Zelensky pede a Israel armas e sanções contra a Rússia

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, falou hoje (20) ao parlamento de Israel. Em seu depoimento, Zelensky comparou a invasão russa em seu país com a Segunda Guerra Mundial. Além disso, ele pediu armamentos e sanções mais duras por parte de Israel.  

“Entendemos como se uniram as histórias de ucranianos e judeus no passado e agora nessa época difícil. Nós vivemos em condições diferentes, mas temos a mesma ameaça, na terra de vocês (Israel) e na nossa terra [Ucrânia]. Eu gostaria que vocês pensassem sobre essa data, sobre a invasão da Rússia na Ucrânia. Esse dia entrou para a história como uma tragédia na Ucrânia. No dia 24 de fevereiro de 1920 foi criado um partido na Alemanha que começou a criar uma nação e destruir outra. Naquela época também aconteceu a entrada do povo russo na Ucrânia, que se tornou vítima na própria terra, assim como na Polônia, na Eslováquia, na República Tcheca e em outras dezenas de países”, afirmou Zelensky.

O mandatário ucraniano disse ainda que a invasão russa não é uma “operação militar”, como defende o presidente russo, Vladimir Putin, mas sim uma guerra de grande escala, que está direcionada para a destruição do povo e das cidades da Ucrânia. E disse ainda que isso acontece “diante dos olhos do mundo inteiro, por isso tenho direito de comparar nossa sobrevivência com a Segunda Guerra Mundial”.

Zelensky ainda lembrou como os mísseis russos atacaram Kiev, destruindo também cemitérios de judeus, onde todos os anos milhares de peregrinos vão visitar. “Cada palavra minha vai chegar aos corações de vocês com ecos de dor. Até agora apelamos ao mundo inteiro, pedimos ajuda humanitária a muitos países, mas precisamos resposta para essa pergunta: Vocês podem pensar em proteger os judeus que moram na Ucrânia? Queremos saber porque Israel não aplicou sanções contra a Rússia”, disse.

Covid-19: saiba quem deve continuar usando máscaras de proteção

Ao menos dez estados e o Distrito Federal (DF) já flexibilizaram o uso de máscaras contra a covid-19 em locais fechados, mas especialistas defendem que alguns grupos devem seguir usando o item de proteção.

No Paraná, o uso obrigatório do equipamento de segurança foi revogado na última semana em ambientes abertos, mas a obrigatoriedade permanece para espaços fechados.

O médico intensivista Rodrigo Bresani afirma que a liberação do uso das máscaras só foi possível pelo avanço da vacinação no Brasil. Ele alerta, no entanto, que mesmo com uma boa parcela da sociedade vacinada, inclusive com a segunda dose, é preciso avaliar os casos de forma individual.

“Para alguns grupos de risco, principalmente pacientes idosos, imunossuprimidos por diversos motivos, pacientes oncológicos, ou com doenças crônicas, a gente precisa ficar muito atento. Independentemente dessa nova norma [que libera o uso em locais fechados], a orientação para esses pacientes é, obviamente, continuar se cuidando”, afirma Bresani.

O médico explica ainda que o uso do item de proteção é fundamental para quem, por exemplo, tem algum familiar com doença crônica ou idoso porque, caso não se proteja, estará colocando esse familiar em risco.

“Esses pacientes, sem sombra de dúvidas, devem continuar se protegendo. Isso, claro, supondo que eles estão já vacinados, com segunda, terceira dose, mas devem continuar fazendo o uso de máscaras em ambientes fechados e também abertos. Esse cuidado deve se perpetuar nesse próximo ano e principalmente agora, que estamos enxergando um aumento do número de casos e mortes na Europa, por causa de uma nova cepa. E isso aparentemente já vem chegando ao Brasil, então a gente tem que estar atento”, reforça Bresani.

Pessoas com comorbidades, além daqueles que ainda não tomaram a vacina contra a covid-19, devem seguir usando máscaras. Entre as comorbidades estão hipertensão, diabetes e doenças cardiovasculares.

Os imunossuprimidos são aqueles que possuem alguma doença que afeta o sistema imunológico, diminuindo sua capacidade de resposta, como é o caso de portadores de câncer, HIV, transplantados e outros.

Zelensky quer aliança pela paz e apela por exclusão do espaço aéreo

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, falou a membros do Congresso dos Estados Unidos, na manhã de hoje (16), e fez um forte apelo pela criação de um espaço de exclusão aéreo nos céus do país, que permitiria que aviões de outros países possam abater aeronaves russas. Ele sugere a criação de uma aliança pela paz e pede que o presidente dos Estados Unidos (EUA), Joe Biden, seja o líder da paz mundial.

“Hoje não é suficiente ser o líder de uma nação, ser o líder do mundo significa ser o líder da paz. Ser forte é estar pronto a lutar pela vida dos cidadãos do mundo. Ter direitos humanos, direito de viver decentemente e de morrer quando sua hora chegar e não quando seu vizinho decidir. Hoje o povo ucraniano está defendendo não só a Ucrânia, estamos lutando pelos valores da Europa e do mundo, pelo futuro”, afirmou Zelensky.

O mandatário ucraniano sugeriu a criação de uma coalização antiguerra, uma aliança forte, que possa responder rapidamente e seja capaz de desmobilizar invasões, como a da Ucrânia. Ele reclamou que as instituições criadas após as guerras do século passado não funcionam.

“Precisamos de novas instituições, novas alianças. Nós propomos a criação de uma associação de união para a paz. A união de países que tenham força e consciência de parar conflitos imediatamente e que deem assistência em 24 horas. Se necessário armas, sanções, apoio humanitário, político, financeiro. Tudo para manter a paz de forma rápida e salvar vidas”, disse, acrescentando que essa união poderia também ajudar aqueles que são vítimas de desastres naturais ou epidemias.

Zelensky agradeceu o apoio americano e afirmou que os Estados Unidos ajudaram a oprimir o agressor economicamente. Mas disse que precisa de novos pacotes de sanções “até que a máquina militar russa pare”.

Ele falou que territórios independentes de seu país foram transformados em campos de batalha, com pessoas inocentes sendo atacadas. “Estamos vivendo isso há 3 semanas. A Rússia transformou os céus da Ucrânia em uma fonte de morte para milhares de pessoas. Os russos já dispararam mil mísseis, drones, bombas para nos matar. É um terror que o mundo não viu, que a Europa não viu por 80 anos. Estamos pedindo uma resposta a esse terror. Será que é pedir muito? Criar uma zona de exclusão aérea humanitária para que a Rússia não possa mais aterrorizar nossos cidadãos?”, questionou.

Zelensky disse ainda que os americanos sabem o tipo de ajuda que os ucranianos precisam, de sistemas fortes de aviação. “Esses aviões existem mas estão no solo, não nos céus da Ucrânia, eles não estão defendendo a Ucrânia”.

Repatriados vindos da Ucrânia já estão no Brasil, diz FAB

Dois aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) pousaram hoje (10), por volta das 6h30 da manhã, no Recife, em Pernambuco. O cargueiro KC-390 Millennium e o Embraer Legacy trouxeram 42 brasileiros, 20 ucranianos, 5 argentinos e 1 colombiano, além de 14 crianças. Também foram trazidos oito cachorros e dois gatos.  

Os repatriados estão fazendo uma escala de 3 horas em Recife, de onde partem para Brasília. A previsão de chegada na capital federal é 12h15 e eles serão recebidos pelo presidente Jair Bolsonaro.

O ministro das Relações Exteriores, Carlos França, participou da Operação Repatriação e está acompanhando os repatriados. Ele esteve em visita oficial à Polônia, onde se reuniu com seu homólogo polonês.

Após deixar Varsóvia, na Polônia, ontem (9), os aviões fizeram escalas em Lisboa (Portugal) e na Ilha do Sal (Cabo Verde).

No voo de ida do KC-390 foram transportadas 11,6 toneladas de doação para a Ucrânia, que incluem cerca de 9 toneladas de alimentos desidratados de alto teor nutritivo, o equivalente a cerca de 360 mil refeições, 50 purificadores de água, com capacidade por volta de 300 mil litros de água por dia e meia tonelada de insumos essenciais e itens médicos.

Na volta, o KC-390 trouxe a maioria dos passageiros. Já no Legacy, por se tratar de uma aeronave mais confortável, vieram uma grávida e duas famílias com crianças de colo. O chanceler brasileiro também veio no Legacy.

O KC-390 é o maior avião militar desenvolvido e fabricado no hemisfério sul e um dos projetos estratégicos da Defesa. A aeronave já foi empregada em outras missões especiais de ajuda humanitária, como no Líbano (2020) e no Haiti (2021).

A Operação Repatriação é uma ação interministerial, entre as pastas da Justiça e Segurança Pública (MJSP), da Defesa (MD), das Relações Exteriores (MRE) e da Saúde (MS).

Avião da FAB pousa na Polônia para repatriar brasileiros

O avião da Força Aérea Brasileira (FAB) chegou hoje (9) à Varsóvia, na Polônia. A aeronave KC-390 Millennium levou doações para a Ucrânia e vai repatriar brasileiros que fogem do conflito. O voo deve chegar de volta para Brasília nesta quinta-feira (10).

O KC-390 saiu de Brasília na última segunda-feira (7) e fez 3 escalas técnicas: uma em Recife, outra na Ilha do Sal (Cabo Verde) e a última em Lisboa (Portugal).

Além de repatriar 40 brasileiros que moram na Ucrânia, o governo vai resgatar 23 ucranianos e um polonês, que já conseguiram visto humanitário para desembarcar em solo brasileiro. Também serão trazidos seis cachorros, pertencentes às famílias – os donos foram dispensados pelo governo brasileiro de apresentarem o Certificado Veterinário Internacional.

No voo de ida foram transportadas 11,6 toneladas de doação para a Ucrânia, que incluem cerca de 9 toneladas de alimentos desidratados de alto teor nutritivo, o equivalente a 360 mil refeições; 50 purificadores de água, com capacidade por volta de 300 mil litros de água por dia; e meia tonelada de insumos essenciais e itens médicos.

Segundo o Ministério da Saúde, entre os materiais enviados, estão medicamentos para assistência farmacêutica básica para pessoas com doenças como hipertensão e diabetes, antibióticos, antitérmicos, antialérgicos, sais de reidratação e insumos para situações de emergência, máscaras de proteção e testes para detecção da covid-19. No total, são cerca de 20 mil itens médicos para assistência às vítimas.

A missão conta, ainda, com um médico especialista para execução de protocolo sanitário, no contexto da covid-19, e assistência a qualquer viajante em caso de intercorrências durante a missão.

O KC-390 é o maior avião militar desenvolvido e fabricado no hemisfério sul e um dos projetos estratégicos da Defesa. A aeronave já foi empregada em outras missões especiais de ajuda humanitária, como no Líbano (2020) e no Haiti (2021).

A Operação Repatriação é uma ação interministerial, entre as pastas da Justiça e Segurança Pública (MJSP), da Defesa (MD), das Relações Exteriores (MRE) e da Saúde (MS).

Visto

Uma portaria dos ministérios das Relações Exteriores e da Justiça e Segurança Pública, publicada no último dia 3, dispõe sobre a concessão do visto temporário (6 meses) e da autorização de residência para fins de acolhida humanitária (2 anos) para os nacionais ucranianos e aos apátridas que tenham sido afetados ou deslocados pela situação de conflito armado na Ucrânia.

Otan: “Não vamos entrar na Ucrânia, nem no espaço aéreo, nem em solo”

Após reunião dos países membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), o secretário-geral da aliança militar, Jens Stoltenber, afirmou hoje (4) que os 30 países membros mantêm a decisão de não entrar em território ucraniano por receio de uma escalada da violência.

A Otan vem apoiando a Ucrânia desde 2014, com treinamento militar e fornecimento de armamentos, mas, como o país não faz parte do bloco, a decisão é de que a aliança militar não participe ativamente na guerra.  

“Nós já deixamos claro que não vamos entrar na Ucrânia, nem no espaço aéreo, nem em solo. Se nós fizéssemos uma zona de exclusão aérea, teríamos que mandar aviões nossos e derrubar aviões russos. Nós entendemos o desespero [da Ucrânia] mas também acreditamos que se fizéssemos isso, levaríamos a uma guerra total na Europa, envolvendo muito mais países e causando muito mais sofrimento. É muito dolorosa essa decisão. Nós impusemos sanções severas e aumentamos o apoio, mas não podemos participar diretamente do conflito”, explicou Stoltenberg.

A Ucrânia cobrou da Otan, nos últimos dias, uma zona de exclusão aérea onde aviões de outros países pudessem ajudar o exército ucraniano na defesa do país, mas os membros da aliança militar temem que essa medida possa gerar uma guerra nuclear. “Não devemos ter aviões no espaço aéreo nem tropas na Ucrânia”, disse Stoltenberg.

O artigo 5º da Carta da Otan afirma que, se um país da aliança for atacado, todos os outros países se envolverão na resposta. Stoltenberg afirmou que a Otan precisa ser pragmática e que o princípio da aliança é de defesa. “A Otan só agirá para se proteger”, disse, lembrando que 1 bilhão de cidadãos vivem nos países do bloco.

Stoltenberg ressaltou que a Otan defende uma solução pacífica e diplomática e reforçou os pedidos para que o presidente russo, Vladimir Putin, aceite conversar para reduzir as tensões e encontrar uma saída para o conflito.

Hoje, o presidente da Ucrânia Volodymyr Zelensky, lembrou que a radiação não conhece fronteiras e não sabe onde acaba a Ucrânia e onde começa a Rússia. “Se acontecer alguma coisa, o problema é da Europa toda”, disse o mandatário ucraniano, alertando para o perigo de um acidente nuclear, após o ataque russo a estação nuclear ucraniana na noite de ontem.

O secretário de segurança dos Estados Unidos, Anthony Blinken, que foi a Bruxelas participar da reunião da Otan, reforçou que a aliança é de defesa e não buscará o conflito. “Se o conflito vier até nós, estamos prontos para defender cada centímetro do território da Otan”, reforçou.

Stoltenberg disse que essa é a pior agressão militar em quatro décadas. “Temos cidades sitiadas, escolas, residências atacadas, um ataque contra uma usina nuclear e muitos civis feridos ou mortos. Os dias a seguir, provavelmente, serão piores, com mais mortes, mais sofrimento e mais destruição”.

Rússia e Ucrânia vão abrir corredores humanitários para saída de civis

Após reunião de mais de três horas, negociadores ucranianos e russos concordaram com a criação de corredores humanitários para a saída de civis e a entrada de medicamentos e ajuda humanitária na Ucrânia.

Em entrevista coletiva, o negociador ucraniano afirmou que haverá uma terceira rodada de negociações e que é possível que haja um cessar-fogo durante o período da evacuação.  

Os negociadores russos confirmaram que estão de acordo com a saída da população civil. “Concordamos que vamos manter corredores humanitários, vamos manter possibilidade de cessar-fogo nesses corredores humanitários e pedimos à população para que usem os corredores e esperamos que tudo acabe logo”, afirmou um dos negociadores russos.

Um pouco antes, ainda durante a reunião, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou que os russos não podem falar com os ucranianos como se fossem alguém de outra categoria. “Precisamos conversar como iguais. Precisamos sentar e conversar. Acho que ele [Vladimir Putin, presidente russo] está num mundo diferente. A pessoa ganha uma chance de se tornar grandiosa para seu país, mas não está aproveitando”, disse Zelensky.

O mandatário ucraniano disse ainda que quer salvaguardar o país e seu povo e disse acreditar que, em uma conversa franca com Putin, poderiam chegar a um acordo, à paz.

Zelensky disse ainda que espera que a Ucrânia não desapareça. “Se a Ucrânia desaparecer, outros países podem desaparecer também, até chegar às portas de Berlim”. E rechaçou a narrativa russa de que os próprios ucranianos estão matando sua população. “Não somos nós que matamos o povo ucraniano. Não somos nós que matamos nossos civis, não somos nós que matamos nossas crianças”.

O presidente russo afirmou, por outro lado, que a Ucrânia e a Rússia são o mesmo povo. Mas disse que a “operação especial”, como ele chama a invasão do território ucraniano, visa defender a pátria russa, seus oficiais e soldados, que estão agindo como verdadeiros heróis.

“Eles combatem com toda a coragem e sabendo a verdade. Até depois de feridos, permanecem no front, morrem para salvar seus camaradas e a população civil. Sou feliz por fazer parte desse povo russo tão forte e multinacional. Também não nego minha convicção de que russos e ucranianos são o mesmo povo, mesmo quando os ucraninos estão amedrontando sua população com a propaganda nacionalista”, disse Putin.

O mandatário russo afirmou ainda que está em guerra contra neonazistas que estão usando a população civil como escudo vivo. “São bandidos que, em vez de cumprir a sua promessa de tirar o maquinário militar das áreas residenciais,  fazem o contrário, só põem mais tanques e mais máquinas de guerra”. Putin acusou ainda os ucranianos de estarem capturando e usando estrangeiros como reféns.

Brasil apela por resolução pacífica de conflito entre Rússia e Ucrânia

O Ministério das Relações Exteriores divulgou uma nota à imprensa hoje (22) em que reafirma a necessidade de uma solução negociada e que leve em consideração os legítimos interesses de segurança da Rússia e da Ucrânia e a necessidade de se respeitar os princípios da Carta das Nações Unidas.  

O MRE apela para que a negociação tenha como base os Acordos de Minsk, assinados em 2014 por representantes da Ucrânia, da Rússia, da República Popular de Donetsk (DNR) e da República Popular de Lugansk (LNR) para pôr fim à guerra no leste da Ucrânia.

Na nota, o MRE afirma ainda que, diante da situação criada em torno do status das auto proclamadas entidades estatais do Donetsk e do Luhansk, o Brasil “apela a todas as partes envolvidas para que evitem uma escalada de violência e que estabeleçam, no mais breve prazo, canais de diálogo capazes de encaminhar de forma pacífica a situação no terreno”.

Ontem (21), o presidente da Rússia, Vladimir Putin, reconheceu a independência das auto proclamadas repúblicas de Donetsk e Lugansk e anunciou o envio do que chamou de forças de “manutenção de paz” para solo ucraniano.

O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens Stoltenberg, condenou a decisão presidente russo de assinar um decreto reconhecendo duas regiões do leste da Ucrânia como independentes. 

“Eu condeno a decisão da Rússia de reconhecer a auto proclamada ‘República Popular de Donetsk’ e ‘República Popular de Lugansk’. Isso mina a soberania e integridade territorial ucraniana, corrói os esforços em prol da solução do conflito e viola os Acordos de Minsk, dos quais a Rússia é signatária”, afirmou Stoltenberg em nota.

Conselho de Segurança

O representante permanente do Brasil junto à Organização das Nações Unidas (ONU), embaixador Ronaldo Costa Filho, fez ontem (21) uma declaração no debate do Conselho de Segurança da Nações Unidas sobre a questão da Ucrânia. Ele alertou que a “tensão dentro e ao redor da Ucrânia está se agravando diariamente – na verdade, a cada hora”.

Costa Filho disse ainda que a situação tornou-se crítica e o Brasil vem acompanhando os últimos acontecimentos com extrema preocupação. “Nas atuais circunstâncias, nós, neste conselho, em representação da comunidade internacional, devemos reiterar os apelos à imediata desescalada e nosso firme compromisso de apoiar os esforços políticos e diplomáticos para criar as condições para uma solução pacífica para esta crise”.

O embaixador reafirmou o “apelo a todas as partes interessadas para que mantenham o diálogo com espírito de abertura, compreensão, flexibilidade e senso de urgência para encontrar caminhos para uma paz duradoura na Ucrânia e em toda a região. Um primeiro objetivo inescapável é obter um cessar-fogo imediato, com a retirada abrangente de tropas e equipamentos militares no terreno. Tal desengajamento militar será um passo importante para construir confiança entre as partes, fortalecer a diplomacia e buscar uma solução sustentável para a crise”.

Em meio a tensão, Bolsonaro embarca hoje para a Rússia

O presidente Jair Bolsonaro viaja, no fim da tarde desta segunda-feira (14), para a Rússia, após convite do mandatário russo, Vladimir Putin. O embarque da comitiva está previsto para as 18h, partindo da Base Aérea de Brasília. O ministro das Relações Exteriores, Carlos Alberto França, e o ministro da Defesa, Walter Braga Netto, participarão da viagem.

 A viagem acontece em um momento de grande tensão entre Rússia e Ucrânia. O presidente brasileiro afirmou  que “pede a Deus que reine a paz no mundo, para o bem de todos nós”.

Em Moscou, Bolsonaro se reunirá com Putin na quarta-feira (16). O presidente brasileiro irá participar de encontro com empresários russos. Entre os principais assuntos a serem tratados na viagem está a compra de fertilizantes russos por parte do Brasil.

Na última sexta-feira (11), Bolsonaro declarou que o Brasil “depende, em grande parte, de fertilizantes da Rússia e da Bielorússia”. Bolsonaro disse que alguns ministros brasileiros participarão da viagem, para tratar de assuntos como energia, defesa e agricultura.

Também devem ser discutidas as relações político-econômicas e comerciais entre as duas nações, que são integrantes do Brics, grupo de países que reúne China, África do Sul e Índia.

O presidente brasileiro deve permanecer na capital russa até quinta-feira (17), quando embarcará para Budapeste, capital da Hungria, onde se encontrará com o primeiro-ministro do país, Viktor Orbán.

Chile decreta lockdown em Santiago após explosão de casos de covid-19

O Chile decretou bloqueio total para a região metropolitana de Santiago, capital do país. A medida entrará em vigor às 22h desta sexta-feira (15) e afetará 7,5 milhões de habitantes, que só poderão sair para comprar alimentos e remédios ou ir ao hospital. Para sair às ruas, os cidadãos terão que apresentar licenças temporárias individuais. Para trabalhar, será necessário um salvoconduto. Todos os idosos do país com mais de 75 anos devem ficar em isolamento obrigatório.

O Chile, que há um mês registrava uma média de 400 novos casos diários, registrou nesta semana 2.660 casos em apenas 24 horas, de acordo com informe divulgado pelo Ministério da Saúde chileno ontem (13).

O país havia preparado um “retorno seguro” às atividades, mas a explosão de casos do novo coronavírus fez com que o país tivesse que mudar de rumo. Anunciado no dia 24 de abril, o Plano Retorno Seguro consistia em uma retomada gradual e por etapas das atividades e das escolas e universidades. À época, o país registrava pouco mais de 12 mil casos e 174 mortes. Hoje, os casos confirmados ultrapassam os 34 mil e são 346 mortes até agora.

Agora, com o dobro do número de mortes, o governo chileno optou pelo bloqueio total, ou lockdown (termo em inglês usado para situações em que todas as atividades são suspensas, exceto as consideradas essenciais). É uma medida mais drástica, para tentar conter a disseminação do vírus.

O confinamento obrigatório impactará cerca de 70% das atividades da região metropolitana de Santiago. O governo informou que 14 mil efetivos das forças armadas e da polícia estarão nas ruas para garantir o cumprimento do toque de recolher, vigente das 22h às 5h, em todo o território nacional, e das medidas sanitárias de isolamento.

Cordão sanitário

Nos limites da região metropolitana de Santiago serão feitos cordões sanitários para impedir o trânsito e diminuir o risco de que a doença se espalhe a outras cidades.

O isolamento obrigatório será implementado nas 32 cidades da região metropolitana de Santiago, além de outras 6 cidades vizinhas, que são: San Bernardo, Buin, Puente Alto, Padre Hurtado, Lampa, Colina. As cidades de Iquique e Alto Hospicio, na região de Tarapacá, também estão incluídas.

“A batalha por Santiago é a batalha crucial na guerra contra o coronavírus. E é por isso que temos que suplicar, implorar, que levemos a sério todas as medidas necessárias. Que a população tenha o melhor espírito de compreensão e, acima de tudo, de colaboração, porque, de fato, o mês de maio está sendo muito duro em nosso país”, afirmou Jaime Mañalich, ministro da Saúde do Chile.

Mañalich afirmou que a quarentena obrigatória, antes para maiores de 80 anos, amanhã será regra para os maiores de 75 anos. O ministro disse que a medida é fundamental, já que 25% dos falecimentos aconteceu nessa faixa etária.

Internações e testes

Atualmente, 621 pacientes estão internados, dos quais 538 estão em ventiladores mecânicos e 118 deles estão em estado crítico. Mañalich afirmou que o país tem 553 ventiladores mecânicos disponíveis e que, nas próximas 48 horas, receberá mais aparelhos.

O Chile fez, até o momento, mais de 313 mil testes, cerca de 10,5 mil por dia nos últimos dias. Perguntado sobre a disponibilidade de insumos para as análises laboratoriais, Mañalich afirmou que o país comprou “um número importante de exames PCR para manter o ritmo de testagem que estamos tendo”.

O ministro explicou que o alto número de testagens levou alguns laboratórios privados a ficarem sem insumos e a priorizarem os testes para pessoas com casos sintomas graves, mas que o problema deve ser resolvido nos próximos dias

Alguns especialistas avaliam que o país terá um retração de 8,5% a 11% no segundo trimestre deste ano. O Fundo Monetário Internacional prevê uma retração de 4,5% no Produto Interno Bruto (PIB) do Chile em 2020.