Brasil sofre, mas bate Costa do Marfim e avança na Copa do Mundo de basquete

A seleção brasileira teve dificuldade, mas confirmou seu favoritismo e bateu a Costa do Marfim por 89 a 77, nesta quarta-feira (30), em Jacarta, na Indonésia. O resultado levou o time dirigido por Gustavo de Conti à segunda fase da Copa do Mundo de basquete.

A formação verde-amarela agora está em nova chave, o Grupo L, ao lado de Espanha, Canadá e Letônia. Os resultados da primeira fase são carregados para a seguinte, portanto o time contabiliza duas vitórias e uma derrota.

Como já jogou com a Espanha, o Brasil enfrentará apenas Canadá e Letônia. A Letônia também tem duas vitórias e uma derrota. Já espanhóis e canadenses estão invictos. Os dois primeiros colocados do grupo avançarão às quartas de final.

O saldo de pontos é um critério de desempate, motivo pelo qual a derrota para a Espanha por 18 pontos foi bastante lamentada. Na ocasião, a formação brasileira cometeu muitos desperdícios de bola e foi mal nos arremessos de três pontos.

Assim, o duelo com a Costa do Marfim -que, assim como o Brasil, bateu o Irã- tornou-se um confronto direto pela classificação. E a formação sul-americana encontrou problemas para impor sua clara superioridade técnica.

Foi um duelo equilibrado, que chegou ao intervalo apontando vantagem verde-amarela de 50 a 46. A equipe de Gustavo de Conti parecia ter engrenado no terceiro quarto, abrindo 15 pontos com bom trabalho na defesa. Aí, Yago sentiu um problema no joelho direito, e a diferença caiu para cinco ao fim do período.

O armador voltou para os dez minutos derradeiros, o que não resolveu os problemas, com excesso de faltas e desperdícios de bola. A pouco mais de quatro minutos do término, o placar mostrava 74 a 71 para o Brasil, que conseguiu ganhar algum respiro somente no finzinho.

O grande nome da partida foi mesmo Yago, com 24 pontos e 12 assistências. O ala-pivô Tim Soares, antes de eliminação por faltas, contribuiu com 15 pontos e seis rebotes. Do lado da Costa o Marfim, o pivô Cédric Bah teve 13 pontos e 13 rebotes.

O Brasil voltará a entrar na Indonesia Arena na sexta-feira (1º), contra o Canadá, às 10h30 (de Brasília). Em caso de derrota verde-amarela e de uma vitória da Espanha sobre a Letônia no mesmo dia, o time de De Conti será eliminado antes mesmo do embate com a Letônia.

Faustão passa por transplante de coração; entenda como funciona a fila do SUS

O novo coração para o transplante do apresentador Fausto Silva, o Faustão, chegou neste domingo (27) ao hospital Albert Einstein, em São Paulo, e ele já recebeu o novo órgão. Faustão, de 73 anos, foi acompanhado pela equipe dos médicos Fernando Bacal, cardiologista, e Miguel Cendoroglo Neto, diretor médico e de serviços hospitalares.

A informação foi confirmada à reportagem pela equipe médica, que em seguida divulgou um boletim dando detalhes da cirurgia.

“O Einstein foi acionado pela Central de Transplantes do Estado de São Paulo na madrugada de hoje, quando foi iniciada a avaliação sobre a compatibilidade do órgão, levando em consideração o tipo sanguíneo B. A cirurgia aconteceu no início da tarde e durou cerca de 2h30. O procedimento foi realizado com sucesso e Fausto Silva permanece na UTI, pois as próximas horas são importantes para acompanhamento da adaptação do órgão e controle de rejeição”, diz o comunicado assinado por Bacal, Cendoroglo Neto e Fábio Antônio Gaiotto, cirurgião cardiovascular do Einstein.

Fila do SUS para transplante de órgãos

O Ministério da Saúde divulgou um comunicado informando que, entre 19 e 26 de agosto, foram realizados 11 transplantes de coração no país, não incluindo o de Faustão, neste domingo. Segundo o ministério, sete desses procedimentos foram realizados no estado de São Paulo. A nota explica também que a rapidez no transplante de Faustão foi devido à gravidade do caso dele.

“Neste domingo (27), mais um paciente na capital paulista foi contemplado com um transplante cardíaco, neste caso, também priorizado na fila de espera em razão de seu estado muito grave de saúde – o apresentador Fausto Silva. Ele recebeu um coração após constatada a compatibilidade necessária para o procedimento, assim como os outros sete transplantados”, diz a nota.

O apresentador estava internado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do hospital desde o dia 5 de agosto, tratando uma insuficiência cardíaca e fazendo diálise. Por isso, entrou na fila do transplante do SUS para receber um novo coração.

Depois do transplante, o paciente precisa manter uma rotina de acompanhamento médico, que até seis meses da operação, consiste em consulta mensal, depois a cada dois meses e depois vai espaçando. Os cuidados se mantêm para evitar a rejeição do órgão.

Os órgãos doados vão para pacientes que necessitam de um transplante e já estão aguardando em uma lista de espera unificada e informatizada. A posição na lista de espera é definida por critérios técnicos como tempo de espera e urgência do procedimento, compatibilidade sanguínea entre doador e receptor. A compatibilidade genética entre doador e receptores, quando necessária, é determinada por exames laboratoriais.

Outro fator importante é a localização, pois é necessário entender o tempo de duração do órgão fora do corpo. Dependendo do prazo, é preciso um avião para o transporte até o destino.

A operação de transplante de coração é complexa, diz o médico Philipe Saccab, cardiologista pela Sociedade Brasileira de Cardiologia e pelo Instituto do Coração da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo). “Abrimos o peito, tiramos o coração da pessoa que está debilitada, e o coração do receptor é transplantado. Ele é acoplado pelos mesmos vasos que acoplavam o coração anteriormente”, conta.

“Os corações novos vêm de pessoas que têm o diagnóstico de morte encefálica. Qualquer um de nós que tenha o diagnóstico de morte encefálica, e a família concordar com a doação dos órgãos, pode ser um possível doador de coração”, diz Saccab.

O Brasil, segundo o Ministério da Saúde, tem o maior programa público de transplante de órgãos, tecidos e células do mundo, que é garantido a toda a população por meio do SUS, responsável pelo financiamento de cerca de 88% dos transplantes no país.

A rede pública de saúde fornece aos pacientes assistência integral e gratuita, incluindo exames preparatórios, cirurgia, acompanhamento e medicamentos pós-transplante.

Segundo os dados do ministério de 16 de agosto, 386 pessoas aguardavam pelo órgão no BrasilNo Brasil, o órgão mais esperado para transplante é o rim, com 36.690 pessoas na fila de espera.

A córnea está em segundo lugar, com 25.689, e o fígado na sequência, com 2.253. O coração, caso do apresentador Fausto Silva, está em 5º lugar.

O estado com mais pessoas na fila de transplante é São Paulo que tem 23.671. O segundo é Minas Gerais, que tem 7.096, seguido por Rio de Janeiro, com 6.138
Até o último dia 16, foram realizados 11.264 transplantes no Brasil este ano, sendo 5.946 de córnea, 3.544 de rim, e 1.417 de fígado. Foram 244 transplantes de coração.

No mesmo período de 2022, foram 16.733 transplantes no país.

De apenas uma pessoa podem ser doados rins, fígado, coração, pulmões, pâncreas, intestino, córneas, valvas cardíacas, pele, ossos e tendões. Com isso, inúmeras pessoas podem ser beneficiadas com os órgãos e tecidos provenientes de um mesmo doadorNo caso de doador vivo podem ser obtidos um dos rins, parte do fígado, parte da medula e parte dos pulmões.

O coração, depois de ser removido do doador, tem prazo de quatro horas para ser implantado no receptor, pois depois desse prazo começa a se deteriorar.

Cuidados básicos podem evitar o transplante

Segundo João Vicente da Silveira, doutor em medicina e especialista em cardiologia, a insuficiência cardíaca se caracteriza quando o coração, que é uma bomba muscular, não consegue bombear sangue para o corpo todo.

“O coração fica tão fraco que dá cansaço aos mínimos esforços, como escovar os dentes, pentear os cabelos, até falar dá canseira, porque não tem fluxo de sangue no corpo todo. O coração cresce e fica fraco, explica Silveira.

O especialista diz que uma das principais causas que fazem a saúde se deteriorar e levar uma pessoa a precisar de transplante de coração é a falta de atenção aos cuidados básicos com a saúde.

“É importante ir ao cardiologista, aferir a pressão. A pressão alta é um assassino silencioso que dilata e enfraquece o coração. A obesidade também é um fator, o tabagismo, colesterol alto, o sedentarismo, o maldito cigarro eletrônico, tudo isso propicia a doença do coração”, alerta Silveira.

Faustão está na fila do SUS para transplante de coração

O apresentador Fausto Silva, o Faustão, está na fila do SUS (Sistema Único de Saúde) de transplante de coração. A assessoria da Hospital Albert Einstein, em São Paulo, enviou um boletim informando sobre o estado de saúde do comunicador, que foi diagnosticado com insuficiência cardíaca e está em diálise, monitorado pelos médicos enquanto aguarda por um doador compatível para receber o órgão. Faustão, de 73 anos, está internado no local desde o dia 5 de agosto.

“Fausto Silva deu entrada ao Hospital Albert Einstein para tratamento de insuficiência cardíaca, condição que vem sendo acompanhada desde 2020. Ele se encontra sob cuidados intensivos e, em virtude de agravamento do quadro, há indicação de transplante cardíaco”, começa a nota.

“O paciente está em diálise e necessitando de medicamentos para ajudar na força de bombeamento do coração. Fausto Silva já foi incluído na fila única de transplantes, regida pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, que leva em consideração, para definição da priorização, o tempo de espera, a tipagem sanguínea e a gravidade do caso”, afirma a nota assinada pela equipe dos médicos Fernando Bacal, cardiologista, e Miguel Cendoroglo Neto, Diretor Médico e Serviços Hospitalares.

Na sexta-feira (18), Fausto gravou um vídeo na UTI do Hospital Albert Einstein, localizado em São Paulo, para desmentir o boato de que tivesse morrido. O famoso pediu que seus fãs rezassem por sua saúde e informou que os médicos ainda não sabiam que tipo de cirurgia ele irá se submeter.

“Estou ainda nesse tratamento, eles vão decidir que tipo de cirurgia pode fazer. Eu peço que quem goste de mim, reze por mim. Agora, eu tenho muita noção. Uma família maravilhosa, uma mulher extraordinária. E tudo isso quem decide é o chefe lá em cima.

Mulher e negro na política reduzem corrupção e aumentam projetos de inclusão, diz estudo

PAOLA FERREIRA ROSA – FOLHAPRESS

Lideranças públicas femininas têm até 35% menos chances de se envolver em casos de corrupção do que as masculinas, enquanto líderes negros propõem três vezes mais leis e políticas públicas dedicadas à inclusão do que os não negros.

Os dados são de um levantamento realizado pelo Núcleo de Estudos Raciais do Insper a pedido da Fundação Lemann.

Os pesquisadores analisaram 95 estudos nacionais e internacionais sobre diversidade de gênero e raça na política e no mercado de trabalho, que foram publicados em livros e revistas acadêmicos ao longo dos últimos 20 anos.

Deputadas abrem faixa pedindo a aprovação da proposta que fixa cotas para eleição de mulheres no legislativo Pedro Segundo Deloise de Jesus, líder de equidade racial da Fundação Lemann, o levantamento mostra como políticas públicas podem ser mais efetivas quando grupos minorizados estão no poder.

“Essa síntese de evidências é muito preciosa, no sentido de fazer as pessoas entenderem que ter mulheres e pessoas negras em posições de tomada de decisão é uma necessidade da nossa sociedade.”

De acordo com o levantamento do Insper, a eleição de mulheres para cargos políticos repercute na redução da corrupção e do clientelismo nos postos do poder Executivo municipal.

Candidatas eleitas tendem a receber menos contribuições de campanha do que seus colegas homens, mas apresentam resultados semelhantes na implementação de políticas, aponta a pesquisa com base em dados de eleições e do Índice de Transparência Municipal.

A relação entre representação feminina e menores níveis de corrupção já havia sido relatada por um outro levantamento que avaliou mais de 100 países em 2001. Na época, foi observado que, quanto maior a representação feminina no governo, menores os níveis de corrupção.

Ainda segundo a pesquisa do Insper, mulheres em cargos de liderança política tendem a investir até 7% a mais do que homens em bens públicos como saúde e educação, diminuir em até 24% a mortalidade infantil, além de reduzir em até 32% o déficit de gênero na educação entre adolescentes, e, em 25%, entre adultos.

Líderes do sexo feminino apresentam maior preocupação em promover propostas e ações relacionadas a saúde voltadas a mulheres e crianças quando estão em legislaturas estaduais. Isso melhora a qualidade dos serviços de saúde pré-natal e infantil nos distritos onde são eleitas.

Ao analisar a relação entre o gênero do representante político e o número de nascimentos, um estudo realizado na Índia e publicado em 2014 descobriu que um crescimento de 10% no número de mulheres na política resulta em uma redução de 2,1% na mortalidade neonatal e na elucidação das causas dessas mortes.

Já pessoas negras eleitas tendem a propor o triplo de leis e políticas públicas dedicadas à inclusão do que lideranças não negras.

A eleição de prefeitos negros em municípios brasileiros tem um efeito positivo na educação e na representação política local.

Dados coletados nas eleições municipais de 2016, as primeiras a incluir informações sobre a autodeclaração racial dos candidatos, mostram um aumento no número de estudantes do ensino médio que se inscreveram no Enem em cidades comandadas por pessoas negras.

O estudo mostrou ainda um aumento na proporção de candidatos autodeclarados negros concorrendo ao cargo de deputado estadual nos municípios onde pretos e pardos se elegeram como prefeitos.

Políticos negros também são mais propensos a responder a população, mesmo quando não houver possibilidade de ganho político, enquanto não negros tendem a responder menos quando não percebem vantagens envolvidas.

O dado parte de um estudo de auditoria realizado pelo cientista político David Broockman, da Universidade da Califórnia.

Para Michael França, doutor em teoria econômica pela USP, colunista da Folha e coautor do levantamento do Insper, a discriminação é um dos maiores empecilhos para o aumento de mulheres e negros na política.

Ele defende que políticas públicas voltadas à diminuição das desigualdades podem gerar oportunidades reais de candidatura e eleição desses grupos.

“A gente precisa criar esses mecanismos, tanto na política, quanto em outros espaços, para fazer com que grupos historicamente marginalizados tenham espaço. Na política, isso é importante porque, a exemplo dos Estados Unidos, quando se elege negros, há um crescimento na destinação de recursos para educação, hospitais e mobilidade urbana, o que beneficia toda a população.”

Um aumento na representatividade também influência no engajamento político. A vitória de mulheres nas eleições municipais brasileiras de 2012 e 2016 contribuiu para o aumento do registro de votos entre adolescentes.

Quando uma mulher se elege à prefeitura, um número maior de adolescentes do sexo feminino se registra para votar na eleição seguinte, mesmo se for facultativo. Já a derrota dessas candidatas tem um efeito contrário. Segundo o estudo, isso foi mais forte em municípios com maior desigualdade de gênero.

Homens e mulheres negros também tendem a aumentar em até 2% o engajamento político de pessoas pretas e pardas na região onde atuam e impulsionam em até 1,8% a participação de trabalhadores negros no mercado.

Apesar de a população negra e feminina ser maioria no Brasil, respectivamente 56% e 51%, segundo o IBGE, a participação de mulheres, pretos e pardos na política do país é pequena.

Em quase 40 anos desde a redemocratização, a cúpula da República foi comandada por 66 homens e 4 mulheres e continua majoritariamente masculina, considerando os poderes Legislativo, Judiciário e Executivo.

A implantação de ações afirmativas para estímulo à participação feminina teve início nos anos 1990, com a obrigatoriedade de haver no mínimo 25% de candidaturas de mulheres nas disputas proporcionais (Câmaras Municipais, Assembleias Legislativas e Câmara dos Deputados).

Em 2000, o número subiu para 30%, mas os partidos não precisavam distribuir de forma equânime os valores entre concorrentes.

Só em 2018 o Supremo definiu a necessidade de repassar verba de campanha proporcionalmente ao número de candidatas, mas é recorrente a existência de candidaturas laranja, nas quais mulheres são levadas a repassar suas verbas a candidaturas masculinas.

Em entrevista à Folha, Edilene Lobo, primeira mulher negra a se tornar ministra do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), afirmou que não se pode mais tolerar a existência de candidaturas fictícias, e o sistema de Justiça precisa trabalhar para que isso deixe de acontecer.

“Pessoas que se colocarem propositadamente para fraudar essa ação afirmativa têm que responder pela sua conduta e, sob um outro aspecto –porque a pena por si só é pouco efetiva–, precisamos investir na formação e na capacitação das mulheres, [para que acreditem ser capazes de se eleger].”

Já em 2020, o TSE decidiu pela obrigatoriedade de repasses do Fundo Eleitoral proporcionais à quantidade de negros e brancos, aplicando a regra também ao tempo de exposição nos meios de comunicação. Surgiram, entretanto, registros irregulares, inflando o número de pretos e pardos na Câmara.

STF suspende julgamento da revisão da vida toda do INSS

O STF (Supremo Tribunal Federal) suspendeu o julgamento da revisão da vida toda, do INSS (Instituto nacional do Seguro Social) após o ministro Cristiano Zanin ter pedido vista, ou seja, ter pedido mais tempo para analisar o tema antes de apresentar seu voto.

Segundo regra do Supremo, o ministro tem até 90 dias corridos para devolver o processo, a contar da publicação da ata do julgamento no qual houve a interrupção.

Na revisão da vida toda, aposentados pedem para incluir no cálculo de seu benefício valores pagos em outras moedas, e não só em reais, o que pode aumentar a renda previdenciária.

Tem direito à revisão da vida toda o segurado que se aposentou nos últimos dez anos, desde que seja com as regras anteriores à reforma da Previdência, instituída pela emenda 103, em 13 de novembro de 2019.

É preciso, ainda, que o benefício tenha sido concedido com base nas regras da lei 9.876, de 1999. A correção compensa, no entanto, para quem tinha altos salários antes do início do Plano Real. Trabalhadores que ganhavam menos não terão vantagem.

AÇÕES ESTÃO PARADAS NA JUSTIÇA

Os processos que tratam da revisão da vida toda na Justiça estão parados desde o final de julho, após decisão do ministro Alexandre de Moraes, que acolheu parte do pedido da AGU (Advocacia-Geral da União) nos embargos de declaração. O ministro determinou a suspensão até que o novo julgamento seja concluído.

O QUE PODE SER DECIDIDO NA REVISÃO DA VIDA TODA?

Os ministros vão debater vários pontos, como o pedido da AGU de que haja uma “delimitação” de prazo, já que, no período de 20 anos que envolve a revisão ?1999 a 2019? 88,3 milhões de benefícios foram concedidos.

Um dos pontos solicitados é para que o STF considere o uso do divisor mínimo no cálculo da nova renda de quem tiver direito à correção. O tema não foi tratado no plenário e, segundo a Advocacia-Geral, pode resultar em distorções no cálculo dos benefícios. Este pedido já foi negado por Moraes.

O divisor mínimo foi criado pela lei 9.876/99 para evitar que o segurado obtenha aposentadoria alta tendo pagado um número pequeno de contribuições de valor maior que as demais. A regra estabelece o período mínimo de meses (atualmente 108 meses, o equivalente a nove anos) pelo qual a média dos salários de contribuição deve ser dividida no momento do cálculo do benefício.

Essa é a terceira vez que a revisão da vida toda é julgada. No ano passado, começou a ser analisada no plenário do Supremo, mas manobra do ministro Nunes Marques levou o caso ao plenário físico. O debate foi pautado, adiado, mas chegou ao final em dezembro, após julgamento presencial, quando houve reconhecimento da constitucionalidade da revisão.

Novo programa de Fátima Bernardes no GNT ganha nome

O novo programa de Fátima Bernardes no canal pago GNT já tem nome. A partir de outubro, vai ao ar o Assim Como a Gente.

Em comunicado, a emissora informou que Fátima reunirá duas personalidades de destaque que enfrentam desafios semelhantes em cada episódio.

A intenção é proporcionar um espaço para compartilharem suas experiências, dores, erros, acertos e recomeços. Essas histórias se entrelaçam e se complementam, gerando um clima de identificação e oferecendo reflexões inspiradoras para públicos de diferentes faixas etárias.

“Estamos construindo um programa lindo, com um formato maravilhoso para o público que vai amar. Serão conversas muito sinceras e reveladoras –que, do meu ponto de vista, são o ponto forte da atração- com personalidades que vão abrir o coração e o sorriso de todo mundo, claro. As gravações estão vindo aí”, diz Fátima.

A primeira temporada do programa terá dez episódios e é idealizada por Carlos Jardim, que assumirá também a direção e roteiro. Além da atração inédita, Fátima seguirá como apresentadora do The Voice Kids e do The Voice Brasil na TV Globo.

Rosangela Moro, eleita por SP, usa verba oficial para viajar a Curitiba

Eleitos pelo estado de São Paulo no ano passado, os deputados federais Rosangela Moro (União Brasil) e Tiririca (PL) utilizaram parte da chamada “Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar” com passagens aéreas para seus estados de origem, Paraná e Ceará, respectivamente, ao longo do primeiro semestre.

A cota parlamentar é uma quantia mensal reservada dentro do orçamento do Legislativo para bancar gastos mensais dos deputados, como aluguel de imóveis, viagens e material de escritório, por exemplo, a partir das notas fiscais apresentadas à Casa pelos políticos.

A regra geral é que as despesas estejam vinculadas ao exercício da atividade parlamentar, conforme definido no ato da Mesa da Câmara que instituiu o benefício, em 2009, com uma série de alterações na sequência.

Em relação às passagens aéreas, os parlamentares podem pedir o reembolso de bilhetes para qualquer estado brasileiro (não apenas para o estado que representa), mas os deslocamentos precisam ter relação com a atividade parlamentar.

Levantamento da reportagem com base nos dados disponíveis no site da Câmara revela que, das 38 passagens (ao custo de quase R$ 34 mil) utilizadas por Rosangela Moro de fevereiro a julho, 19 incluem a cidade de Curitiba – são trechos entre Curitiba e Brasília ou entre Curitiba e São Paulo.

Os gastos são de mais de R$ 20 mil. Os demais trechos foram realizados entre São Paulo e Brasília.

No caso de Tiririca, ele foi o passageiro de 35 bilhetes comprados via cota parlamentar na atual legislatura, a um custo de mais de R$ 53 mil.

Do total, 30 passagens se referiam a viagens entre as cidades de Fortaleza e Brasília, gerando um gasto de quase R$ 45 mil. Os demais trechos eram deslocamentos entre a capital federal e os aeroportos de Guarulhos ou Congonhas.

Já as viagens de trabalho dos funcionários dos dois deputados, que também podem ser pagas via cota parlamentar, foram quase todas feitas entre Brasília e São Paulo.

No site da Câmara, constam 19 passagens aéreas para servidores do gabinete de Rosangela Moro -apenas 2 com destino entre Curitiba e Brasília. No caso de Tiririca, são 38 bilhetes utilizados por servidores, 37 para o trecho entre São Paulo e Brasília.

Tiririca foi procurado por meio de sua assessoria desde a sexta-feira (4), mas não houve respostas aos questionamentos feitos pela reportagem. O deputado, cujo nome é Francisco Everardo Tiririca Oliveira Silva, nasceu em Itapipoca, no Ceará. A trajetória como palhaço de circo ganhou fôlego a partir de Fortaleza.

Tiririca exerce o quarto mandato na Câmara. Nas urnas de 2022, ele obteve 71,7 mil votos, ficando na 70ª posição entre os 70 eleitos por São Paulo.

Em comparação a 2010, Tiririca viu sua popularidade despencar. Naquele ano, quando disputou uma eleição pela primeira vez, conseguiu o apoio de mais de 1,3 milhão e se tornou o deputado federal mais votado do país, aproveitando a fama obtida como humorista na TV.

Já a deputada Rosangela Moro, que está em seu primeiro mandato na Casa, afirmou à reportagem que também tem atuação política no Paraná, o que justificaria os reembolsos feitos pela Câmara.

Em nota encaminhada à reportagem, a assessoria da deputada disse que ela “tem residência oficial em Brasília e mantém compromissos parlamentares por todo o país, principalmente em São Paulo e Paraná” e que “os deslocamentos ao Paraná se dão para atuação política própria ou em atividade conjunta com seu esposo, também membro do Parlamento”.

“O uso da cota parlamentar para viagens com a finalidade de cumprir a agenda parlamentar é uma prática legítima e essencial para o exercício democrático da representação política. A deputada segue e sempre seguiu os normativos legais e os regimentais que disciplinam a utilização de passagens aéreas”, continua.

Curitibana, Rosangela Moro sempre atuou como advogada na capital paranaense antes de entrar para a política. Ela é casada com o senador Sergio Moro (União-PR), ex-juiz e ex-ministro de Jair Bolsonaro (PL).

No ano passado, depois da tentativa frustrada de Sergio Moro em se lançar candidato a presidente, o casal tentou transferir o domicílio eleitoral para São Paulo. Mas, o ex-magistrado, que se tornou nacionalmente conhecido como juiz da Operação Lava Jato em Curitiba, teve a transferência barrada pela Justiça Eleitoral.

No Paraná, outro nome ligado à Lava Jato já havia lançado anteriormente candidatura à Câmara dos Deputados, o ex-procurador Deltan Dallagnol (Podemos).

O valor da cota parlamentar varia de acordo com o estado do parlamentar, porque leva em consideração o preço das passagens aéreas de Brasília até a capital do estado pelo qual o deputado foi eleito. No caso de São Paulo, o valor é R$ 42,8 mil por mês.

Procurada pela reportagem, a Câmara reforçou que “o uso dos recursos não está restrito a voos cujo destino seja o estado de origem da representação” e acrescentou que “o valor mensal do benefício deve ser utilizado pelo deputado para custear despesas típicas do exercício do mandato parlamentar”.

A Câmara não verifica, antes de efetuar o reembolso, se os voos têm relação com a atividade parlamentar.

De acordo com a Casa, o ato da Mesa 43/2009 estabelece que o parlamentar “assume inteira responsabilidade pela nota fiscal que apresenta” e que “cabe à Câmara, no âmbito administrativo, verificar os gastos apenas quanto à regularidade fiscal e contábil da documentação comprobatória”.

Mercado reduz previsão da taxa Selic para menos de 12% ao ano

Após a redução de 0,5 ponto percentual na taxa Selic, os juros básicos da economia, na semana passada, as instituições financeiras consultadas pelo Banco Central (BC) esperam por uma diminuição ainda maior até o final deste ano. A forte queda da inflação fez o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC cortar os juros pela primeira vez em três anos e levar a Selic de 13,75% ao ano para 13,25% ao ano.

Para o mercado, a taxa básica deve encerrar 2023 em 11,75% ao ano, na semana passada a previsão era de 12% ao ano. A estimativa está no Boletim Focus desta segunda-feira (7), pesquisa divulgada semanalmente pelo BC com a expectativa de instituições financeiras para os principais indicadores econômicos.

Para o fim de 2024, a estimativa é que a taxa básica caia para 9% ao ano. Já para o fim de 2025 e de 2026, a previsão é Selic em 8,5% ao ano, para os dois anos.

A última vez em que o BC tinha reduzido a Selic foi em agosto de 2020, quando a taxa caiu de 2,25% para 2% ao ano, em meio à contração econômica gerada pela pandemia de covid-19. Depois disso, o Copom elevou a Selic por 12 vezes consecutivas, num ciclo que começou em março de 2021, em meio à alta dos preços de alimentos, de energia e de combustíveis, e, a partir de agosto do ano passado, manteve a taxa em 13,75% ao ano por sete vezes seguidas.

A taxa Selic é o principal instrumento de BC para alcançar a meta de inflação, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Mas, além da Selic, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas. Desse modo, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia.

Quando o Copom diminui a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica.

Inflação
No Boletim Focus de hoje, a previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – considerado a inflação oficial do país – se manteve em 4,84% neste ano. Para 2024, a projeção da inflação ficou em 3,88%. Para 2025 e 2026, as previsões são de 3,5% para os dois anos.

A estimativa para este ano está acima do teto da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. Definida pelo CMN, a meta é de 3,25% para 2023, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,75% e o superior 4,75%.

Segundo o BC, no último Relatório de Inflação, a chance de a inflação oficial superar o teto da meta em 2023 é de 61%.

A projeção do mercado para a inflação de 2024 também está acima do centro da meta prevista, fixada em 3%, mas ainda dentro do intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual.

Em junho, houve deflação no país, ou seja, um recuo nos preços na comparação com maio. O IPCA ficou negativo em 0,08%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foi o quarto mês seguido em que a inflação perdeu força. Em maio, o IPCA foi de 0,23%.

No ano, o índice soma 2,87% e, nos últimos 12 meses, 3,16%, abaixo dos 3,94% observados nos 12 meses imediatamente anteriores e seguindo a tendência de queda apresentada desde junho de 2022, quando o índice estava em 11,89%.

PIB e câmbio
A projeção das instituições financeiras para o crescimento da economia brasileira neste ano subiu de 2,24% para 2,26%.

Para 2024, a expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB) – a soma de todos os bens e serviços produzidos no país – é crescimento de 1,3%. Para 2025 e 2026, o mercado financeiro projeta expansão do PIB em 1,9% e 2%, respectivamente.

A previsão para a cotação do dólar está em R$ 4,90 para o fim deste ano. Para o fim de 2024, a previsão é que a moeda americana fique em R$ 5,00.

Lula sanciona ozonioterapia como tratamento complementar

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou a lei que autoriza profissionais de saúde com curso superior a aplicarem a ozonioterapia como um tratamento complementar (ou seja, de forma adicional a outros tratamentos).

A sanção, assinada na sexta-feira (4), foi publicada na edição desta segunda-feira (7) do Diário Oficial da União.

Lula foi pressionado por entidades médicas a vetar a lei, aprovada pelo Congresso. O CFM (Conselho Federal de Medicina) afirma que a prática não tem reconhecimento científico para o tratamento de doenças.

O Ministério da Saúde aconselhou o presidente contra a sanção da lei, apesar de a terapia fazer parte do programa integrativo do SUS (Sistema Único de Saúde) desde 2018. A pasta diz que só disponibiliza ozonioterapia em tratamentos odontológicos.

De acordo com a sanção publicada nesta segunda, a ozonioterapia só poderá ser aplicada por meio de equipamento de produção de ozônio medicinal devidamente regularizado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

Além disso, o profissional responsável pela aplicação deverá informar ao paciente que o procedimento possui caráter complementar.

A microbiologista Natalia Pasternak, que lançou recentemente o livro “Que Bobagem!” sobre pseudociências, afirma que a prática só passou a fazer parte do SUS por causa de um “lobby” dos praticantes. “Infelizmente, muitas práticas foram parar no programa integrativo do Ministério de Saúde como se realmente fossem capazes de curar ou prevenir doenças”.

O presidente da Aboz (Associação Brasileira de Ozonioterapia) afirmou, antes da decisão de Lula, que a aprovação da lei é uma forma de estabelecer regras para uma prática segura da terapia.

Segundo ele, nem todos os métodos de aplicação, como uretral, são defendidos pela associação. Além disso, ele concorda que o tratamento deve ser sempre complementar.

A técnica terapêutica usa a aplicação de uma mistura dos gases oxigênio e ozônio por injeção ou sonda, com o objetivo de promover ação analgésica e anti-inflamatória.

Barbie se torna o primeiro filme dirigido por mulher a arrecadar US$ 1 bilhão

“Barbie” se tornou, neste fim de semana, o primeiro longa-metragem dirigido apenas por uma mulher a cruzar a marca do US$ 1 bilhão, cerca de R$ 4,9 bilhões, nas bilheterias. O filme de Greta Gerwig estreou há três semanas, mas segue forte na arrecadação mundial.

Próximo do fechamento dos dados do fim de semana neste domingo (6), “Barbie” conquistou mais US$ 53 milhões nos Estados Unidos. No total, o filme tem US$ 459,4 milhões arrecadados no mercado doméstico.

É a primeira vez que um filme live-action dirigido apenas por uma mulher, ou seja, sem a codireção de um homem, como em “Frozen”, alcança a marca. Com isso, “Barbie” destronou “Mulher-Maravilha”, de Patty Jenkins, e “Capitã Marvel”, que Anna Boden dirigiu com Ryan Fleck.

Inspirado na boneca homônima da Mattel, “Barbie” é estrelado por Margot Robbie e mostra a loira saindo de seu mundo de brinquedo, enquanto Ken, boneco vivido por Ryan Gosling, começa a questionar seu papel na terra das Barbies.

Nos Estados Unidos, o fim de semana foi o primeiro de “Megatubarão 2” e “Tartarugas Ninja: Caos Mutante”. Apesar do senso de novidade, eles ficaram atrás de “Barbie”, com US$ 30 milhões e US$ 28 milhões, respectivamente, entre sexta e domingo.