Produção de petróleo e gás ultrapassa 4 milhões de barris pela primeira vez

A produção nacional de petróleo e gás ultrapassou em janeiro a marca de 4 milhões de barris de óleo equivalente por dia, informou nesta quarta (19) a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis). No mês, houve recordes tanto na produção de petróleo quanto na de gás.

De acordo com a agência, o país produziu 3,1 milhões de barris de óleo e 138,7 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia. Os volumes representam alta de 1,99% e 0,71%, respectivamente, com relação ao registrado em dezembro de 2019.

Na comparação com o mesmo período do ano anterior, a produção de petróleo de janeiro cresceu 20,4%, resultado do aumento na produção do pré-sal -que foi responsável por 66,37% de todo o petróleo extraído no país. Entre 2018 e 2019, a Petrobras instalou sete novas plataformas na região.

O volume de petróleo produzido em janeiro no Brasil colocaria o país em nono lugar entre os maiores produtores do mundo, entre a China e o Kuwait, considerando dados da britânica BP com relação à produção de 2018 -os dados de 2019 ainda não foram compilados.

De acordo com a ANP, o maior campo produtor do Brasil continua sendo Lula, no pré-sal da Bacia de Santos, com 1 milhão de barris de petróleo e 44 milhões de metros cúbicos de gás por dia. Sozinho, Lula seria o 21º colocado na lista de países produtores de petróleo.

O campo fica em frente aos municípios de Maricá e Niterói, na região metropolitana do Rio, hoje os maiores arrecadadores de royalties e participações especiais cobradas sobre campos de petróleo de grande produtividade no país.

O segundo maior produtor é o campo de Búzios, um pouco mais ao norte, em frente a Maricá e Saquarema. Em janeiro, Búzios produziu 487 mil barris de petróleo e 18,2 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia.

Procurado por ataque à sede do Porta dos Fundos diz que pedirá asilo à Rússia

Apontado pela polícia como um dos autores do atentado à sede do Porta dos Fundos, Eduardo Falzi Richard Cerquise, 41, assumiu a autoria do ataque e afirmou que pretende pedir asilo na Rússia, para onde viajou um dia antes da tentativa de sua prisão, no dia 31 de dezembro.

Em entrevista ao “Projeto Colabora”, ele disse que o ataque não teve motivação política e que a reivindicação da autoria por um “Comando de Insurgência Popular da Grande Família Integralista Brasileira” foi uma estratégia de marketing “abusada de elementos de pastiche”.

Falzi foi identificado pela polícia por meio de imagens de câmeras de segurança, em que ele aparece desembarcando de um dos veículos usados pelos criminosos em Botafogo, bairro vizinho a Humaitá, onde fica a sede da produtora.

O grupo jogou dois coquetéis molotov na entrada da sede da produtora na véspera do Natal. O fogo foi apagado por um segurança e ninguém ficou ferido. O ataque foi uma retaliação à presença de um Jesus gay no especial de Natal do Porta dos Fundos.

Na entrevista, Falzi minimizou o ataque dizendo que um “foguinho de merda numa parede de vidro” é uma ofensa menor do que a “violência simbólica” promovida pelo especial. Ele defendeu ainda que, se as autoridades são coniventes, “não resta outra forma do que responder com as próprias mãos”.

Falzi diz que foi avisado do mandado de prisão a tempo de fugir do país –não explica, porém, como isso ocorreu. Ele tem uma namorada e um filho na Rússia. “Eu sou o candidato típico . Mas a decisão é política. Se não houver interesse político, eles não me asilam.

“Ele negou ter envolvimento com milícias e disse que suas anotações criminais “são de baixo potencial ofensivo”. “Eu sou uma pessoa combativa e trabalhando na defesa das classes populares pela dignidade do seu direito de trabalho; é inevitável que ocorram enfrentamentos de rua que acabem na esfera policial.”

Falzi foi condenado e preso por agressão, em 2013, ao então secretário de Ordem Pública, Alex Costa, durante operação para fechar estacionamentos irregulares no centro do Rio. Ele foi acusado também de agressão à ex-mulher. Na entrevista, diz que a vítima retirou a queixa e o caso não evoluiu para processo judicial.

Mercado acredita que Petrobras irá adotar cautela antes de reajustar combustíveis

O mercado diz acreditar que a Petrobras vai esperar antes de definir por reajustes nos preços dos combustíveis para responder à escalada das cotações internacionais após o assassinato do general iraniano Qassim Soleimani na madrugada desta sexta-feira (3).

A cotação do petróleo Brent, negociado em Londres, chegou a subir mais de 4% no início do pregão, diante de temores de que a instabilidade no Oriente Médio tenha impactos na oferta global. Por volta das 15h, porém, a alta havia recuado para cerca de 3%.

A expectativa é que a companhia tenha a mesma postura adotada depois dos ataques a refinaria na Arábia Saudita, em setembro, quando esperou por dois dias a definição de novos patamares de preços. Naquela ocasião, o preço da gasolina subiu 3,5% e o do diesel, 4,2%.

“O Roberto Castello Branco mudou a política de reajustes diários e deve esperar mais um pouco para ver como se comportam os preços internacionais”, diz o analista Pedro Galdi, da Mirae Asset Wealth Management.

“Acho que a Petrobras deve aumentar seus preços no início da próxima semana, quando estiver estabelecido novo patamar, sem muita especulação”, disse o presidente da Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis), Sérgio Araújo.

A Petrobras reajustou a gasolina pela última vez no dia 27 de novembro, com alta de 4%. Já o preço do diesel foi elevado em 3% no dia 21 de dezembro -foi o terceiro aumento em pouco mais de um mês.

Segundo cálculos do CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura), na semana antes do Natal os preços dos dois produtos custavam mais caro nas refinarias da Petrobras do que no mercado internacional. Araújo diz que hoje, no entanto, não há mais margem.

Em entrevista na manhã desta sexta, o presidente Jair Bolsonaro reconheceu que os preços estão altos e admitiu que deve haver impactos da escalada das cotações do petróleo. Ele afirmou que conversaria com o ministro da Economia,

Paulo Guedes, e com o presidente da Petrobras sobre o tema.

A política de preços da estatal prevê o acompanhamento de um conceito conhecido como paridade de importação, que inclui as cotações internacionais do petróleo, a taxa de câmbio e custos ara trazer os produtos ao país.

Para o analista da Oanda Edward Moya, as cotações do Brent deve ultrapassar os US$ 70 (R$ 283, ao câmbio atual) na semana que vem e pode se manter nesse patamar, já que o mercado pode começar a trabalhar com a possibilidade de conflito militar “limitado” nas próximas semanas.

O cenário tornaria inevitável um reajuste nos preços internos dos combustíveis. A manutenção do petróleo em patamares mais altos, diz Galdi, gera inflação e pode alterar planos dos bancos centrais ao redor do mundo.