Governo traça estratégias para o Plano Nacional de Fertilizantes

Para estruturar o Plano Nacional de Fertilizantes (PNF), o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, se reuniu com o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, nesta sexta-feira (24).

“A ideia é fortalecer a indústria de fertilizantes e o Brasil ser menos dependente de importação, sendo o maior exportador agrícola do mundo que é. Para isso, precisamos reduzir o preço do gás natural. É um esforço grande”, declarou o vice-presidente.

Durante a reunião foram traçadas as estratégias para que o PNF possa realmente avançar.

“A proposta é que o Brasil volte, a médio prazo, a ter boa parte do domínio dos fertilizantes. Mas temos que começar já, fortalecendo a indústria e com políticas públicas de barateamento de energia e gás para que possamos ganhar mais competitividade e segurança”, afirmou Fávaro.

CONSELHO NACIONAL DE FERTILIZANTES

O PNF é coordenado e acompanhado pelo Conselho Nacional de Fertilizantes e Nutrição de Plantas (Confert), cujo decreto de instalação já foi assinado pelo presidente Lula, conforme informou Alckmin.

“Vamos instalar o conselho e convidei o ministro Fávaro para atuarmos juntos”, disse o vice-presidente.

De acordo com ele, a presidência será assumida pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), enquanto o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) será o responsável pela secretaria do Confert.

Agricultura aprofunda relações com a China, maior parceiro comercial do Brasil

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, reuniu-se com a delegação da República Popular da China no Brasil visando fortalecer a parceria e identificar oportunidades para comercialização de mais produtos entre os dois países.

“A China é muito importante para o Brasil e para os brasileiros. Eles são nosso principal parceiro comercial e temos interesse em fortalecer o comércio de diversos produtos”, comentou o ministro.

A China é a maior importadora do milho brasileiro, responsável por um terço do incremento do volume exportado do produto. As vendas ao país asiático foram autorizadas em novembro último e, já em dezembro de 2022, atingiram 1,10 milhão de toneladas. É também a principal importadora do complexo soja, comprando US$ 819,82 milhões em dezembro de 2022 ou 65,8% do valor exportado pelo Brasil.

Embaixador da República Popular da China no Brasil, Zhu Qingqiao ressaltou a importância na cooperação agrícola, e ainda, na tecnologia, na produção e na infraestrutura entre dois países. “Ambos os países estão numa etapa crucial de desenvolvimento visando novas oportunidades. Temos grande expectativa para o aumento quantitativo e qualitativo da nossa cooperação”, afirmou.

De acordo com Fávaro, o encontro também foi uma oportunidade para preparar os assuntos que serão desdobrados durante missão do presidente Lula à China no próximo mês.

Também participaram da reunião o presidente da Frente Parlamentar Brasil-China e dos BRICS, deputado Fausto Pinato; o secretário-executivo do Mapa, Irajá Lacerda; o secretário de Comércio e Relações Internacionais, Roberto Perosa e o secretário de Defesa Agropecuária, Carlos Goulart.

BNDES anuncia reabertura de contratações de crédito na safra 2022/23

O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) anunciou a reabertura de protocolos e contratações de operações de crédito para programas agropecuários. Sobre o assunto, o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, destacou nesta sexta-feira (27) a importância dessa retomada.

Serão disponibilizados cerca de R$ 2,9 bilhões para os protocolos de novas operações no âmbito de diversas linhas do Plano Safra 22/23, que haviam sido suspensos no ano passado em razão do nível de comprometimento dos recursos.

“É só o começo de boas políticas públicas que vão fazer a agricultura brasileira cada vez mais forte, mais pujante e mais competitiva”, comentou. 

Com a medida anunciada pelo BNDES, a reabertura, que será em 1° de fevereiro, prevê apoio à agricultura familiar e empresarial para custeio e investimento em diversas finalidades, como projetos de ampliação e modernização da produção, aquisição de máquinas e equipamentos, sustentabilidade, armazenagem, inovação e modernização de cooperativas.

Confira a lista dos programas que terão protocolos reabertos:

  • Programa Crédito Agropecuário Empresarial de Custeio
  • Programa Crédito Agropecuário Empresarial de Investimento
  • Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar – PRONAF Custeio, no tocante à linha de crédito com taxa de juros prefixada de até 6% a.a. (seis por cento ao ano) – PRONAF Custeio Faixa II
  • Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar – PRONAF Investimento
  • Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural – PRONAMP Custeio e Investimento
  • Programa para a Adaptação à Mudança do Clima e Baixa Emissão de Carbono na Agropecuária – Programa ABC
  • Programa para Construção e Ampliação de Armazéns – PCA
  • Programa de Incentivo à Inovação Tecnológica na Produção Agropecuária – INOVAGRO
  • Programa de Financiamento à Agricultura Irrigada e ao Cultivo Protegido – PROIRRIGA
  • Programa de Modernização da Frota de Tratores Agrícolas e Implementos Associados e Colheitadeiras – MODERFROTA
  • Programa de Desenvolvimento Cooperativo para Agregação de Valor à Produção Agropecuária – PRODECOOP
  • Programa de Capitalização de Cooperativas Agropecuárias – PROCAP-AGRO Giro

Agro: Governo anuncia habilitação de frigoríficos para a Indonésia

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, anunciou nesta quarta-feira (18) a habilitação de 11 plantas frigoríficas para a Indonésia, além da possiblidade de derrubada da suspensão da exportação de três plantas para a China. O comunicado foi feito em reunião com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. 

O Brasil está desde 2019 sem habilitar novas plantas frigoríficas para a China. A possibilidade de retirada da suspensão é para uma empresa de abate de bovinos e duas de aves, que estavam com as exportações para a China suspensas desde 2022. No caso da Indonésia, todas as novas habilitações são para plantas bovinas. 

Também foi anunciada hoje a primeira abertura de mercado registrada pelo Brasil em 2023, que é a de algodão em pluma para o Egito. 

Ao final do encontro, Fávaro destacou que essas conquistas são o sinal do retorno da credibilidade do Brasil no mercado internacional. 

“É o fruto do trabalho dos empresários e dos técnicos do Ministério da Agricultura, mas também da credibilidade do presidente Lula. São ações que aconteceram nas últimas horas que mostrou que o mundo voltou a acreditar no Brasil, as oportunidades de empregos vão acontecer aqui”, disse. 

ALGODÃO PARA O EGITO

O governo egípcio, através do órgão oficial de Quarentena Vegetal, abriu o mercado para o Algodão em Pluma do Brasil, definindo os requisitos fitossanitários para a importação do produto. Essa foi a primeira abertura de mercado registrada pelo Brasil em 2023. 

As negociações para a abertura do mercado iniciaram em 2006 sendo intensificadas a partir de 2020, resultando finalmente agora na abertura do mercado.

Segundo o ministro, essa abertura de mercado representa o reconhecimento da qualidade do produto brasileiro. “Quem não quer comprar uma camisa ou um lençol com a qualidade do algodão egípcio? Se o Brasil vai exportar para o Egito significa que tem qualidade, tem credibilidade e tem respeito. Ao receber essa habilitação para exportar para o Egito, recebemos a chancela de qualidade do algodão brasileiro para o mundo todo”, disse.   

O Egito  importa aproximadamente 120 mil toneladas de algodão em pluma anualmente, sendo os maiores fornecedores Grécia, Burkina Faso, Benin e Sudão. O Brasil pode-se beneficiar de uma janela de oportunidade entre os meses de julho e setembro, já que as exportações gregas só se iniciam em outubro. Estima-se que o Brasil tenha potencial para atender, a princípio, 20-25% da demanda egípcia. 

Agricultura destaca responsabilidade na produção de alimentos com sustentabilidade

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, participou nesta sexta-feira (6) da primeira reunião ministerial do atual governo. O encontro foi comandado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto, com a presença dos 37 ministros.

Para Fávaro, a reunião foi fundamental para o alinhamento de metas com a equipe ministerial. 

“Mais uma vez, reitero minha gratidão à confiança manifestada pelo presidente Lula ao acreditar que um homem do agronegócio, como eu, represente a perspectiva de fazer com que os produtores, empresário sérios, que conhecem a responsabilidade da produção de alimentos nesse país, possa mostrar para o Brasil e para o mundo que nós fazemos, podemos e devemos produzir mais e melhor, sem precisar ofender ou adentrar a floresta amazônica ou o meu querido Pantanal, ou qualquer outro bioma que tem que ser protegido”, destacou.  

Em seu pronunciamento, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ressaltou a importância de Távora para o desenvolvimento de um agronegócio sustentável no país.

“Eu fico muito feliz quando eu vejo um homem do agronegócio, como o ministro da agricultura, como o companheiro Fávaro, ou seja, eu penso que o Fávaro é a perspectiva que nós temos de fazer com que as pessoas sérias, os homens de negócio do agronegócio, os empresários de verdade que sabem a responsabilidade da produção de alimentos nesse país, que sabe a necessidade da produção sem precisar ofender ou adentrar a floresta amazônica ou o pantanal, ou qualquer outro bioma que tem que ser protegido”, disse Lula. 

Ministério da Pesca e Aquicultura anuncia três novos secretários nacionais

O ministro da Pesca e Aquicultura, André de Paula, anunciou, nesta quarta-feira (4), os nomes que comporão as secretarias nacionais da pasta. Os novos secretários têm perfil técnico e ampla experiência no setor.

A Secretaria Nacional de Pesca Artesanal será conduzida pelo professor Cristiano Wellington Noberto Ramalho, doutor em Ciências Sociais pela Unicamp.

A engenheira de pesca, professora, mestre e doutora, Flávia Lucena Frédou ficará à frente da Secretaria Nacional de Registro, Monitoramento e Pesquisa.

O zootecnista Carlos Mello, mestre e doutor em Aquicultura, ocupará a Secretaria Nacional de Pesca Industrial.

Cristiano Ramalho e Flávia Frédou integraram a coordenação do Grupo Técnico de Pesca, no âmbito da Comissão de Transição Governamental 2022.

Cristiano Wellington Noberto Ramalho tem graduação em Ciências Sociais pela UFRPE, mestrado em Sociologia pela UFPE e doutorado em Ciências Sociais pela UNICAMP. Atualmente, é professor do Departamento de Sociologia (DS) da UFPE e pesquisador do CNPq. Estuda o universo das comunidades pesqueiras artesanais há mais de 26 anos, trabalhando em parceria com vários movimentos sociais representativos da pesca artesanal, a exemplo do MPP, ANP e CPP.

Flávia Lucena Frédou é graduada em Engenharia de Pesca pela UFRPE (1995), mestrado em Oceanografia Biológica pela FURG (1997), doutorado em Modelagem pela University of East Anglia (UEA, Inglaterra, 2000) e Pós-doutorado no IRD (Institut Pour la Recherche et Development, França, 2014). Atualmente, é professora titular da UFRPE, atuando principalmente na avaliação e gestão dos recursos pesqueiros, inclusive em comitês Nacionais e Internacionais da pesca.

Carlos Mello tem graduação em Zootecnia pela UFRPE, mestrado e doutorado em Aquicultura pela UFSC. Atua na área de zootecnia e recursos pesqueiros há mais de 20 anos. É consultor técnico da Câmara Setorial da Produção e Indústria de Pescados do Ministério da Agricultura e Pecuária. Com ampla experiência em produção, pesquisa & desenvolvimento e gestão, representa o setor em fóruns nacionais e internacionais sobre gestão do uso sustentável dos recursos pesqueiros.

Funcafé: conselho aprova realocação de R$ 93,2 milhões

O Conselho Deliberativo da Política do Café (CDPC) aprovou a realocação de recursos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) de R$ 93,2 milhões devolvidos pelos agentes financeiros e que não foram aplicados. A reunião entre os representantes do conselho ocorreu no último dia 21 de dezembro (quarta-feira).

A distribuição dos recursos foi feita considerando a demanda de outros bancos e cooperativas de crédito interessados. Foram alocados mais de R$ 39 milhões para a linha de financiamento para  Comercialização, R$ 40,3 milhões para Aquisição de Café – FAC e R$ 13,9 milhões para Recuperação de Cafezais Danificados.

“O interesse do Funcafé com este procedimento foi de garantir a disponibilidade de recursos financeiros para atendimento ao setor cafeeiro, inclusive para os produtores que tiveram danos nas lavouras em virtude das adversidades climáticas”, explica Silvio Farnese, diretor  de Comercialização e Abastecimento do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

Nesta safra, as aplicações do Funcafé são recordes, com R$ 4,4 bilhões já contratados, representando 87,3% do total de R$ 6 bilhões alocados no fundo. O estado de Minas Gerais utilizou 70% do total, seguido pelo Espírito Santo (14%) e São Paulo e Paraná (13%) juntos.

Cachaça brasileira ganha nova definição e Padrão de Qualidade

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) publicou, nesta terça-feira (27), a Portaria nº 539 que estabelece o Padrão de Identidade e Qualidade (PIQ) da aguardente de cana e da cachaça comercializada em todo o território nacional.

As normas buscam harmonizar a produção e o consumo das bebidas destiladas de cana típicas do Brasil. O padrão foi elaborado a partir de critérios técnicos com Análise de Impacto Regulatório (AIR), considerando as contribuições recebidas pela sociedade.

Cachaça de Alambique

Uma das novidades é a definição da Cachaça de Alambique. De acordo com a regra, essa cachaça deve ser produzida exclusivamente em alambique de cobre e obtida a partir da destilação do mosto fermentado do caldo de cana-de-açúcar crua.

Outras novidades

Foram estabelecidos ainda os critérios para as bebidas consideradas envelhecidas ou armazenadas. Para ser considerada envelhecida, a bebida deve ter, no mínimo, 50% de seu volume envelhecido em recipiente de madeira, com capacidade máxima de 700 litros, pelo período de um ano. Foram mantidas as expressões Premium, para a bebida envelhecida em sua totalidade por um ano, e Extrapremium, para a bebida envelhecida em sua totalidade por no mínimo três anos.

No caso das armazenadas, é necessário que sejam acondicionadas em recipientes de madeira, porém não há previsão de tempo mínimo ou volume máximo do recipiente.

Outra alteração é o acondicionamento com a presença de fragmentos de madeiras. Assim como previsto no padrão de outras bebidas alcoólicas, a aguardente de cana e a cachaça podem ter contato com fragmentos de madeira (chips), para que as bebidas adquiram características sensoriais das madeiras. O produto que passar por esse processo não será classificado como envelhecido, devendo haver informação clara sobre o processo no rótulo.

“A norma traz avanços em relação à qualidade e segurança da cachaça, pois leva em conta as evoluções tecnológicas e sociais ocorridas desde a última norma publicada. Tais alterações, fruto de muitas discussões com o setor produtivo, trazem adequações em relação à realidade da produção brasileira e assim eleva o conceito do produto em âmbito internacional”, destaca o diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal, Glauco Bertoldo.

O novo padrão de identidade e qualidade da aguardente e da cachaça entrará em vigor em 1º de fevereiro de 2023. Os produtores terão prazo de até dois anos para fazerem as adequações dos produtos e dos estabelecimentos.

Verão começa com impactos no início da safra 2022/2023

O verão no Hemisfério Sul começou às 18h48 desta quarta-feira (21) e termina no dia 20 de março de 2023 às 18h25. 

Devido às suas características climáticas, com grandes volumes de chuva, o verão no Brasil tem muita importância para atividades econômicas como a agropecuária, a geração de energia (por meio das hidrelétricas) e para a reposição hídrica e manutenção dos reservatórios de abastecimento de água em níveis satisfatórios.

O período reflete o aumento da temperatura em todo país em função da posição relativa da Terra em relação ao Sol, tornando os dias mais longos que as noites e com mudanças rápidas nas condições de tempo com condições favoráveis à chuva forte, queda de granizo, vento com intensidade variando de moderada à forte e descargas elétricas.

No verão, as chuvas são frequentes em praticamente todo o país, com exceção do extremo sul do Rio Grande do Sul, nordeste de Roraima e leste do Nordeste, onde geralmente os totais de chuvas são inferiores a 400 milímetros.

IMPACTOS DA CHUVA NA SAFRA 2022/2023

No Matopiba, região que engloba áreas do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, a efetivação da previsão de chuvas acima da média na região nos próximos meses, com exceção de áreas do sul de Tocantins e oeste da Bahia, principalmente em janeiro de 2023, podem auxiliar na manutenção da umidade no solo e favorecer as culturas na região, como a soja, milho primeira safra e algodão. 

No Brasil central, o retorno gradual das chuvas, que foi observado nos últimos meses, contribuiu para um aumento dos níveis de água no solo e tem sido importante para o estabelecimento das culturas de verão no campo, como a soja, milho, feijão e algodão. 

No entanto, as chuvas irregulares previstas para os próximos meses, além de um possível veranico, ou seja, chuvas abaixo da média, principalmente no mês de janeiro de 2023 em áreas de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso do Sul, podem impactar negativamente o armazenamento de água no solo e as culturas que se encontrarem em estágios fenológicos mais sensíveis. 

Já na Região Sul, a redução das chuvas em grande parte da região influenciada principalmente pela persistência do fenômeno La Niña, em especial no Rio Grande do Sul, causou restrição hídrica nas fases iniciais dos cultivos de verão. 

Além disso, as chuvas previstas dentro ou abaixo da média podem reduzir os níveis de água no solo, principalmente em áreas do centro-sul do Rio Grande do Sul e oeste de Santa Catarina, e impactar negativamente as culturas agrícolas que se encontrarem em estádios fenológicos mais sensíveis como a soja, milho primeira safra e feijão. 

Confira Prognóstico Climático do Verão 2023 para todas as regiões aqui

Safra de café deve fechar 2022 com produção positiva de 50 milhões de sacas

A produção cafeeira do Brasil fecha a safra 2022, ano de bienalidade positiva, com um volume de 50,92 milhões de sacas de café favorecido, 6,7% acima da safra 2021.

 Comparado com a de 2020, também de bienalidade positiva, o índice registra a redução de 19,3% ou 12,1 milhões de toneladas, justificada pelas adversidades climáticas, como o déficit hídrico e geadas durante o ciclo da cultura no país. As informações são do 4º Levantamento da Safra de Café 2022, disponibilizado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), nesta quinta-feira (15).

Com relação à área destinada à cafeicultura nacional em 2022, confirma-se um total de 2,2 milhões de hectares, sendo 1,8 milhão de hectares para lavouras em produção, com crescimento de 1,8% sobre a safra 2021, e 400,6 mil hectares de área em formação, o que resulta em um aumento de 0,6% de área total cultivada em comparação à safra passada. Das lavouras em produção, estima-se que 1,5 milhão de hectares foram dedicados ao café arábica e 389 mil hectares ao café conilon.

“Um ponto importante nessa pesquisa de safra é que identificamos um aumento na produtividade média nacional do café, que será de 27,7 sacas por hectare, 4,8% maior em relação à safra anterior”, anuncia o presidente da Conab, Guilherme Ribeiro. “Esse ganho de rendimento nas lavouras ocorreu nas duas espécies cultivadas no país: arábica e conilon. A produtividade do café arábica foi de 22,5 scs/ha, com incremento de 2,7% em relação à safra de 2021, e a do café conilon de 46,8 scs/ha, 7,9% maior que a safra anterior”.

De acordo com o levantamento da Companhia, a produção também confirmou aumento nas duas espécies. O volume do tipo arábica é de 32,7 milhões de sacas, um acréscimo de 4,1% em comparação à safra anterior, enquanto a produção do conilon é de 18,1 milhões de sacas de café beneficiado, 11,7% a mais em relação à temporada passada.

O Boletim aponta ainda que as condições meteorológicas registradas entre maio e setembro de 2021 foram determinantes para o impacto na retomada do ciclo de alta bienalidade nesta safra. Minas Gerais colheu, nesta safra de bienalidade positiva, 22 milhões de sacas de café beneficiado, uma queda de 0,8% em relação à safra de 2021, justificada pela redução de produtividade, e 36,6% inferior ao volume colhido em 2020. De acordo com o levantamento da Conab, a possibilidade de inversão da bienalidade do café arábica existe, porém, serão necessárias pelo menos mais duas safras para confirmar essa tendência.

No Espírito Santo, segundo maior produtor de café no país, a produção foi de 16,7 milhões de sacas. Para o conilon, o montante é de 12,4 milhões de sacas, incremento de 10,1% em relação à safra anterior. Para a espécie arábica, a produção foi de 4,4 milhões de sacas, 48,1% a mais que o volume colhido no último ciclo.

A pesquisa para os levantamentos de safra da Conab utiliza também os dados fornecidos pelos monitoramentos agrícola e agrometeorológico. “O monitoramento agrícola do café é feito a partir do mapeamento das áreas de cultivo, que auxilia na quantificação da área plantada, no acompanhamento da dinâmica de uso do solo e na análise das condições agrometeorológicas, desde o início do florescimento até a conclusão da colheita”, explica o superintendente substituto de Informações da Agropecuária, Rodrigo Souza.

“Já no monitoramento agrometeorológico, reunimos outros parâmetros que afetam a safra, como a precipitação acumulada, as temperaturas máxima e mínima e os seus desvios em relação à média histórica (anomalias), além das informações de campo”.

Nos demais estados, o levantamento da Companhia aponta uma produção colhida em São Paulo de 4,4 milhões de sacas da espécie arábica, representando crescimento de 9,4% em comparação ao resultado obtido em 2021. Na Bahia, o crescimento concretizado foi de 3,9% na produção total, com 3,6 milhões de sacas em todo o estado, sendo 1,3 milhão de sacas de arábica e 2,3 milhões de sacas de conilon. Em Rondônia, a produção alcançou 2,8 milhões de sacas de conilon, acréscimo de 23,7% em comparação à safra passada.

 No Paraná, onde o cultivo é exclusivamente de café arábica, houve uma contração de 43,2% na produção do grão em relação à safra de 2021, com 497,9 mil sacas do produto beneficiado. Os estados do Rio de Janeiro, Goiás e Mato Grosso também registram aumentos na produção, enquanto no Amazonas, apesar da redução de área, o aumento da produtividade manteve o volume do estado praticamente igual à safra passada, totalizando 75,3 mil sacas.

Mercado 

O Brasil exportou cerca de 36,4 milhões de sacas de 60 kg de café no acumulado de janeiro a novembro de 2022, segundo dados disponibilizados pelo Ministério da Economia. Esse volume representa uma redução de 5,3% na comparação com igual período do ano passado, desempenho influenciado pela quebra da produção em 2021, limitação do potencial produtivo da safra 2022 e enfraquecimento do dólar em relação ao real no período.

Apesar da redução no volume comercializado, a valorização do café no mercado internacional contribuiu para que o Brasil exportasse cerca de US$ 8,4 bilhões no acumulado de janeiro a novembro de 2022, o que representa um aumento de 52,0% na comparação com o mesmo período de 2021.

“Em outubro e novembro de 2022 observamos reduções mais expressivas nas cotações do café, devido às recentes chuvas nas regiões produtoras e à preocupação com a demanda global, além da ampliação sazonal da oferta no Vietnã e na Colômbia, que também são grandes produtores de café”, informa o superintendente de Estudos de Mercado e Gestão da Oferta da Conab, Allan Silveira. “Apesar do recuo das cotações neste último trimestre do ano, os preços seguem sustentados pela restrição dos estoques atuais e pelos problemas climáticos que limitam a produtividade dos cafezais nos países que competem com o Brasil”.