museum, nas ruas de Viena (Áustria), e pelo Castelo Di Rivolli, na Itália, essa foi a primeira vez que a proposta foi apresentada no Brasil, com público atento e participativo.

 Por meio dela, a artista é busca ativar ressurgimentos de vida coberta pelas materialidades e imaginários coloniais — as terras, memórias, águas e florestas que dormem debaixo dos asfaltos.

(Foto:Kraw Penas/SECC) 

Programa Público no Museu Paranaense 

 Os eventos do final de semana integram a programação do Programa Público “Se enfiasse os pés na terra: relações entre humanos e plantas”, que segue ativo até o mês de maio no Museu Paranaense.

 Seu cronograma é formado por uma série de ações artísticas, educativas e culturais, em que o público é convidado a aproximar-se das múltiplas formas de vínculos entre seres humanos e a natureza.

 

Exportações: com alta de 35%, terminais de Paranaguá fazem projeção

Os terminais que operam no Porto de Paranaguá esperam carregar 6.762.816 toneladas de granéis sólidos de exportação nos primeiros três meses do ano. Em média, por mês, a previsão é embarcar 2.254.272 toneladas de soja (em grão e farelo), açúcar, milho e trigo, de janeiro a março.

O volume projetado é cerca de 35% maior que as 4.991.434 toneladas movimentadas dos produtos em relação ao primeiro trimestre do ano passado. A alta esperada deve ser puxada, principalmente, pelo volume de soja esperado para este primeiro trimestre do ano.

“Se as condições climáticas permitirem e os contratos forem fechados, temos tudo para que os operadores atinjam a meta esperada”, disse o diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia. “A estrutura, a equipe e a expertise estão prontas para receber a nova safra, tanto no porto quanto nos terminais”. 

De soja, em grão, as empresas pretendem embarcar 4.560.915 toneladas pelo Porto de Paranaguá no primeiro trimestre. De farelo de soja, são esperadas 1.404.901 toneladas.

“Especificamente em relação à soja, o que observamos é que o movimento não parou. Em dezembro, por aqui, foi exportada muita soja. E nesses primeiros 15 dias de janeiro, segue o mesmo ritmo”, afirma Garcia.

Enquanto em dezembro de 2020 o volume de soja exportado foi de 30.428 toneladas, no último mês de dezembro (2021) chegou a 650.238 toneladas. Em janeiro de 2021, foram 30 mil toneladas do produto. Neste mês, até o último dia 18, já haviam sido carregadas 381.211 toneladas.

MERCADO – Segundo os especialistas, a soja que está sendo embarcada agora ainda é da safra passada, que os produtores estavam segurando à espera do melhor momento (e preço) para a venda.

“Para dar uma regulada no preço, esperando melhorar, o produtor acaba sendo segurado. Porém, nesse momento, em que ele precisa abrir espaço para receber a nova safra, ele precisa vender”, explica o diretor da Associação dos Exportadores do Corredor de Exportação do Porto de Paranaguá (Atexp), André Maragliano.

Com contrato fechado, e preços bons no mercado, os volumes de soja que chegam ao porto são maiores. “De outubro a novembro começou o aumento desse volume não esperado. Não tivemos a ‘entressafra’”, afirma.

Apesar da quebra prevista para a nova safra de soja, devido à seca enfrentada pelos agricultores, na lavoura há previsão de aumento nos volumes esperados – principalmente a partir de fevereiro.

“O início da safra é sempre muito movimentado. Todo mundo posiciona navio (nos portos), todos têm contrato para cumprir e todo mundo já comprou soja, aumentando o fluxo dos caminhões”, afirma o diretor da Atexp.

DEMAIS PRODUTOS – Ainda para este primeiro trimestre, as exportações de açúcar a granel devem chegar a um volume de 405 mil toneladas. De milho devem ser exportadas 395 mil toneladas pelos operadores portuários paranaenses. De trigo, 33 mil.

Para a previsão, os operadores do Corredor Leste de Exportação e dos berços à oeste do cais consideram os contratos já fechados e as metas que pretendem atingir no período.

Portos paranaenses já movimentaram 44,4 milhões de toneladas de cargas em 2021

Os portos do Paraná já movimentaram 44,4 milhões de toneladas em 2021. O volume foi puxado principalmente pelas altas registradas entre os produtos de carga geral, em especial sentido importação, sendo 1% maior que as quase 44 milhões de toneladas contabilizadas no ano passado, também de janeiro a setembro.

Nos últimos nove meses, de carga geral foram 10,27 milhões de toneladas embarcadas e desembarcadas pelos portos de Paranaguá e Antonina. Neste ano, o volume foi 11% maior que as cerca de 9,2 milhões de toneladas movimentadas no mesmo período, em 2020.

No segmento estão produtos embarcados em saca (como açúcar e outros gêneros alimentícios), veículos (carros, ônibus, maquinários e peças, contabilizados em unidades), cargas em contêineres (em TEUs) e celulose.

Sentido exportação, entre os produtos de carga geral que mais cresceram na movimentação dos portos do Paraná foram o açúcar e outros gêneros ensacados (ou em big bags) – em especial no Porto de Antonina.

De açúcar, entre janeiro e setembro deste ano, foram 211.655 toneladas embarcadas – 189% a mais que as 73.196 toneladas registradas no período de 2020. De outros produtos, foram quase 78 mil toneladas exportadas por Antonina, neste ano – o que não foi registrado em 2020.

Pelo Porto de Paranaguá, ainda no segmento de carga geral, as exportações de celulose registraram aumento de 2%. Nos noves meses deste ano foram 545.400 toneladas embarcadas; em 2020, 534.794 toneladas.

Na importação houve quase 4,2 milhões de toneladas de produtos de carga geral desembarcados pelos portos de Paranaguá e Antonina. A alta registrada na comparação com o mesmo período de 2020 foi de 33%. De janeiro a setembro do ano passado, foram importadas 3,14 milhões de toneladas no segmento.

De janeiro a setembro, neste ano, 67.101 veículos foram embarcados e desembarcados pelo Porto de Paranaguá. A quantidade é 16% maior que as 57.630 unidades registradas em 2020. Na movimentação dos contêineres, nos dois sentidos, a alta registrada foi de 4%.

Neste ano, nos nove meses, foram 704.474 TEUs carregados e descarregados pelo Terminal de Contêineres de Paranaguá. Em 2020, no mesmo período, foram 675.808 TEUs (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés).

As importações e exportações de granéis líquidos também aumentaram. A alta geral foi de 9%. Nos últimos noves meses, cerca de 6 milhões de toneladas foram movimentadas pelos terminais do Porto de Paranaguá. Em 2020, foram cerca de 5,5 milhões de toneladas.

Entre os líquidos, na exportação, destaca-se o embarque de óleos vegetais, que cresceu 15%. Neste ano foram 872.281 toneladas exportadas; em 2020, de janeiro a setembro, 758.971 toneladas. Na importação, houve alta no desembarque de metanol (33%), óleos vegetais (417%) e nos derivados de petróleo (7%).

No geral, a movimentação dos graneis sólidos registrou queda de 3%. De janeiro a setembro de 2020, pouco mais de 29,1 milhões de toneladas foram movimentadas pelos dois portos paranaenses. Neste ano, foi 1 milhão a menos.

A queda no segmento foi motivada pela redução nos volumes de soja e milho embarcados. Ainda assim, a exportação de açúcar registrou alta de 19%, com 2,9 milhões de toneladas embarcadas neste ano, a granel, contra 2,45 milhões de toneladas em 2020.

Na importação, a movimentação dos fertilizantes, principal produto do segmento nesse sentido, também registrou alta, tanto por Antonina, quanto por Paranaguá. No geral, o aumento foi de 17%.

Em 2021, foram descarregadas quase 8,5 milhões de toneladas de janeiro a setembro. No ano passado, foram 7,2 milhões.

CONFIRA OS VOLUMES DE MOVIMENTAÇÃO

*Com informações da Agência Estadual de Notícias

Indústria paranaense cresce 1,5% em agosto e mantém alta no ano, aponta IBGE

A indústria paranaense cresceu 1,5% em agosto, na evolução frente a julho, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apenas sete dos 15 locais analisados na Pesquisa Industrial Mensal (PIM-PF Regional) apontaram crescimento (além do Paraná, evoluíram os parques fabris de Amazonas, Paraná, Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina), enquanto a média nacional recuou 0,7%.

Na evolução mensal, é o segundo resultado positivo consecutivo e o quarto do ano. O Paraná registra o maior aumento nacional na comparação com agosto de 2020, de 8,7%, seguido por Minas Gerais (6,5%), Espírito Santo (6%), Santa Catarina (5,8%), Rio de Janeiro (1,4%) e São Paulo (0,9%). O setor industrial nacional recuou também nesse indicador, 0,7%, com taxas negativas em nove dos 15 locais pesquisados.

No acumulado de julho a agosto, frente ao mesmo período de 2020, o crescimento no Paraná é de 8,3%, o melhor do País. Os motores da recuperação nesse recorte mensal (agosto de 2020 e agosto de 2021) foram máquinas e equipamentos (73,9%), veículos e reboques (21,4%), produtos de metal (16%), bebida (11,3%), produtos de madeira (10,5%) e celulose e papel (8,1%). Tiveram destaque, ainda, os segmentos de metalurgia, vestuário e acessórios, e couro e calçados.

No acumulado do ano de 2021 (janeiro-agosto), frente a igual período de 2020, houve crescimento de 15,1% da produção no Paraná, um dos melhores resultados do País. Santa Catarina (20,5%), Amazonas (17,1%), Ceará (16,3%), Minas Gerais (15,6%) e Rio Grande do Sul (15,0%) também registraram taxas mais positivas do que a média nacional (9,2%).

Os grandes puxadores do ano foram máquinas e equipamentos (78,9%), veículos (52,9%), produtos de madeira (38,9%), produto de metal (32,4%), minerais não-metálicos (21,5%), móveis (14,2%) e bebidas (9,7%). A indústria alimentícia aponta recuo de 6,1%.

No acumulado dos últimos 12 meses, a retomada do Paraná também é positiva (13,2%), maior do que a média nacional (7,2%).

“Os dados mais recentes apontam para a retomada da indústria pesada no Estado, principalmente de máquinas e equipamentos, que tem representatividade na estrutura produtiva. Na indústria automotiva, ainda há a falta de insumos e problemas decorrentes da variação cambial, o que impede crescimento mais expressivo”, aponta Francisco Castro, economista do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes). “O que se nota é uma evolução constante, mas ainda que longe dos patamares ideais”.

*Com informações da Agência Estadual de Notícias

Safra 2020/21: produção deve recuar 8%, aponta Deral

O relatório mensal do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento, aponta que o Paraná deve produzir 38 milhões de toneladas de grãos na safra 2020/21, em uma área de 10,4 milhões de hectares. Esse volume de produção representa 8% menos do que o produzido na safra 2019/2020, em uma área 3% maior.

Os números divulgados nesta semana mostram os efeitos da longa estiagem no Paraná, com perdas significativas na segunda safra de feijão e na produção de milho safrinha, fundamental para abastecer o mercado de proteínas animais e para o cumprimento dos contratos internacionais. “A redução, no caso do feijão, se deve ao frio, às geadas, e principalmente à falta de chuva quando o grão mais precisava para o seu desenvolvimento”, explica o chefe do Deral, Salatiel Turra.

O secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, explica que as perdas na cultura do milho não ocorreram somente no Paraná, mas também em estados como Mato Grosso, Goiás, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais. “O Brasil, infelizmente, teve uma perda significativa da produção de milho safrinha, quase comprometendo o abastecimento e exigindo das indústrias mais dinheiro para bancar o custo, mas especialmente viabilizando até a importação de milho para o suprimento interno”, diz.

Por outro lado, destaca-se o reajuste positivo da área de trigo no Paraná. “Se o clima favorecer, o plantio pode ser um pouco maior do que se imaginava. Isso pode garantir, junto com o Rio Grande do Sul, onde a área também cresce, um suprimento interno um pouco maior, cooperando assim para a redução das importações”, diz o secretário.

FEIJÃO SEGUNDA SAFRA

Estima-se, neste momento, a produção de 270,6 mil toneladas de feijão no Paraná, uma quebra de 46% com relação à estimativa inicial, que era de 501 mil toneladas. As maiores concentrações de perdas em volume estão nos núcleos regionais de Pato Branco, Ponta Grossa, Francisco Beltrão, Guarapuava, Laranjeiras do Sul e Cascavel.

“As perdas são resultado da redução ou ausência das chuvas em praticamente todo o ciclo vegetativo. As baixas temperaturas durante o mês de maio também influenciaram nesse cenário”, diz o engenheiro agrônomo do Deral, Carlos Alberto Salvador.

Nesta semana, a colheita atingiu 97% da área, estimada em 254,3 mil hectares. O restante deverá ser concluído nos próximos dias. Cerca de 57% das lavouras estão em condições consideradas ruins, 25% em condições médias e 18% em boas condições. De acordo com o Deral, os preços seguem em queda nos últimos dias.

Na semana passada, os produtores receberam, em média, R$ 253,44 pela saca de 60 kg de feijão cores e R$ 241 pela saca de 60 kg de feijão preto, uma redução de, respectivamente, 1% e 2,5% na comparação com os valores da semana anterior. “Mesmo assim, os preços ainda são considerados satisfatórios para os produtores”, afirmaa Salvador. Cerca de 82% da safra está comercializada.

BAIXA PRODUÇÃO DE MILHO PREOCUPA

Estima-se a produção de 9,8 milhões de toneladas nesta safra, 19% a menos do que o Estado colheu no ciclo 2019/2020. Houve quebra de aproximadamente 4,9 milhões de toneladas em relação à produção inicial esperada. A perda percentual é de 33%.

Cerca de 1,8 milhão de toneladas dessa quebra, 37% da perda total do Estado, corresponde à região Oeste, principal produtora. “Na região Norte, segunda maior área do Estado, como as lavouras se desenvolveram um pouco mais tarde, talvez haja possibilidade de recuperação”, explica o analista de milho do Deral, Edmar Gervásio. Segundo ele, a partir do próximo mês esses números devem ser mais exatos.

As chuvas registradas em junho contribuíram para uma redução da perda no campo e estabilização das condições gerais de lavoura. Dos 2,52 milhões de hectares plantados, 26% têm boas condições, enquanto 41% apresentam situação mediana e 33% condições ruins. Com relação à área, a expectativa aponta para 2,5 milhões de hectares, 10% a mais que na safra passada.

O preço recebido pelo produtor paranaense pela saca de 60 kg na semana passada foi de R$ 79,94, valor quase 13% menor quando comparado ao fechamento de maio, em parte devido à valorização do real frente ao dólar. Já no mercado internacional, os valores ficaram estáveis.

PRODUÇÃO DE TRIGO

O trigo tem 92% da área plantada, índice considerado alto quando se avalia a média histórica da cultura; e 95% das lavouras estão em boas condições. Estima-se a produção de 3,9 milhões de toneladas, um aumento de 21% sobre a safra 2019/2020, se as condições climáticas colaborarem. A área teve uma revisão positiva comparativamente ao relatório anterior, e está estimada em 1,18 milhão de hectares, um aumento de 4% sobre a safra 2019/2020.

O plantio do trigo segue sem complicações neste período e deve se encerrar em julho, segundo o engenheiro agrônomo do Deral Carlos Hugo Godinho. “Há chuvas chegando em volume suficiente para uma boa germinação e em intervalos que permitem a entrada dos tratores a campo para a semeadura. As geadas registradas até o momento são irrelevantes, pois a cultura encontra-se ainda nas fases vegetativas, muito tolerantes ao frio”, avalia.​

Na última semana, os produtores receberam, em média, R$ 74,00 pela saca de 60 kg, valor que cobre os custos de produção.

SOJA: PRIMEIRA SAFRA

A revisão feita pelos técnicos do Deral mostra um volume de produção de soja 5% inferior ao do ano passado e 4% inferior à estimativa inicial, de 20,7 milhões de toneladas, situação decorrente da seca e do atraso no plantio. Devem ser colhidas 19,79 milhões de toneladas em uma área de 5,6 milhões de hectares. Essa área é 2% superior à da safra 2019/2020.

Influenciada por fatores climáticos, que afetaram as lavouras em praticamente todas as regiões, a produtividade média estadual atingiu 3.539 kg/ha, 7% inferior à obtida no ano passado.

Na semana passada, os produtores receberam, em média, R$ 147,24 pela saca de 60 kg de soja. Em 2020, a mesma quantidade foi comercializada por aproximadamente R$ 92,00. Segundo o Deral, registou-se um leve atraso na comercialização do grão. No mesmo período de 2020, cerca de 87% da safra estava negociada, enquanto atualmente esse índice é de 76%.

SOJA: SEGUNDA SAFRA

Devem ser produzidas 85,8 mil toneladas na segunda safra de soja, que é reduzida e destinada principalmente à produção de sementes. O volume é 4% menor que o do ciclo 2019/2020 e a área, estimada em 38,8 mil hectares, é 2% menor.