Moeda comum: entenda o que está por trás da proposta anunciada por Brasil e Argentina

A proposta de criação de uma moeda comum entre Argentina e Brasil causou certa turbulência no debate econômico ao longo dos últimos dias. O assunto ganhou centralidade na discussão pública após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reunir com o presidente argentino Alberto Fernández em visita ao país vizinho nesta semana.

Durante o encontro, os líderes anunciaram a intenção de adotar uma mesma divisa em transações comerciais, o que gerou dúvidas sobre como o sistema funcionaria e confusão sobre o significado de moeda comum e suas diferenças em relação a uma moeda única.

Para entender o que está sendo discutido entre Argentina e Brasil, veja as respostas para algumas das principais dúvidas levantadas após o anúncio.  

O QUE É MODA COMUM?

É basicamente quando dois ou mais países escolhem usar uma mesma referência monetária em suas negociações comerciais. A moeda comum funciona como uma referência para trocas financeiras, não como uma divisa circulante, como é o caso do real e do peso.

Este é o modelo que está sendo estudado por Argentina e Brasil hoje. Neste sistema, as importações, exportações e demais negociações entre as autoridades financeiras são feitas com base no valor da moeda comum.

A população e os turistas, por sua vez, continuam usando a moeda local de cada paísAtualmente, o dólar norte-americano é a referência usada na maioria das operações financeiras e comerciais. Com isso, o poder econômico de cada nação acaba sendo influenciado por questões como disponibilidade de dólar no país (reservas) e flutuações da cotação em relação à moeda local.

O QUE É MOEDA ÚNICA?

Diferentemente da moeda comum, a moeda única substitui as unidades monetárias nacionais nos países que participam do sistema. Funciona, portanto, como uma divisa corrente também, não apenas uma referência para exportações e importações.

O exemplo mais conhecido é o euro, usado por 20 dos 27 países-membros da União Europeia. Além de valer para negociações entre os países, o euro é a moeda oficial de cada nação, usada pela população e por turistas em compras do dia a dia.

Mais complexa de ser implementada, a união monetária precisa de instituições políticas compartilhadas (um mesmo Banco Central, por exemplo). É um processo que leva décadas e exige que os países tenham certa semelhança em suas estruturas econômicas e fiscais.

Para analistas, a criação de uma moeda única na América do Sul, a exemplo do que acontece na União Europeia, é uma possibilidade irreal.

O QUE É A MOEDA QUE BRASIL E ARGENTINA NEGOCIAM?

A proposta do governo brasileiro é criar uma moeda comum para transações entre os dois países. O principal objetivo é não precisar recorrer ao dólar e, assim, facilitar a integração regional.

Inicialmente, a ideia é batizar a moeda de “sur” (sul), que seria digital e serviria apenas para as negociações comerciais e financeiras. Ou seja, a divisa não substituiria o real e o peso. Argentina e Brasil seguiriam com suas moedas normalmente.

Detalhes da proposta, prazos para implementação e outras informações ainda não foram divulgadas. Por enquanto, o que há é um acordo entre os dois governos para começar estudos técnicos.

No entanto, alguns pontos sobre a moeda comum haviam sido apresentados pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e por seu secretário executivo, Gabriel Galípolo, em artigo publicado na Folha de S.Paulo em abril de 2022 (antes das eleições presidenciais).

Segundo o texto, a moeda seria emitida por um Banco Central Sul-Americano, com uma capitalização inicial feita pelos países-membros, proporcional às suas respectivas participações no comércio regional.

De acordo com Haddad e Galípolo, a integração monetária na região seria capaz de inserir uma nova dinâmica à consolidação do bloco econômico, ao “oferecer aos países as vantagens do acesso e gestão compartilhada de uma moeda com maior liquidez”.

A MOEDA COMUM ENTRE BRASIL E ARGENTINA PODE SER REALIDADE?

Oficialmente, os estudos técnicos acordados entre os dois países vão apontar para a viabilidade ou não de uma moeda comum.

Contudo, especialistas indicam alguns desafios. Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, o economista e estudioso das relações internacionais Otaviano Canuto menciona o apego dos argentinos ao dólar, destacando que essa peculiaridade é apenas uma das muitas dificuldades que podem envolver a integração financeira entre Brasil e Argentina.

Segundo ele, os brasileiros até aceitam pagamentos em peso, mas os argentinos só querem dólar. Os bancos centrais, ele diz, teriam de coibir essa preferência, o que pode não ser trivialAlém disso, Canuto frisa que moedas precisam de lastro, algo ainda incerto na proposta de Argentina e Brasil.

A diferença de estrutura econômica dos países, da inflação e das políticas fiscais também precisam ser consideradas antes que a moeda comum se torne realidade.

OUTROS PAÍSES DO MERCOSUL PARTICIPAM DAS NEGOCIAÇÕES?

Por enquanto, a proposta de acordo para criação de moeda comum envolve apenas Argentina e Brasil. No entanto, em declaração oficial, Lula e Fernandez admitiram “a intenção de criar, no longo prazo, uma moeda de circulação sulamericana, com vistas a potencializar o comércio e a integração produtiva regional e aumentar a resiliência a choques internacionais”.

O ministro da Economia argentino, Sergio Massa, ainda afirmou que o projeto de moeda comum pode levar outros países da região a estudarem a possibilidade de um avanço no mercado que facilite o intercâmbio e o comércio.

No começo deste ano, o presidente do Chile, Gabriel Boric, disse achar “interessante” a proposta de criar uma moeda comum que fortaleça o vínculo comercial entre os países da região. Ele ponderou, contudo, que “os processos são de longo prazo”.

QUAL A DIFERENÇA ENTRE A MOEDA QUE ESTÁ SENDO NEGOCIADA E O EURO?

A principal diferença é que o sur não envolve a substituição das moedas nacionais, como aconteceu com o euro.

Há também diferenças de objetivo e de abrangência. A proposta da moeda comum entre Argentina e Brasil é facilitar transações bilaterais, hoje prejudicada pela dependência do dólar, moeda que a Argentina não tem tantas reservas.

Inclusive, para evitar confusões com o euro e com a ideia de moeda única, há previsão de que o termo usado para se referir ao sur seja “unidade de conta”.

O REAL PODE ACABAR COM A CRIAÇÃO DE UMA MOEDA COMUM SULAMERICANA?

Não. A criação do sur não envolve a extinção das moedas nacionais. Peso e real continuariam sendo usados normalmente. A moeda comum tampouco seria uma “divisa paralela” para Brasil e Argentina.

Na última segunda (23), o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo, ressaltou que a ideia nada tem a ver com uma substituição das divisas circulantes em cada país.

QUAIS AS VANTAGENS E DESVANTAGENS DE UMA MOEDA COMUM? E DE UMA MOEDA ÚNICA?

A moeda comum facilita as transações comerciais entre os países, ao retirar a necessidade de converter os valores para o dólar.

Reservas de moeda estrangeira e flutuações da cotação em relação à moeda local também passam a influenciar menos nas exportações e importações entre os países parceiros.

Antecipar desvantagens é complexo considerando que o modelo não está desenhado. No entanto, é de se esperar que um novo sistema imponha custos de implementação, adaptação e formação profissional aos países.

No caso da moeda única, como o euro, um dos pontos positivos é a facilidade em trocar moeda entre os países que participam do sistema. Pessoas e empresas ganham com a simplificação de transferências e pagamentos além das fronteiras.

A integração dos mercados financeiros também pode ajudar os países a ganharem mais eficiência, assim como garantir maior estabilidade de preços e credibilidade.

Em relação às desvantagens, a principal é a perda de autonomia em alguns temas. Ao fazer a integração monetária, os países abrem mão de tomar algumas decisões de política monetária individualmente, como a possibilidade de definir a própria taxa de juros.

A escolha do sistema fiscal também precisa estar em concordância com os demais países. Taxas de câmbio, políticas econômicas e estratégias de endividamento devem estar alinhadas, como forma de evitar que alguns países assumam o risco de outros.

A ausência de concatenação fiscal, por exemplo, é considerada uma das razões para a crise do euro da década passada.

PAULO GUEDES REALMENTE DEFENDEU UMA MOEDA ÚNICA PARA O MERCOSUL?

Sim. Em agosto de 2021, Paulo Guedes, então ministro da Economia de Jair Bolsonaro (PL), afirmou que uma moeda única para o Mercosul possibilitaria uma integração maior e uma área de livre comércio. Segundo ele disse, a união monetária poderia ser uma das “cinco ou seis moedas relevantes no mundo”.

Antes disso, em 2008, em artigo publicado pela revista “Época”, ele já havia defendido a criação, para toda a América Latina, do que chamaria de “peso real”.

Guedes argumentava que a empreitada deflagraria um ciclo de reformas tributária, trabalhista e previdenciária, com efeitos positivos para todo o continente.

Em 2019, Jair Bolsonaro (PL) também comentou publicamente sobre a ideia de implementar a moeda única entre Brasil e Argentina.

“Houve um primeiro passo para o sonho de uma moeda única. Como aconteceu com o euro lá atrás, pode acontecer o peso real aqui”, disse o então presidente.

Haddad fez questão de frisar que o plano atual não tem relação com a proposta defendida pelo governo anterior.

COMO UM PAÍS MUDA SUA MOEDA?

Em termos legais, é preciso aprovar uma lei instituindo a mudança de moeda. O Brasil, por exemplo, trocou de moeda oito vezes antes de chegar ao real -quase todas por causa da desvalorização e desmoralização da divisa anterior.

O processo costuma ser gradual, já que envolve emissão de novas cédulas e definições sobre conversão de valores da divisa antiga para a nova.

No caso de uma moeda única, a adoção pode ser ainda mais longa, num prazo de décadas.

O caso europeu é um exemplo. A confirmação da união monetária pelo Conselho Europeu aconteceu em 1988. Na época, um comitê ficou responsável por estudar e propor um plano para a unificação da moeda, o que foi feito em três etapas ao longo da década de 1990.

O Tratado da União Europeia, aprovado em 1991 determinou o que seria necessário para instituir a moeda única e estabeleceu a cidadania europeia, que permite a livre circulação e residência entre os cidadãos europeus de países da UE.

Entre 1999 e 2002, a moeda começou a ser usada para pagamentos eletrônicos. Foi só em 2002 que o euro efetivamente entrou em circulação.

WhatsApp libera criação de comunidades com até 5 mil pessoas no Brasil

O WhatsApp anunciou que vai liberar a criação de comunidades, com a proposta de reunir grupos que tratem de assuntos afins para facilitar a organização de conversas. Esses espaços poderão reunir até 5 mil pessoas.

A nova funcionalidade vai permitir, por exemplo, que uma escola junte bate-papos de diferentes turmas ou temas sob um mesmo guarda-chuva e envie mensagens e alertas a todos os participantes. Empresas e condomínios poderão fazer o mesmo.

Procurado, o WhatsApp afirma que as alterações no aplicativo serão feitas de forma gradual. Até a tarde desta quinta, a opção de criar comunidade estava indisponível.

O recurso é oferecido em outros países desde novembro. A Meta, dona do WhatsApp, adiou o lançamento da funcionalidade no Brasil, após o Ministério Público Federal ter recomendado à empresa esperar até 2023 para disponibilizá-la, como medida preventiva contra desinformação no contexto eleitoral.

Conforme revelou a Folha de S.Paulo em julho, a Procuradoria da República em São Paulo havia enviado ofício ao WhatsApp instando a empresa a não aumentar o número máximo de integrantes em seus grupos de 256 para 512, nem lançar as comunidades, antes da posse do novo presidente da República, em 2023.

O administrador da comunidade pode enviar mensagens a todos os seus membros, ou seja, 5 mil pessoas. Até então, o alcance era limitado a 256 pessoas em listas de transmissão e grupos.

Cabe também à administração dessas comunidades adicionar ou remover pessoas, criar ou incluir grupos dentro da comunidade e fazer moderação, com poder de apagar mensagens e arquivos considerados abusivos.

A atualização ainda vai aumentar o limite máximo de participantes de um grupo para 1.024 pessoas, habilitar a criação de enquetes em conversas e permitir videochamadas com até 32 presentes.

Segundo informe publicado no blog do WhatsApp, o objetivo das comunidades é aumentar a segurança e a privacidade de organizações, que, com a funcionalidade, deixariam de depender de outros softwares para administrar diversos bate-papos.

O lançamento dos recursos vem na sequência de outras atualizações no aplicativo, que permitiram reagir a mensagens com emoji, compartilhar arquivos maiores e que administradores pudessem expulsar membro de grupos. O concorrente russo Telegram já oferecia essas opções.

Os usuários também podem se prevenir de abusos relacionados às comunidades, com as opções abaixo:

  • Decidir quem pode adicioná-los a comunidades
  • Denunciar abusos nos bate-papos
  • Bloquear contatos
  • Sair das comunidades

Quando lançou a funcionalidade no ano passado, o WhatsApp enfatizou querer manter o foco na troca de mensagens, para marcar distinção de redes sociais e do Telegram. Não será possível buscar por comunidades, como é possível encontrar canais com número irrestrito de participantes no concorrente russo.

“Como as conversas nessas pequenas comunidades são privadas, o WhatsApp continuará protegendo as mensagens com a criptografia de ponta a ponta para que apenas os membros dos grupos e mais ninguém possa vê-las”, afirmou a empresa em comunicado de 2022.

Além da moderação por parte dos administradores, o WhatsApp promete dissolver comunidades envolvidas em abusos, como a distribuição de material de abuso sexual infantil ou a coordenação de violência ou tráfico de pessoas. Outra possível sanção é o banimento de membros com comportamento nocivo.

“Usaremos como base todas as informações não criptografadas disponíveis, como o nome e a descrição da Comunidade e as denúncias dos usuários, para tomar as medidas adequadas”, disse a empresa no mesmo informe.

Australian Open: Stefani e Matos conquistam inédito título de duplas para o Brasil

Os tenistas Luisa Stefani, 25, e Rafael Matos, 27, tornaram-se nesta quinta-feira (26) a primeira dupla 100% brasileira a ganhar um título de duplas de um dos quatro maiores torneios de tênis do mundo.

Em Melbourne, na Austrália, eles venceram os indianos Sania Mirza e Rohan Bopann por 2 sets a 0, com parciais de 7/6 e 6/2, e conquistaram o título das duplas mistas do Australian Open.

Antes deles, a única dupla 100% brasileira que havia chegado a uma final de Grand Slam foi Cássio Motta e Cláudia Monteiro, vice-campeões de Roland Garros em 1982.

Tenistas brasileiros só foram campeões de duplas em Grand Slam com parceiros estrangeiros. Maria Esther Bueno, Bruno Soares, Marcelo Melo e Thomaz Koch já ergueram taças de duplas nos principais torneios do tênis.

Bruno Soares, aliás, tem seu nome marcado na história do Australian Open. Em 2016, ele venceu tanto o torneio de duplas masculinas, ao lado do britânico Jamie Murray, quanto o de duplas mistas, jogando com a russa Elena Vesnina.

Ex de Shakira, Piqué assume namoro com Clara Chía e recebe críticas

O ex-jogador do Barcelona Gérard Piqué, 35, assumiu o namoro com a estudante Clara Chía, 23, na noite desta quarta-feira (25). Ele postou uma foto ao lado da namorada no Instagram após trocas de indiretas recentes com a ex-mulher, a cantora colombiana Shakira, 45, e boatos de que traiu a namorada.

Piqué e Clara estão juntos desde agosto de 2022, quase dois meses após o jogador e Shakira anunciarem o fim do casamento de 11 anos. O ex-jogador foi flagrado de mãos dadas com Clara no fim do ano passado, mas os rumores do envolvimento dele com a estudante existem há mais tempo. Ela teria sido o pivô da separação do ex-casal.

O suposto caso extraconjugal de Piqué e Clara ganhou ainda mais repercussão na imprensa no início deste ano após Shakira lançar a música “Music Sessions” com muita ironia e várias indiretas ao ex-marido. No single, a cantora ataca Clara e diz que ela vale mais que uma de 22 -uma referência a idade da estudante. O clipe da música ultrapassou a marca de 200 milhões de visualizações no YouTube.

Em outro trecho da música, a cantora fala que o ex-marido trocou um relógio Rolex por um Casio e uma Ferrari por um Twingo. Piqué não se intimidou e deu o troco na ex-mulher anunciando em uma live o patrocínio da marca Casio no campeonato Kings League e chegou a um compromisso dirigindo um Twingo. Em meio a briga pública do ex-casal, Clara decidiu não sair de casa com medo da reação das pessoas.

Após Piqué assumir o namoro nas redes, os internautas fizeram comentários deixando claro que preferem a cantora colombiana. “Shaki team! Tomara que ela poste [foto] logo com outro boy”, comentou Gabriela Sales na publicação feita pelo ex-jogador. “Olha, gente! Um Casio e um Twingo”, escreveu a Vanessa Guará zombando do casal.

A influenciadora brasileira Drika Marinho também defendeu a cantora colombiana. “Shakira wonderful [maravilhosa], Marília Mendonça nunca esteve errada, a geleia vendo isso”, escreveu fazendo referência ao pote de geleia que fez Shakira desconfiar que estava sendo traída -alguém tinha comido o doce que apenas ela gostava.

Homossexualidade não é crime, mas é pecado, diz papa Francisco

O papa Francisco defendeu a descriminalização da homossexualidade e disse que a Igreja Católica deve agir para acabar com “leis injustas” que afirmam o contrário. Em entrevista à Associated Press publicada nesta quarta-feira (25), porém, o pontífice reforçou a posição doutrinária que trata a homossexualidade como pecado.

“Ser homossexual não é crime”, disse o papa argentino. “Não é crime. Sim, mas é um pecado. Tudo bem, mas primeiro vamos distinguir entre um pecado e um crime. Também é pecado não ter caridade com o próximo.”

Em 2013, seu primeiro ano à frente da Igreja Católica, Francisco se declarou inapto a rejeitar homossexuais que buscassem o conforto de Deus. “Quem sou eu para julgar?”, disse à época. A fala encheu católicos LGBTQIA+ com a esperança de serem acolhidos sem ressalvas no seio da instituição.

Oito anos depois, o mesmo Francisco deu sinal verde para o Vaticano divulgar a diretriz para que clérigos não deem sua bênção a uniões entre pessoas do mesmo sexo. “Deus não pode abençoar o pecado”, diz o documento da Congregação para a Doutrina da Fé, órgão responsável por formular normas para os fiéis da maior vertente cristã do mundo.

Na entrevista, Francisco reconheceu que lideranças católicas em algumas partes do mundo ainda apoiam leis que criminalizam a homossexualidade ou discriminam a comunidade LGBTQIA+. “Esses bispos precisam ter um processo de conversão”, afirmou, acrescentando que tais lideranças devem agir com ternura –”por favor, como Deus tem por cada um de nós”.

De acordo com o Human Dignity Trust, organização sediada em Londres que mapeia direitos e desafios dos LGBT pelo mundo, ao menos 67 países e territórios criminalizam a atividade sexual entre pessoas do mesmo sexo. Em 11 desses países, homossexuais podem ser punidos com a morte.

O papa descreveu essas legislações como “injustas” e disse que a Igreja Católica pode e deve trabalhar para acabar com elas. “Somos todos filhos de Deus, e Deus nos ama como somos e pela força com que cada um de nós luta pela nossa dignidade.

O Catecismo da Igreja Católica se refere à homossexualidade como “atos de grave depravação” e os descreve como “intrinsecamente desordenados”. Diz o texto doutrinário: “Eles são contrários à lei natural. Fecham o ato sexual ao dom da vida. Não procedem de uma genuína complementaridade afetiva e sexual. Em hipótese alguma podem ser aprovados.”

A igreja defende, porém, que homossexuais “devem ser aceitos com respeito, compaixão e sensibilidade” e afirma que “todo sinal de discriminação injusta em relação a eles deve ser evitado”. Ponderando que a “gênese psicológica” da homossexualidade é inexplicada, a norma católica preconiza a castidade para pessoas LGBTQIA+.

“Essas pessoas são chamadas a cumprir a vontade de Deus em suas vidas e, se forem cristãs, a unir ao sacrifício da Cruz do Senhor as dificuldades que possam encontrar em sua condição”, diz o Catecismo.

Como líder da Igreja Católica há dez anos, Francisco não mudou as diretrizes doutrinárias nesse sentido. Alguns de seus discursos, porém, são vistos como, se não mais progressistas, ao menos mais acolhedores à comunidade LGBT.

“Pessoas homossexuais têm o direito de estar em uma família. Elas são filhas de Deus e têm direito a uma família. Ninguém deveria ser descartado [dela] ou ser transformado em miserável por conta disso”, diz o papa no documentário “Francesco”, lançado em 2020.

No filme, a fala do pontífice vem logo após ele ler uma carta de um homem gay que adotou três crianças com seu parceiro. Nela, o homem explica que gostaria de ir com o companheiro e os filhos às missas em sua paróquia, mas temia que as crianças fossem hostilizadas. Segundo o Vaticano, a fala do papa foi tirada de contexto e construída a partir de suas respostas a duas perguntas diferentes.

Em janeiro de 2022, Francisco fez um apelo para que pais não condenem seus filhos devido à orientação sexual. Ele falava sobre a dificuldade que os pais podem enfrentar na criação de filhos quando elencou a importância de “não se esconder atrás de uma atitude de condenação” diante de filhos LGBTQIA+. Na ocasião, também defendeu que a igreja pode e deve apoiar leis de união civil destinadas a dar a casais homoafetivos direitos igualitários em áreas como acesso a saúde e compartilhamento de bens.

Um dos principais opositores à união homoafetiva na Igreja Católica era Bento 16, antecessor de Francisco morto em dezembro. Em biografia autorizada publicada em maio de 2020, ele comparou a prática ao “anticristo”. “Há um século seria considerado absurdo falar sobre casamento homossexual. Hoje, quem se opõe a ele é excomungado da sociedade”, afirmou. “A sociedade moderna está formulando um credo ao anticristo que supõe a excomunhão da sociedade quando alguém se opõe”.

Oscar 2023 anuncia filmes indicados; assista ao vivo

A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood anuncia, nesta terça-feira (24), os indicados à 95ª edição do Oscar, mais importante premiação de cinema dos Estados Unidos. A cerimônia é transmitida pelo site e pelas redes sociais da organização, a partir das 10h30 do horário de Brasília.

O ator e produtor Riz Ahmed, que venceu o homenzinho dourado no ano passado pelo curta “The Long Goodbye”, e a atriz Allison Williams, atualmente em cartaz com o terror “M3GAN”, comandam o anúncio, que será dividido em duas partes.

Na primeira, serão revelados os indicados a ator e atriz coadjuvantes, animação em longa e curta-metragem, figurino, curta-metragem, cabelo e maquiagem, trilha sonora, som, roteiro adaptado e roteiro original, não necessariamente nesta ordem.

Depois, a partir das 10h41, eles anunciam os contemplados em ator, atriz, fotografia, direção, documentário em longa e curta-metragem, montagem, filme internacional, canção original, filme, direção de arte e efeitos especiais.

A expectativa é que apareçam na lista filmes como “Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo”, “Os Banshees de Inisherin”, “Os Fabelmans”, “Avatar: O Caminho da Água”, “Tár” e “Elvis”

O Brasil, que ficou de fora dos pré-indicados a filme internacional, pode aparecer com o curta “Sideral” ou com o documentário “O Território”, do qual é um dos produtores.

Marcada para o dia 12 de março, a 95ª edição do Oscar acontece no tradicional Dolby Theatre, em Los Angeles, e terá Jimmy Kimmel como apresentador.

Americanas: ‘jamais tivemos conhecimento’, dizem acionistas sobre rombo

O trio de acionistas de referência da Americanas, Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, que juntos possuem 31% da empresa, divulgou nota neste domingo (22) na qual afirmam que jamais tiveram conhecimento e que nunca admitiriam quaisquer manobras ou dissimulações contábeis na companhia.

A nota – a primeira manifestação pública desde o estouro do escândalo contábil, no dia 11- foi antecipada pelo site Brazil Journal.

Os acionistas dizem que a Americanas foi administrada por executivos considerados qualificados e de reputação ilibada nos últimos 20 anos, e que contava com uma das maiores e mais conceituadas empresas de auditoria independente do mundo, a PwC.

“Assim como todos os demais acionistas, credores, clientes e empregados da companhia, acreditávamos firmemente que tudo estava absolutamente correto”, dizem os três acionistas.

“Reafirmamos o nosso empenho em trabalhar pela recuperação da empresa, com a maior brevidade possível, focados em garantir um futuro promissor para a empresa, seus milhares de empregados, parceiros e investidores e em chegar a um bom entendimento com os credores.”

De acordo com a nota, desde que a empresa divulgou o fato relevante ao mercado, no dia 11 de janeiro, tornando pública a existência de cerca de R$ 20 bilhões em “inconsistências em sua contabilidade”, vários esforços vêm sendo feitos.

Em nenhum momento os três falam sobre a possibilidade de colocar dinheiro para capitalizar a empresa -algo que os bancos credores têm os pressionado a fazer. Eles afirmam que, como acionistas, também foram “alcançados por prejuízos”.

O trio afirma que o comitê independente da companhia terá todas as condições de apurar os fatos que redundaram nas inconsistências contábeis, bem como de avaliar a eventual quebra de simetria no diálogo entre os auditores e as instituições financeiras.

“Manifestamos mais uma vez nosso compromisso de integral transparência e de total colaboração em tudo que estiver ao nosso alcance para esclarecer todos os fatos e suas circunstâncias”, dizem os três.

“Lamentamos profundamente as perdas sofridas pelos investidores e credores, lembrando que, como acionistas, fomos alcançados por prejuízos.”

O trio também afirma que sua atuação sempre foi pautada, ao longo de décadas, por rigor ético e legal. “Isso foi determinante para a posição que alcançamos em toda uma vida dedicada ao empreendedorismo, gerando empregos, construindo negócios e contribuindo para o desenvolvimento do país.”

Por causa do escândalo contábil no qual R$ 20 bilhões deixaram de ser registrados como dívidas no balanço, a Americanas entrou em recuperação judicial na última quinta (19).

A varejista tem uma dívida de aproximadamente R$ 43 bilhões com 16,3 mil credores, configurando o quarto maior pedido de recuperação judicial da história do Brasil.
A empresa afirmou neste sábado (21) que suas operações não foram afetadas por eventuais restrições de caixa e que não houve alteração na demanda dos clientes, na oferta de produtos e no fluxo de pagamentos, segundo Marcio Chaer, diretor de operações e relacionamento com o consumidor da Americanas.

Veja íntegra da nota:

“No dia 11 de janeiro de 2023, por meio de “fato relevante”, a Americanas S.A. tornou pública a existência de significativas inconsistências em sua contabilidade. Desde então, sempre com transparência e imediatismo, vários esforços vêm sendo feitos para o correto tratamento dos desafios que hoje se colocam à empresa.

Usamos dessa mesma clareza para esclarecer de modo categórico e a bem da verdade que:

1) Jamais tivemos conhecimento e nunca admitiríamos quaisquer manobras ou dissimulações contábeis na companhia. Nossa atuação sempre foi pautada, ao longo de décadas, por rigor ético e legal. Isso foi determinante para a posição que alcançamos em toda uma vida dedicada ao empreendedorismo, gerando empregos, construindo negócios e contribuindo para o desenvolvimento do país.

2) A Americanas é uma empresa centenária e nos últimos 20 anos foi administrada por executivos considerados qualificados e de reputação ilibada.

3) Contávamos com uma das maiores e mais conceituadas empresas de auditoria independente do mundo, a PwC. Ela, por sua vez, fez uso regular de cartas de circularização, utilizadas para confirmar as informações contábeis da Americanas com fontes externas, incluindo os bancos que mantinham operações com a empresa. Nem essas instituições financeiras nem a PwC jamais denunciaram qualquer irregularidade.

4) Portanto, assim como todos os demais acionistas, credores, clientes e empregados da companhia, acreditávamos firmemente que tudo estava absolutamente correto.

5) O comitê independente da companhia terá todas as condições de apurar os fatos que redundaram nas inconsistências contábeis, bem como de avaliar a eventual quebra de simetria no diálogo entre os auditores e as instituições financeiras.

6) Manifestamos mais uma vez nosso compromisso de integral transparência e de total colaboração em tudo que estiver ao nosso alcance para esclarecer todos os fatos e suas circunstâncias.

7) Lamentamos profundamente as perdas sofridas pelos investidores e credores, lembrando que, como acionistas, fomos alcançados por prejuízos.

8) Reafirmamos o nosso empenho em trabalhar pela recuperação da empresa, com a maior brevidade possível, focados em garantir um futuro promissor para a empresa, seus milhares de empregados, parceiros e investidores e em chegar a um bom entendimento com os credores.

Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira”

Com Lula na Argentina, Alckmin assume a presidência pela primeira vez

O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) assumiu pela primeira vez a Presidência da República no início da noite deste domingo (22), com a ida do presidente Lula (PT) à Argentina.

Lula embarcou às 18h para a sua viagem internacional. De acordo com a legislação brasileira, o vice se torna presidente em exercício a partir do momento em que o presidente cruza a fronteira.

Alckmin pleiteou a presidência duas vezes, quando ainda estava no PSDB, partido que ajudou a fundar e onde passou 33 anos – no início do ano passado, foi para o PSB para compor a chapa de Lula.

Na primeira vez, ele foi derrotado pelo próprio Lula, no segundo turno de 2006. Na segunda, acabou em quarto lugar, em 2018, quando Jair Bolsonaro (então PSL, hoje PL) foi eleito.

A situação já está rendendo memes e piadas pela internet. Alckmin acabou pagando o pato do PSDB por ter recebido menos de 5% dos votos em 2018, na primeira vez que o partido não foi ao segundo turno.

Em uma disputa interna com o ex-governador paulista João Doria (hoje sem partido), ele deixou a sigla sem muito alarde no final de 2021. Agora, brincam os internautas, deu a volta por cima.

Esta é a primeira viagem internacional de Lula desde que tomou posse. Ele vai participar da Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos), em Buenos Aires, entre amanhã e terça (24).

Esta prevista uma série de encontros com chefes de Estado da América Latina, incluindo o presidente argentino, Alberto Fernández, e o presidente cubano, Miguel Díaz-Canel.

Na quarta (25), vai para Montevidéu, no Uruguai, onde também deverá se encontrar com o presidente Luis Alberto Lacalle Pou.

A viagem marca a retomada do fortalecimento entre os países latino-americanos, uma das marcas do primeiro governo Lula (2003-2010). Desde a campanha, o petista vem falando em estimular os tratados comerciais localmente e fortalecer o Mercosul (Mercado Comum do Sul).

TSE dá prazo de 5 dias para resposta de Bolsonaro sobre fala contra eleição

O corregedor-geral do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ministro Benedito Gonçalves, deu prazo de cinco dias para que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se manifeste sobre declarações antidemocráticas contra o resultado das eleições e os atos golpistas de 8 de janeiro.

A decisão acolhe um pedido feito pela coligação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em uma ação contra Bolsonaro por “uso indevido dos meios de comunicação social e abuso do poder político” por parte do presidente, conforme diz o despacho.

Nele, segundo o ministro, a coligação diz que esses atos foram cometidos “contra o sistema eleitoral brasileiro, a visarem a abalar a normalidade e higidez do pleito, para, assim, deslegitimar o sufrágio eleitoral democrático e seguro, incutindo nos eleitores o sentimento de insegurança e descrença no sistema eleitoral e, por consequência, atentando contra a existência do próprio Estado Democrático de Direito”.

Benedito Gonçalves pede que seja indicado pelos autores da ação um novo endereço de Bolsonaro para que ele seja devidamente citado. “Ante o exposto, determino a intimação dos réus, para que se manifestem, no prazo de defesa (cinco dias a contar da citação), sobre os fatos articulados na petição ID 158556478”, escreveu o corregedor.

Na semana passada, Gonçalves havia estabelecido outro prazo de defesa de três dias para Bolsonaro por conta da minuta do decreto golpista encontrado na casa do ex-ministro Anderson Torres. O documento, considerado inconstitucional, foi encontrado pela Polícia Federal durante busca e apreensão na casa de Torres.

A reportagem procurou o partido ao qual Bolsonaro é filiado, o Partido Liberal, que disse que não responder pelo ex-presidente da República.

Gisele é flagrada com professor de jiu-jítsu na Costa Rica

A supermodelo Gisele Bündchen, 42, foi vista novamente com o professor brasileiro de jiu-jítsu, Joaquim Valente, 34, aumentando os rumores de que eles estariam vivendo um romance. O Page Six flagrou os dois correndo em Puntarenas, na Costa Rica, lugar preferido da modelo, no último sábado (14).

A modelo e o professor de jiu-jítsu foram fotografados juntos dois dias antes da derrota do time do Tampa Bay Buccaneers, do seu ex-marido Tom Brady, para o Dallas Cowboys, na final da NFL. Fontes próximas à modelo negam o romance.

Os boatos de que Gisele e Valente estariam namorando começaram em novembro do ano passado. Eles foram fotografados jantando com os filhos da modelo na Costa Rica dias após ela anunciar nas redes sociais o divórcio de Brady.

Na época, uma fonte disse ao New York Post que o jogador ficou magoado ao ver os dois juntos no local onde costumavam passar férias em família – na época ele trocou sua foto de perfil no Twitter, em que aparecia abraçado com a ex-mulher e os três filhos.

Valente tem uma academia de jiu-jítsu com irmão, sediada nos Estados Unidos, onde a modelo e os filhos praticam a arte marcial. Ele praticou jiu-jítsu com Hélio Gracie e recebeu o diploma de professor logo depois que se mudou para Miami, em 2007.