Deputados americanos pedem expulsão de Bolsonaro do país

Os deputados americanos Alexandria Ocasio-Cortez e Joaquin Castro, filiados ao Partido Democrata de Joe Biden, pediram em publicações no Twitter que Jair Bolsonaro (PL) deixe os Estados Unidos, citando os ataques à democracia empreendidos por apoiadores do ex-presidente do Brasil em Brasília neste domingo (8).

Bolsonaro saiu do Brasil no último dia 30 de dezembro, antes do fim de seu mandato. Rompendo uma tradição democrática, decidiu não passar a faixa para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e se instalou na região de Orlando, próximo aos parques da Disney.

Segundo Gustavo Ferraz de Campos Monaco, professor titular de direito internacional privado da Faculdade de Direito da USP, dois caminhos poderiam resultar na saída compulsória do político dos EUA: deportação e extradição.

O processo de extradição depende de diferentes variáveis. Monaco explica que ele deve, primeiro, ser solicitado pelo Judiciário brasileiro e, então, encaminhada pelo governo federal ao americano -que pode ou não aceitá-lo.

A extradição só pode acontecer caso exista um acordo específico entre os dois países envolvidos, o que é o caso de Brasil e EUA, e depende de fatores como reciprocidade de penas, explica o professor.

A deportação, por sua vez, é um mecanismo mais rápido e depende exclusivamente da vontade do Estado no qual o ex-presidente agora se encontra. Nesse caso, a decisão não precisa estar ancorada em nenhuma premissa ou pressuposto, segundo Monaco. Seguindo essa hipótese, caso tenha usado seu passaporte diplomático para entrar nos EUA, o ex-presidente teria 72 horas para deixar o país.

É preciso ponderar também que ambos os processos, no caso de um ex-presidente como Bolsonaro, poderiam trazer um desgaste diplomático para Washington.

Deputada por Nova York, Alexandria Ocasio-Cortez afirmou, em sua conta de Twitter, que os EUA deveriam parar de “conceder refúgio a Bolsonaro” na Flórida.

“Cerca de dois anos depois de o Capitólio dos EUA ser atacado por fascistas, vemos movimentos fascistas no exterior tentando fazer o mesmo no Brasil’, afirmou ela.

A mensagem foi publicada depois da invasão da Esplanada dos Ministérios, em Brasília, na tarde deste domingo (8). Os golpistas invadiram áreas do Congresso Nacional, do Planalto e do STF (Supremo Tribunal Federal), espalharam atos de vandalismo e depredação e entraram em confronto com a PM.

Mensagem semelhante à de AOC foi publicada pelo deputado democrata Joaquin Castro, do Texas, também na rede social. Nela, o deputado presta apoio ao governo brasileiro e afirma que “Bolsonaro não deve receber refúgio na Flórida, onde se esconde da responsabilidade por seus crimes”. O ex-presidente é alvo de investigações, mas não foi formalmente denunciado na Justiça brasileira.

“Terroristas domésticos e fascistas não podem usar a cartilha de Trump para minar a democracia”, disse Castro.

Os congressistas americanos foram só dois dos muitos políticos que compararam os atos deste domingo em Brasília com o ocorrido em Washington há, coincidentemente, dois anos atrás.

Em 6 de janeiro de 2021, a invasão do Capitólio foi insuflada por um discurso do então presidente Donald Trump, levando manifestantes a invadirem o prédio do Legislativo americano, em uma tentativa de impedir a certificação da vitória de Joe Biden na eleição de 2020 -o republicano e seus seguidores sustentam até hoje o discurso mentiroso de que o pleito foi fraudado.

O maior ataque recente à democracia americana foi classificado por muitos como uma tentativa de golpe de Estado e se tornou alvo de uma série de investigações, do Departamento de Justiça, do FBI e do próprio Congresso. O ataque resultou na morte de cinco pessoas, entre os quais um policial.

Golpistas picham ‘perdeu, mané’ no STF e vandalizam tribunal, Planalto e Congresso

Militantes bolsonaristas que invadiram neste domingo (8) o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o STF (Supremo Tribunal Federal) depredaram instalações e chegaram a pichar nas janelas do tribunal a frase “perdeu, mané”.

As imagens dos atos mostram os manifestantes circulando livremente pelo interior dos prédios em diferentes andares, inclusive pela rampa interna do Palácio do Planalto –usada pelo presidente da República e ministros durante a chegada a eventos solenes.

Os manifestantes foram vistos com acesso livre pelo interior dos prédios, inclusive próximo ao gabinete da Presidência da República, mesmo após terem quebrado janelas e outros itens, jogarem cadeiras para fora e usarem mangueiras de incêndio para inundar os locais. Pichações também foram feitas nas janelas do STF.

No STF, a frase “perdeu, mané” faz alusão a uma resposta dada pelo ministro do tribunal Luís Roberto Barroso a um bolsonarista após ser hostilizado Nova York.

FRACASSO EM DESMOBILIZAÇÃO

O governo federal tem fracassado na tentativa de desmobilizar os acampamentos montados por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro em frente ao quartel-general do Exército, em Brasília.

Manifestantes se mobilizam em frente a prédios militares desde a vitória eleitoral do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e pedem um golpe contra o petista.

Na última quarta-feira (4), o ministro da Justiça, Flávio Dino, havia afirmado que “até sexta-feira”, 6 de janeiro, as mobilizações antidemocráticas seriam resolvidas.

Bolsonaristas invadem áreas do Congresso, Planalto e STF; acompanhe

Manifestantes bolsonaristas com pedidos antidemocráticos invadiram a Esplanada dos Ministérios na tarde deste domingo (8), depredaram áreas do Congresso, do Planalto e do STF (Supremo Tribunal Federal), e entraram em confronto com a PM.

A Polícia Militar lançou bombas de efeito moral contra os integrantes do ato violento dos apoiadores de Jair Bolsonaro (PL), com a repetição de atos de vandalismo em Brasília.

Um grupo centenas de manifestantes, vindo do acampamento diante do Quartel-General do Exército, chegou à Esplanada e se concentrou em frente ao Ministério da Justiça.

Uma parte invadiu a parte superior e a área interna do Congresso e, em seguida, os manifestantes avançaram para a Praça dos Três Poderes, onde houve confronto, e se dirigiram ao Palácio do Planalto, onde entraram em uma parte do complexo e perduraram bandeira do Brasil em uma janela.

Em seguida, o grupo seguiu ao STF, onde alcançou uma área de segurança.

O presidente Lula (PT) não está em Brasília neste final de semana -viajou para São Paulo e visitava Araraquara, no interior paulista, para acompanhar vítimas das chuvas.

Em Brasília, em reação às bombas, manifestantes soltaram fogos de artifício. No confronto, atiraram grades de ferro e outros objetos contra os policiais, que tiveram carros quebrados.

O governo Lula prometia desmobilizar os acampamentos montados por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro em frente ao quartel-general do Exército, em Brasília.

Na última quarta-feira (4), o ministro da Justiça, Flávio Dino, havia afirmado que “até sexta-feira”, 6 de janeiro, as mobilizações antidemocráticas seriam resolvidas. “A condução que eu tenho com o [José] Múcio [ministro da Defesa] é de que estará resolvido até sexta”, disse.

No entanto, o que se viu foi o oposto. Além de não ter conseguido expulsar os manifestantes, o governo teve que acionar a Força Nacional para reforçar a segurança da Esplanada dos Ministérios.

Escalada da violência promovida por bolsonaristas

A escalada da violência nos atos antidemocráticos liderados por bolsonaristas fez desmoronar o discurso público de Bolsonaro e de seus aliados, que destacavam as manifestações como ordeiras e pacíficas e buscavam associar protestos violentos a grupos de esquerda.

Com casos de violência que incluem agressões, sabotagem, saques, sequestro e tentativa de homicídio, as manifestações atingiram seu ponto crítico.

Os responsáveis poderão ser punidos na Justiça com base na Lei Antiterrorismo, legislação que os próprios bolsonaristas tentaram endurecer visando punir manifestantes de esquerda.

Veja tudo o que muda com o salário mínimo de R$ 1.320

O governo federal atualizou o novo salário mínimo de 2023 para R$ 1.320. O valor representa um aumento real de 2,7% da proposta feita pelo governo Jair Bolsonaro (PL), que previa um mínimo de R$ 1.302, sem aumento real pelo quarto ano seguido.

A atualização mudará o valor e o cálculo de benefícios previdenciários, sociais e trabalhistas de milhões de brasileiros.

APOSENTADORIAS E BPC

O piso nacional é o valor mínimo pago pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) para aposentadorias, pensões por morte e auxílios-doença. A partir do benefício referente a janeiro, portanto, os segurados que recebem R$ 1.212 passarão a receber R$ 1.320.

O BPC (Benefício de Prestação Continuada), concedido a idosos a partir de 65 anos e pessoas com deficiência de baixa renda, também será reajustado para o mesmo valor.

O INSS começará a pagar aposentadorias, pensões e auxílios-doença com o novo piso entre os dias 25 de janeiro e 7 de fevereiro de 2023, seguindo o novo calendário de pagamentos.

ATRASADOS DO INSS

O novo piso nacional também altera o limite usado pela Justiça para pagar atrasados do INSS mais rapidamente a quem ganhou um processo judicial de concessão ou de revisão de benefício. Atualmente, o valor máximo que se pode receber por meio de RPVs (Requisições de Pequeno Valor) é R$ 72.720, o correspondente a 60 salários mínimos. Em 2023, esse limite subirá para R$ 79.200.

Têm direito aos atrasados segurados que iniciaram ações de revisão de benefício em Juizados Especiais Federais. Quem entra com ação em um juizado abre mão de eventuais quantias superiores ao limite de 60 salários mínimos.

Revisões e concessões com valores acima de 60 salários mínimos continuarão a ser pagas pela Justiça por meio de precatórios, liberados em lotes anuais.

São devidos atrasados de até cinco anos anteriores ao pedido de revisão, mais o tempo de espera até receber o aumento, se houver direito.

CONTRIBUIÇÕES AO INSS

As contribuições ao INSS também mudarão para os segurados que contribuem pelo piso nacional. Pagamentos feitos a partir de fevereiro, referentes à competência de janeiro, passam a ser calculados sobre o novo salário mínimo.

Segurados que contribuem como facultativos ou autônomos sobre o piso terão novos valores, seja pela alíquota de 11% ou de 20%, também a partir da competência de janeiro.

A contribuição de 11% do piso de autônomos que prestam serviços a pessoas físicas e contribuintes facultativos, que hoje é de R$ 133,32, subirá para R$ 145,20.

Contribuições ao INSS feitas sobre o piso, mas com a alíquota de 20%, passarão de R$ 242,40 para R$ 264.

As donas de casa de baixa renda, por exemplo, contribuem com 5% do salário mínimo por mês. Em 2022, esse valor foi de R$ 60,60 –no ano que vem, será de R$ 66. Já os que têm registro como MEI (Microempreendedor Individual) podem ter que pagar valores diferentes, de acordo com a atividade exercida.

A base também é 5% do salário mínimo por mês, o que dá os mesmos R$ 66. Mas aqueles que trabalham com comércio, indústria e serviço de transporte precisam acrescentar R$ 1,00 do ICMS –resultando em R$ 67. Serviços em geral contribuem com mais R$ 5,00 do ISS, o que dá R$ 71. Por fim, os que contribuem nos dois setores são impactados com a incidência dos dois impostos, o que dá um acréscimo de R$ 6 –R$ 72.

A exceção é o MEI caminhoneiro, que deve contribuir, no mínimo, com 12% do salário mínimo –o que vai corresponder a R$ 158,40 em 2023. As cobranças de ISS e ICMS dependem de especificações da carga e da abrangência do território em que viaja.

ABONO DO PIS/PASEP

O abono salarial do PIS/Pasep pode ser recebido por trabalhadores de empresas privadas e públicas que têm renda de até dois salários mínimos, exerceram a atividade remunerada por pelo menos 30 dias no ano-base e sejam cadastrados no Fundo de Participação PIS/Pasep há, no mínimo, cinco anos.

O cálculo multiplica 1/12 do salário mínimo válido na data do pagamento pelo número de meses trabalhados no ano correspondente. Em 2023, se o beneficiário trabalhou o ano todo de referência, receberá um salário mínimo de abono, R$ 1.320. Se trabalhou seis meses em 2021, receberá metade de um salário mínimo, R$ 660.

Pelo calendário proposto pelo governo ao Codefat (Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador), o abono do PIS referente ao ano de 2021 começa a ser pago no dia 15 de fevereiro, para nascidos em janeiro, e tem novas liberações até o dia 17 de julho, quando é feito o pagamento do último lote, para aniversariantes de dezembro. A cada mês são feitas liberações de dois lotes.

COTA MÍNIMA DO SEGURO-DESEMPREGO

O valor mínimo da parcela do seguro-desemprego também é igual a um salário mínimo, ou seja, R$ 1.320. Para calcular o benefício pago ao trabalhador, o governo apura a média dos três salários anteriores à demissão e, depois, aplica um redutor, conforme a faixa da remuneração.

Segundo o Ministério do Trabalho e da Previdência, os valores serão atualizados a partir de 11 de janeiro. O governo informa ainda que as faixas superiores para o cálculo do seguro desemprego serão atualizadas pela inflação de 2022, considerando o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor).

Travessia marca pior audiência da história das novelas das nove da Globo

A novela “Travessia”, de autoria de Glória Perez bateu novamente o recorde de pior audiência para uma novela das nove da Globo na noite de 31 de dezembro de 2022, com 14,48 pontos. Na véspera de Natal, dia 24 de dezembro, o folhetim havia atingido a maior baixa até então registrada, de 14,7 pontos.

Glória Perez levou sua insatisfação às redes e respondeu a rede social Choquei no Twitter. O perfil havia noticiado o resultado de audiência com um tuíte, que dizia “No dia 31/12, Travessia registrou apenas 14,48 pontos de audiência. Esse é o pior índice da história para uma novela no horário”.

Sem negar os números apontados, Perez se limitou a alfinetar o perfil e disse “No caso, História é com H maiúsculo, tá? De nada. Feliz ano novo”. A roteirista incluiu emojis de taças brindando e uma rosa.

A questão levantada por ela, porém, não é unanimidade e até historiadores discutem a grafia da palavra.

A alfinetada de Perez somada ao resultado baixo de audiência reiteram a dificuldade de adesão do público que “Travessia” vem enfrentando.

Com enredo inspirado em casos de cancelamento e fake news, a novela estava mergulhada em escândalos –da participação de Cássia Kis, atriz associada vocal em seu apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro na campanha presidencial do ano passado, até a escolha pela influenciadora e ex-BBB Jade Picon para um dos papéis principais.

Glória Perez já era figurinha carimbada nas listas de piores audiências de novelas das nove com “Salve Jorge”, de 2012. A novela sucedeu o hit “Avenida Brasil” e marcou 33,97 pontos de média de audiência. A crítica classificava a trama, sobre tráfico humano, um dos piores trabalhos de Perez.

Até agora, a novela que terminou com a pior média geral da história foi “Um Lugar ao Sol”, de 2021 com 22,3 pontos.

População de baleias jubarte volta a crescer no litoral do Brasil

Havia aproximadamente dois séculos que o litoral brasileiro não via tanta baleia jubarte. Estudo divulgado pelo Instituto Baleia Jubarte estima que a espécie está se recuperando e que cerca de 25 mil delas passaram pelo país no segundo semestre de 2022. O número é próximo dos cerca de 27 mil a 30 mil exemplares contabilizados 200 anos atrás.

As vantagens da recuperação dessa população de baleias vão além do afastamento completo do risco de extinção, com o fim da caça. Esses mamíferos contribuem para o combate às mudanças climáticas.

O motivo do crescimento, para especialistas, é basicamente reflexo do fim da caça, proibida em 1966, período em que a população foi reduzida a menos de 5%, algo entre 600 e 800 indivíduos.

“Já não era mais viável economicamente os navios saírem para caçar as jubartes, porque a chance de encontrar era muito pequena”, diz o médico veterinário Milton Marcondes, coordenador de pesquisa do Projeto Baleia Jubarte.

A matança ainda existiu por mais alguns anos, mesmo que vetada, até que deixou de ocorrer de fato no final dos anos 1970.

O fim da caça, associada a medidas como a redução do atropelamento por embarcações e do emalhe acidental em equipamentos de pesca, criou condições para o aumento do número das baleias desta espécie.

O crescimento da população de jubartes no Brasil está perto da estabilidade, segundo o pesquisador. O desafio agora, diz, é encontrar uma forma de convivência entre baleias e atividades humanas, como as do setor petrolífero, para que não perturbem esses animais.

Um dos focos é a adequação do calendário de operações de busca de petróleo nocivas às baleias. “A gente fez uma recomendação que foi acatada pelo Conama de restringir na Bahia, no Espírito Santo e em Sergipe de julho a novembro, quando as jubartes estão lá, até 500 metros de profundidade”, conta.

As jubartes passam pelo Brasil entre o inverno e a primavera para acasalarem. Chegam, portanto, em junho e permanecem até outubro e novembro, quando tomam o caminho de volta para as águas subantárticas, no sul do planeta.

No período em que estão por aqui, são contadas a cada três anos pelo instituto por meio de avistamento aéreo. Os profissionais sobrevoam uma área que vai da divisa do Rio Grande do Norte com o Ceará até o litoral norte de São Paulo, avançando mar adentro até onde a profundidade bate nos 500 metros. Por meio de cálculos sofisticados, estimam o total, incluindo as submersas, usando como base as que conseguem ver.

As primeiras estimativas são do fim da década de 1980, segundo Enrico Marcovaldi, um dos fundadores do instituto. Na época, sem as mesmas condições de pesquisas atuais, calcularam cerca de 500 jubartes na região.

Em 2003, já via avistamento aéreo, foram estimados 3.660 indivíduos, e, em 2019, o número já batia em 16 mil. Foi com base nos resultados desse monitoramento que, em 2014, a baleia jubarte saiu da lista de espécies em extinção.

Retenção de CO2 e adubo

Como as baleias são animais que crescem muito, elas retêm bastante CO2, um dos maiores vilões do aquecimento global e, por consequência, das mudanças climáticas.

“As baleias têm uma importância fundamental para o planeta da mesma forma que as florestas são importantes, porque retêm muito gás carbônico e ajudam a controlar o clima”, afirma Marcondes.

De acordo com um estudo desenvolvido por economistas do FMI (Fundo Monetário Internacional) e das universidades de Duke e Notre Dame, uma baleia por reter até cerca de 33 toneladas de gás carbônico durante a vida e, quando morre, afunda nos oceanos levando consigo todo esse CO2.

Uma árvore estoca aproximadamente 22 quilos por ano. “Uma população saudável e grande de baleias retém muito CO2”, diz Marcondes, acrescentando que uma jubarte chega a 35 toneladas e pode viver cerca de 60 anos.

Outra forma com que as jubartes ajudam no ecossistema é fertilizando as dezenas de milhares de quilômetros de oceano pelos quais elas transitam.

As fezes, explica o pesquisador, são ricas em ferro e nitrogênio, além da urina, também rica em nitrogênio. “Isso faz com que o plâncton, as algas, se proliferem. E as algas liberam oxigênio na atmosfera e retiram CO2.”

O ciclo inteiro é favorecido, já que o krill, crustáceo que é o alimento principal das baleias, come estas algas. Dessa forma, a baleia ajuda na proliferação do alimento de seu alimentoO projeto Planeta em Transe é apoiado pela Open Society Foundations.

Gloria Maria volta a ser internada para tratamento de tumor no cérebro

Apresentadora do Globo Repórter, Glória Maria, de 73 anos, foi internada na última quarta-feira (4), informou a TV Globo à imprensa.

A emissora informou ainda que a internação já estava prevista desde que a apresentadora foi afastada das telas para iniciar uma nova etapa do tratamento de seu tumor no cérebro, descoberto em 2019, após ela desmaiar e bater a cabeça na cozinha de casa.

A previsão de alta é para nesta sexta-feira (6), ainda de acordo com a Globo, que prevê para este ano a volta da apresentadora ao ar.

Em março do ano passado, Glória Maria esteve no Roda Viva e comentou o tratamento. “Eu estava viva, com o diagnóstico de um tumor no cérebro. Muita gente achou que era um câncer, mas não, era um tumor terrível, que se eu não tivesse descoberto naquele momento me mataria em 15 dias.” 

Janja, primeira-dama, diz que Bolsonaro estragou Alvorada

Rosângela Lula da Silva, a Janja, mulher do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), denunciou o mau estado de conservação do Palácio da Alvorada, residência presidencial em Brasília

Em entrevista para o canal Globonews, a primeira-dama passeou com a apresentadora Natuza Nery pelo local e mostrou a área privativa do Palácio, onde o presidente e Janja irão residir de fato

Lá, era possível ver o piso estragado, estofados rasgados, uma mesa quebrada, tapetes furados e até paredes mofadas

Vestindo um terninho branco e uma blusa roxa durante a turnê pelo Palácio, a primeira-dama também deu falta de algumas obras de arte

Durante a gestão Jair Bolsonaro, de 2018 até 2022, o ex-presidente retirou várias obras de arte sacra e transferiu para o Palácio do Jaburu, da vice-presidência

A residência apresentava um par de anjos barrocos e quatro estátuas de santos nas salas.

‘Vai se informar primeiro’, responde Haddad sobre moeda única

O ministro Fernando Haddad (Fazenda) disse nesta quinta-feira (5) a um jornalista para “se informar primeiro” quando questionado, no Palácio do Planalto, sobre a possível criação de uma moeda única para o Mercosul.

“Que moeda única? Não existe moeda única, não existe essa proposta. Vai se informar primeiro”, afirmou Haddad antes de deixar o local onde aconteceu a cerimônia de posse da ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB).

O ministro foi procurado por meio da assessoria de imprensa para comentar a fala, mas não enviou uma resposta até a publicação deste texto.

A declaração do titular da pasta econômica foi dada dois dias depois de o embaixador da Argentina, Daniel Scioli, ter dito que conversou com Haddad sobre a criação de uma moeda comum para o bloco regional em reunião na sede do Ministério da Fazenda.

Na ocasião, Scioli afirmou que o objetivo é fortalecer o bloco comercial e ampliar o vínculo entre os países da região e disse que cada país preservaria a sua própria divisa, sinalizando que estava descartada a criação de uma moeda única.

“Trabalharemos pela moeda em comum. Isso não significa que cada país não tenha a sua moeda, significa uma unidade para a integração e aumento de intercâmbio comercial em todo esse bloco regional. E, como disse o presidente Lula, fortalecer o Mercosul, ampliar a união latino-americana é muito importante”, disse o embaixador.

Há uma diferença técnica entre os termos. A moeda comum seria usada em negociações comerciais entre os membros do bloco sul-americano, enquanto a moeda única substituiria a unidade monetária dos países que integram o grupo -isso significaria o Brasil abrir mão do real, por exemplo. A moeda única mais conhecida é o euro, divisa usada por países-membros da União Europeia.

Em 1º de abril de 2022, Haddad publicou um artigo na Folha, em coautoria com o economista Gabriel Galípolo (atual secretário-executivo da Fazenda), defendendo a criação de uma moeda sul-americana.

No texto, a dupla sustentava que a moeda poderia “impulsionar o processo de integração regional, marcado pelo ritmo lento e por momentos de recuo, e fortalecer a soberania monetária dos países da América do Sul, que enfrentam limitações econômicas decorrentes da fragilidade internacional de suas moedas”.

Após a conversa com Haddad, Scioli exaltou o compromisso do ministro, a quem se referiu como “uma pessoa que tem muita experiência”. “Haddad é um economista que tem uma ambição muito produtivista, uma ambição da economia real, um compromisso também muito forte com grandes objetivos da moeda comum, que terá também um impacto positivo”, afirmou.

Segundo o embaixador da Argentina, os principais temas tratados com Haddad na última terça foram a integração financeira e energética entre os países e o aumento do intercâmbio comercial entre Brasil e Argentina.

A criação de uma moeda comum com a Argentina chegou a ser discutida durante o governo Jair Bolsonaro (PL). Em 2019, o então presidente e o seu ministro da Economia, Paulo Guedes, tiveram um encontro com empresários em Buenos Aires no qual falaram sobre um plano incipiente sobre o tema.

Desde a criação do Mercosul, os países do bloco mencionam a possibilidade da criação de uma moeda comum, mas nenhuma iniciativa nesse sentido foi concretizada devido às diferenças de políticas cambiais dos membros.

Mandado falso pede prisão de Moraes, e PF apura possível invasão a sistema

ANNA SATIE E PAULO ROBERTO NETTO (FOLHAPRESS) – A Polícia Federal investiga se houve uma invasão aos sistemas do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), após um mandado de prisão falso contra o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes, assinado por ele mesmo, surgir no Banco Nacional de Monitoramento de Prisões.

“Expeça-se o mandado de prisão em desfavor de mim mesmo, Alexandre de Moraes. Publique-se, intime-se e faz o L”, diz o documento falso, dando a entender que o ministro seria apoiador do presidente Lula (PT).

A informação foi revelada pelo portal Metrópoles e confirmada pela reportagem.

O mandado fraudulento contém outras ironias, como “sem me explicar, porque sou como um deus do olimpo, defiro a petição inicial, tanto em razão da minha vontade como pela vontade extraordinária de ver o Lula continuar na Presidência”.

Moraes ainda seria condenado a pagar uma multa de R$ 22,9 milhões – o mesmo valor da punição imposta ao PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, que propôs uma ação pedindo a anulação dos votos de mais da metade das urnas usadas no segundo turno das eleições deste ano.

Em nota, o CNJ disse que identificou uma “inconsistência fora do padrão” feita por um usuário regularmente cadastrado no sistema e que o caso já está sendo investigado pelas autoridades responsáveis.

Na noite de quarta-feira (4), o Banco Nacional de Monitoramento de Prisões já estava fora do ar.