Primeiras doses da vacina da Pfizer devem ser distribuídas na 1ª quinzena de maio, diz ministério

O Ministério da Saúde prevê que as primeiras doses da vacina da Pfizer contra a Covid-19 sejam distribuídas aos estados na primeira quinzena de maio e comecem a ser aplicadas nas capitais.

O imunizante em desenvolvimento pela americana Pfizer em parceria com a empresa alemã BioNTech precisa ser armazenado em uma temperatura de -70ºC, mas as vacinas serão entregues às centrais estaduais numa faixa de temperatura de -25°C a -15°C. Isso será possível após a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovar as novas temperaturas de armazenamento.

“Os planejamentos iniciais, dada a pequena quantidade de doses a receber, orientam a priorização da vacinação em restritas unidades de saúde da capital das 27 unidades da federação”, diz informe técnico do Ministério da Saúde.

O governo vai receber 1.000.350 doses, e a distribuição será feita aos estados em duas etapas por conta das especificidades de armazenamento. A vacina da Pfizer é aplicada em duas doses com intervalo de 21 dias.

O governo brasileiro está negociando com a Pfizer a compra de mais de 100 milhões de doses até o final deste ano, totalizando 200 milhões de unidades da farmacêutica. O anúncio foi feito pelo ministro das Comunicações, Fábio Faria, em rede social, e foi confirmado pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga.

O Ministério da Saúde começou a distribuir nesta quinta-feira (22) um novo lote com 3,5 milhões de doses de vacinas da Fiocruz e do Instituto Butantan. Até o momento, contando com esse novo lote, já foram destinados a todas as unidades da federação mais de 57,3 milhões de doses de imunizantes.

As doses são destinadas para a vacinação de pessoas dos grupos de risco –profissionais da saúde, pessoas entre 60 e 69 anos e agentes das forças de segurança e salvamento e Forças Armadas que atuam na linha de frente do combate à pandemia. Nesta leva, parte das vacinas é destinada para a primeira dose e a outra parcela para a segunda aplicação.

“O objetivo é garantir a cobertura do esquema vacinal no tempo recomendado de cada imunizante: quatro semanas para a vacina do Butantan e 12 semanas para as doses da Fiocruz. A estratégia de distribuição para aplicação da primeira e segunda doses é revisada semanalmente em reuniões tripartites, observando as confirmações do cronograma de entregas por parte dos laboratórios.

Queiroga adia fim de imunização contra Covid do grupo prioritário para setembro

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, revisou o calendário de vacinação contra a Covid-19 e adiou o fim de imunização do grupo prioritário em quatro meses, de maio próximo para setembro. A informação foi divulgada em entrevista coletiva nesta quarta-feira (21).

Na estimativa do Ministério da Saúde, fazem parte do grupo prioritário 77,2 milhões de pessoas no Brasil.

“A previsão é que isso ocorra antes, até porque o esforço deve resultar em novas doses de vacina. Não posso dizer taxativamente que tenhamos 40 milhões, 35, milhões e 45 milhões em maio porque depende da chegada de insumos no Brasil.”

O jornal Folha de S.Paulo já havia mostrado em reportagem que o cronograma mais recente publicado, de março, esbarrava em entraves como a aprovação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), a entrega de insumos para a produção do imunizante e na própria falta de contratos selados, além de um grande gargalo de entregas agravado pelo fato de o governo brasileiro ter demorado a negociar com múltiplos fornecedores.

O ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello havia previsto em 15 de março que o grupo seria vacinado até o mês de maio. “É provável que em maio já tenhamos vacinado os grupos prioritários. A partir daí, são todas as outras idades e grupos sociais”, disse na época.

A coordenadora do Programa Nacional de Imunizações, Francieli Fontana, explicou que todo esse grupo deve receber a primeira dose até a primeira quinzena de junho e a segunda até setembro -a vacina da Astrazeneca e da Universidade de Oxford, uma das duas usadas no Brasil por ora, exige três meses de intervalo entre as doses, enquanto outro imunizante, a Coronavac (Instituto Butantan e Sinovac), exige três semanas.

“Anteriormente não tinha sido convocado um cronograma final, mas agora estamos com entrega mais regular”, disse

Francieli afirmou que uma nova versão do plano será divulgada nesta semana. Nela, o grupo de limpeza urbana entrará no grupo prioritário.

Disse ainda que as gestantes com fator de risco que tenham algum tipo de comorbidades já estão incluídas no grupo prioritário.

Diante do aumento das mortes por Covid enre grávidas e puérperas, a pasta estuda que todas as gestantes possam fazer parte do grupo. Não há por ora, entretanto, estudo que assegure a segurança da vacina durante a gestação.

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Anvisa aprova armazenamento de vacina da Pfizer em temperaturas mais altas para facilitar logística

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) autorizou o armazenamento da vacina da Pfizer contra a Covid-19 em temperaturas mais altas do que originalmente previsto, a pedido do laboratório, para facilitar a logística de transporte do imunizante.

Será acrescentado na bula, segundo a agência reguladora, que “alternativamente, os frascos fechados podem ser armazenados e transportados entre -25 °C a -15 °C por um período único de até 2 semanas e podem retornar a -90 °C a -60 °C”.

A Anvisa disse que já constava na bula que a vacina deveria ser mantida no congelador a uma temperatura entre -90 °C e -60 °C e que, uma vez retirada do congelador, a vacina fechada poderia ser armazenada por até cinco dias em temperatura entre 2 °C e 8 °C.

“Estudos de estabilidade apresentados comprovam que a vacina mantém suas características de qualidade nas novas condições de temperatura. As novas indicações foram avaliadas a pedido do laboratório”, disse em nota a agência reguladora.

Os novos limites de conservação não alteram o período de validade total do produto, que é de seis meses. As demais orientações de conservação e armazenamento da vacina não foram modificadas.

“Essa nova autorização para o armazenamento de nossa vacina contra a Covid-19 contribuirá para a logística de vacinação com o imunizante em um país de dimensões continentais como o Brasil”, disse em comunicado Márjori Dulcine, diretora médica da Pfizer Brasil.

O governo brasileiro está negociando com a Pfizer a compra de mais de 100 milhões de doses até o final deste ano, totalizando 200 milhões de unidades a serem adquiridas da farmacêutica. O anúncio foi feito pelo ministro das Comunicações, Fábio Faria, em uma rede social.

“A negociação começou há cerca de 20 dias e a pasta busca dar celeridade ao processo”, escreveu o ministro.

Na semana passada, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anunciou que a Pfizer antecipará 2 milhões de doses, elevando o total de imunizantes fornecidos pela fabricante para 15,5 milhões até junho.

Anvisa autoriza o uso emergencial de medicamento contra a Covid-19 em casos leves e moderados

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou o uso emergencial de um medicamento que poderá ser usado em pacientes com Covid-19. Ele consiste na combinação de dois remédios, casirivimabe e imdevimabe.

Esse é o segundo medicamento aprovado pela Anvisa com indicação de uso específico para a Covid-19. A agência reguladora já havia aprovado o registro do remdesivir.

Gustavo Mendes, gerente-geral de medicamentos da Anvisa, disse que a terapia com anticorpos monoclonais pode ajudar os pacientes ambulatoriais a evitar a hospitalização e morte relacionada a Covid-19.

Os anticorpos monoclonais são proteínas feitas em laboratório que imitam a capacidade do sistema imunológico de combater o vírus.

O tratamento, que ainda não era utilizado no país, é recomendado em pacientes com 12 anos ou mais, que tenha no mínimo 40 kg, que não necessitem de suplementação de oxigênio, tenham a infecção confirmada da Covid-19 e que apresentam alto risco de progressão da doença.

Entre os fatores de risco a agência destacou idade avançada, obesidade, doença cardiovascular, incluindo hipertensão, doença pulmonar crônica, diabetes, doença renal crônica, incluindo aqueles em diálise, doença hepática crônica, imunossuprimido.

“O combo de medicamentos reduziu significativamente o número de hospitalização e morte em paciente laboratorial sintomático com um ou mais fator de risco para doença grave”, disse Mendes.

O medicamento não é recomendado a pacientes graves porque podem estar associados a piora nos desfechos clínicos quando administrados em pacientes hospitalizados com Covid-19 que necessitam de suplementação de oxigênio ou ventilação mecânica.

O uso é restrito a hospitais e sob prescrição médica e a venda é proibida em comércio.

A diretora relatora, Meiruze Souza Freitas, ao votar pela aprovação, destacou que até o momento não há registro aprovado de casirivimabe e imdevimabe em nenhuma autoridade regulatória. O medicamento deve ser utilizado em casos leves e moderados.

” Autorização de uso emergencial é diferente de uma aprovação de registro, uma vez que se trata de um medicamento ainda em desenvolvimento e investigação clínica.”

E continua: “As áreas técnicas concluíram que é razoável acreditar que o casirivimabe e o imdevimabe administrados juntos podem ser eficazes no tratamento de pacientes com Covid-19, nas condições preteritamente informadas.”

O pedido foi feito pela empresa Produtos Roche Químicos e Farmacêutico no dia 1 de abril. Para fazer a avaliação, a agência utilizou o relatório técnico emitido pela FDA (agência que regula medicamentos nos Estados Unidos) e os dados apresentados pelo laboratório em reunião de pré-submissão.

A Anvisa já aprovou registro de um medicamento para ser usado em pacientes de Covid-19, o remdesivir.

O remédio é indicado para pessoas hospitalizadas com quadro de pneumonia e que precisam de suporte de oxigênio, desde que não estejam em ventilação mecânica.

O medicamento apresentou em estudos benefícios na redução da mortalidade e diminuição da necessidade de ventilação mecânica, além de redução do tempo de internação.

China e Rússia fazem queixas contra carne e soja do Brasil

As embaixadas do Brasil na China e na Rússia reportaram, em telegramas ao Itamaraty, problemas em alimentos brasileiros exportados. Segundo diplomatas, autoridades nos dois países cobram soluções e há até queixa por “falta de controle” em relação aos produtos brasileiros.

Moscou, por exemplo, alertou para o índice de agrotóxico acima do limite permitido. Só em 2020, a reclamação envolveu mais de 300 mil toneladas de soja.

A missão em Pequim, por outro lado, relatou ao menos seis registros de presença do novo coronavírus em embalagens de carne e de pescado.

Nos telegramas, as duas embaixadas disseram que os órgãos de fiscalização da Rússia e da China pediram providência ao Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento).

A Folha teve acesso a 350 páginas das correspondências enviadas ao Ministério das Relações Exteriores. Os documentos foram obtidos por meio da LAI (Lei de Acesso à Informação).

Segundo dados do Comex Stat, um sistema do governo para consultas e extração de dados do comércio exterior brasileiro, a soja correspondeu a 25% da exportação brasileira para a Rússia em 2020.

Em um dos telegramas de janeiro, a embaixada do Brasil em Moscou cita que o Serviço Federal de Vigilância Veterinária e Fitossanitária da Rússia está preocupado com casos repetidos de detecção de glifosato acima do tolerado.

O documento pontuou que o país está endurecendo o controle sobre a presença da substância em produtos de grãos tanto no mercado interno quanto nas operações de exportação e importação.

A justificativa usada pelo país seria por causa do alto grau de toxicidade do glifosato para humanos e animais, confirmado por estudos da OMS (Organização Mundial de Saúde).

No Brasil, esse tipo de agrotóxico é permitido pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

O telegrama assinado pelo embaixador na Rússia, Tovar da Silva Nunes, citou que a agência reguladora russa tem informado repetidamente ao Mapa sobre o fornecimento ao país de soja com níveis acima do permitido desde 2019.

“O lado russo chamou a atenção dos colegas brasileiros para a necessidade de tomar medidas corretivas o quanto antes”, escreveu o diplomata.

Nunes acrescentou ainda que o desrespeito aos limites do agrotóxico corresponde a uma violação aos requisitos do regulamento técnico da União Aduaneira sobre a segurança dos grãos.

Segundo consta do telegrama, os resultados de verificação de segurança de grãos importados pela Rússia constataram, em parte da soja exportada no ano passado, teor de glifosato até 14,2 vezes superior ao máximo de 0,15 mg/kg previsto nas exigências do regulamento técnico da união aduaneira.

“O que aponta para a falta de controle estatal adequado por parte das autoridades competentes do Brasil. Nesse sentido, Rosselkhoznadzor disse em comunicado que se reserva o direito de impor uma proibição temporária à importação dos produtos em questão do Brasil”, escreveu Nunes.

A Folha já publicou reportagem sobre o risco de o governo da Rússia adotar restrições temporárias à importação de soja caso não fosse reduzida a quantidade de pesticidas nos grãos importados do Brasil.

Já os telegramas da embaixada em Pequim citaram a detecção do coronavírus em produtos exportados ao país asiático no ano passado.

Em uma das correspondências, de novembro, o embaixador Paulo Estivallet de Mesquita relatou que a aduana da China suspendeu um estabelecimento brasileiro exportador de pescado.

A medida foi tomada em razão da não apresentação de medidas corretivas após os produtos apresentarem resultado positivo para o vírus causador da Covid-19.

“Na comunicação, a aduana chinesa afirma esperar que o Mapa atribua importância à identificação do novo coronavírus em produtos exportados pelo Brasil para a China e às não conformidades encontradas na auditoria por videoconferência”, escreveu Mesquita.

De acordo com ele, o órgão “solicita, ademais, que as autoridades brasileiras adotem medidas para investigar a causa da contaminação, requeiram a adoção de medidas corretivas pelo estabelecimento e notifiquem as referidas correções ao lado chinês, a fim de garantir a segurança dos pescados exportados para este mercado”.

Também em novembro, Mesquita informou que a imprensa chinesa intensificava as notícias que associavam o surgimento de novos casos de Covid-19 em portos e aeroportos do país a contato com produtos importados.

Ao falar especificamente do Brasil, citou ao menos cinco vezes em que a mídia tratou da detecção do coronavírus em produtos importados da cadeia de frio. Os casos ocorreram nas províncias de Hubei, Shanxi e Shandong.

“A mídia chinesa continua a insistir na narrativa de que alimentos importados da cadeia de frio apresentam alto risco de transmissão da Covid-19, chegando mesmo a insinuar que o primeiro caso da epidemia, em Wuhan, teria origem em produtos vindos de outros países”, escreveu o embaixador.

O Mapa afirmou, por meio de nota, que rotineiramente são tratados temas similares na relação comercial entre países.

“Os dois pontos citados já foram analisados e continuamente são monitorados entre o Brasil e os governos da China e Rússia. O fluxo comercial desses países com o Brasil permanece fluído, sem interrupção”, afirmou.

A ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal) disse, em nota, que desenvolveu protocolo com o Hospital Israelita Albert Einstein, que rege os cuidados adotados pelas empresas do setor, assim como a legislação brasileira.

“Ambos protegem a saúde dos colaboradores e preservam a inocuidade dos alimentos produzidos para o mercado interno e internacional.”

A entidade disse ainda que organizações técnico-científicas relacionadas à saúde humana e à produção de alimentos realizaram pesquisas que constataram que o risco de transmissão de Covid-19 por embalagens é praticamente nulo.

Anvisa recebe pedido de uso emergencial de remédios contra a Covid-19

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) recebeu pedido de uso emergencial de um medicamento para pacientes com Covid-19 desenvolvido pela empresa Produtos Roche Químicos e Farmacêuticas. O tratamento é uma combinação dos medicamentos biológicos casirivimabe e imdevimabe.

A agência reguladora avaliará a solicitação da autorização para o uso emergencial e temporário de medicamento no prazo de até 30 dias. As primeiras 72 horas serão utilizadas para fazer uma triagem do processo e verificar se os documentos necessários estão disponíveis.

Para fazer a avaliação, a Anvisa utilizará o relatório técnico emitido pela FDA (agência que regula medicamentos nos Estados Unidos) e os dados apresentados pelo laboratório em reunião de pré-submissão.

Foram entregues 3.626 páginas de dados sobre o medicamento objeto da solicitação nesta quinta-feira (1).

A FDA já concedeu autorização de uso de emergência para esses medicamentos a serem administrados juntos para o tratamento de Covid-19 em pacientes com sintomas leves e moderados.

Segundo a agência americana, a terapia com anticorpos monoclonais pode ajudar os pacientes ambulatoriais a evitar a hospitalização e aliviar a carga no sistema de saúde. Esses medicamentos mostraram redução na hospitalização pela Covid-19.

Os anticorpos monoclonais são proteínas feitas em laboratório que imitam a capacidade do sistema imunológico de combater o vírus.

A Anvisa já aprovou o uso emergencial de um medicamento para ser usado em pacientes de Covid-19, o remdesivir.

O remédio é indicado para pessoas hospitalizadas com quadro de pneumonia e que precisam de suporte de oxigênio, desde que não estejam em ventilação mecânica.

O medicamento apresentou em estudos benefícios na redução da mortalidade e diminuição da necessidade de ventilação mecânica, além de redução do tempo de internação.

Defensor do eletrochoque é nomeado para área da Saúde Mental do Ministério da Saúde

O Ministério da Saúde nomeou o psiquiatra Rafael Bernardon Ribeiro para o cargo de coordenador-geral de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas do Departamento de Ações Programáticas Estratégicas, da Secretaria de Atenção Primária à Saúde. O médico é defensor das terapias com eletrochoque.

A publicação no Diário Oficial da União foi assinada pelo ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, nesta quinta-feira (18). Em uma entrevista feita ao Canal da Psiquiatria, em 2013, o médico chegou a dizer que o tratamento com eletroterapia havia virado o seu mantra.

“A eletroconvulsoterapia é um tratamento utilizado na medicina desde 1938, ele persiste justamente por ser muito bom. Tem uma resposta na ordem de 90%, o paciente tem algum benefício em 9 a cada 10 casos tratados”.

Segundo o médico, o procedimento deve ser realizado em casos mais graves. “São justamente em casos mais graves que não tem nenhuma resposta a nenhum medicamento em geral em mais de três, quatro, cinco tentativas combinadas ou não”, disse.

Segundo consta em seu currículo, o médico já foi consultor do Ministério da Saúde de novembro de 2018 a dezembro de 2019. Além disso, foi coordenador adjunto na Coordenação-Geral de Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas da pasta de novembro de 2017 a julho de 2018.

Ele também atuou como assessor técnico na área de Saúde Mental do governo de São Paulo de abril de 2012 a dezembro de 2018. Atualmente, atua em tempo integral como diretor técnico do Centro de Atenção Integrada à Saúde Mental da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).

Aplicativo do Ministério da Saúde estimula usar hidroxicloroquina para tratar Covid até em bebês

Na contramão do que dizem entidades médicas, o Ministério da Saúde lançou neste ano o aplicativo TrateCOV, que sugere a prescrição de hidroxicloroquina, cloroquina, ivermectina, azitromicina e doxiciclina, a partir de uma pontuação definida pelos sintomas do paciente após o diagnóstico de Covid-19.

O aplicativo, indicado para auxiliar os profissionais de saúde na coleta de sintomas e sinais de pacientes contra a Covid-19, receita hidroxicloroquina em qualquer idade, não importa se for bebê ou idoso.

Entretanto, a Associação Médica Brasileira (AMB) e a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) alertaram em uma nota conjunta que as evidências científicas demonstram que nenhuma medicação tem eficácia na prevenção ou no tratamento precoce.

“Pesquisas clínicas com medicações antigas indicadas para outras doenças e novos medicamentos estão em andamento. Atualmente, as principais sociedades médicas e organismos internacionais de saúde pública não recomendam o tratamento preventivo ou precoce com medicamentos, incluindo a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária)”, disse em nota.

No site do Ministério da Saúde a informação é de que o TrateCOV sugere algumas opções terapêuticas disponíveis na literatura científica atualizada, sugerindo a prescrição de medicamento. A intenção é oferecer um tratamento precoce com uso de medicações antivirais.

O próprio ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, lançou o aplicativo em Manaus. Até o momento, 342 profissionais já foram habilitados. A intenção é ampliar o uso para outras regiões do país.

Apesar do lançamento, o ministro tem mudado o discurso. Ele disse, nesta segunda-feira (18), que a pasta não tem protocolo sobre uso de medicamentos como a hidroxicloquina contra a Covid-19.

“Nós defendemos, incentivamos e orientamos que a pessoa doente procure imediatamente o posto de saúde, procure o médico. E o médico faça o diagnóstico clínico do paciente. Este é o atendimento precoce. Que remédios o médico vai prescrever, isso é foro íntimo do médico com seu paciente. O ministério não tem protocolos sobre isso, nem poderia ter. Não é missão do ministério definir protocolo para o tratamento. Tratamento é uma coisa, atendimento é outra”, declarou Pazuello, em coletiva de imprensa.

Uma das primeiras missões de Pazuello quando assumiu a Saúde interinamente foi ampliar o uso da hidroxicloroquina para o tratamento contra a Covid, o que havia levado à saída de seu antecessor, Nelson Teich.

A pasta também já divulgou um gráfico em que associava, de forma errônea, a redução de mortes por Covid a uma primeira versão do documento (de maio do ano passado), citando como “tratamento precoce”.

O presidente Jair Bolsonaro é um defensor do uso de cloroquina, ivermectina e azitromicina para o tratamento contra a Covid.

No sábado (16), o Twitter marcou como enganosa e potencialmente prejudicial uma publicação do Ministério da Saúde que colocava o “tratamento precoce” como estratégia de combate ao coronavírus.

Na manhã desta segunda, mesmo após diretores da Anvisa terem dito no domingo (17) que não há alternativa terapêutica contra a doença, Bolsonaro voltou a defender o tratamento precoce.

“Não desistam do tratamento precoce. Não desistam, tá? A vacina é para quem não pegou ainda. E esta vacina que está aí é 50% de eficácia. Ou seja, se jogar uma moedinha para cima, é 50% de eficácia. Então, está liberada a aplicação no Brasil”, disse Bolsonaro a apoiadores.

Anvisa certifica boas práticas de Pfizer e Janssen, que podem pedir aval a vacinas

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) concedeu a certificação de boas práticas de produção às farmacêuticas Pfizer, que possui parceria com a BioNTech na produção da vacina contra a Covid-19, e a Janssen, braço farmacêutico da Johnson & Johnson.

O documento é um dos requisitos para que fabricantes possam solicitar o uso emergencial ou o registro definitivo de vacinas contra a Covid-19 e é válido por dois anos.

Na prática, a decisão da Anvisa indica que haverá menos impeditivos para análise de um pedido de registro ou uso emergencial quando ele ocorrer. A informação foi publicada no Diário Oficial nesta terça-feira (19).

Ao todo, quatro empresas participam do processo de fabricação de insumos e formulação da vacina da Pfizer, todas já certificadas quanto ao cumprimento de boas práticas.

Já a Janssen possui três empresas que participam do processo de fabricação de insumo, mas a conclusão da análise é da Grand River Aseptic Manufacturing. Essa é a segunda empresa da farmacêutica que recebeu a certificação –ainda está pendente a informação relativa de mais uma.

A verificação do cumprimento das boas práticas de fabricação de medicamentos durante a pandemia pode ser realizada de duas formas: inspeção realizada pela Anvisa ou relatórios de inspeção elaborados por autoridades reguladoras com equivalência regulatória à brasileira.

A verificação do cumprimento das boas práticas da Pfizer foi feito através desses dois mecanismos. Já em relação à Janssen, a Anvisa avaliou relatórios de inspeção de autoridades reguladoras que fazem parte do Esquema de Cooperação de Inspeção Farmacêutica.

A Anvisa informou que até o momento não há pedido de uso emergencial ou de registro das vacinas da Pfizer ou da Janssen.

A agência reguladora já havia concedido o certificado de boas práticas à Sinovac, empresa chinesa que é parceira do Instituto Butantan na produção da Coronavac.

Houve a conclusão também do pedido da WuXi Biologics, responsável pela fabricação do insumo farmacêutico ativo biológico da vacina desenvolvida pela AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford e a Fundação Oswaldo Cruz.

No domingo (17) a agência reguladora aprovou, por unanimidade, a autorização para o uso emergencial das vacinas Coronavac e Oxford/AstraZeneca. Ambas se tornam as primeiras vacinas contra Covid a poderem ser aplicadas no Brasil. A decisão vale para o uso de 8 milhões de doses vinculadas à Fiocruz e ao Butantan.

Essa foi a primeira vez que a agência avaliou pedidos de uso emergencial de vacinas. As autorizações foram decididas em reunião da diretoria colegiada do órgão, com a presença dos cinco diretores e transmitida ao vivo.

Minutos depois da decisão, o governador João Doria (PSDB-SP) vacinou a primeira mulher no país.

Por conta do ocorrido, o governador foi acusado pelo ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, de fazer marketing e de quebrar acordo com o governo federal e com os demais estados ao iniciar a vacinação em São Paulo antes do plano federal.

No mesmo dia, os governadores foram convidados por Pazuello a viajarem para São Paulo para participarem de ato de entrega das vacinas.

O cronograma federal previa o início da vacinação para quarta, mas Pazuello foi pressionado pelos governadores para o começo imediato, com a entrega das doses nesta segunda com aviões da FAB (Força Aérea Brasileira) e a vacinação a partir das 17h.

Conforme mostrou o Painel, porém, o ministério mudou horários dos voos e diversos estados só receberão os pacotes de noite, atrasando o início da imunização. Em alguns casos, autoridades estaduais já estavam aguardando nos aeroportos, quando foram surpreendidas pelas mudanças. Ao menos seis locais que receberiam antes das 16h agora só vão receber na parte da noite.

Ministério da Saúde desiste de vermífugo que governo anunciou ser eficaz contra a Covid

Divulgado pelo governo federal como um medicamento eficaz contra a Covid-19, o vermífugo nitazoxanida, conhecido comercialmente como Annita, não será adquirido pelo Ministério da Saúde.

A pasta informou que não há planos para disponibilizar o medicamento na rede pública de saúde.

“A nitazoxanida não consta nas orientações do Ministério da Saúde para o tratamento da Covid-19, e também não se encontra incluída na Rename 2020 (Relação Nacional de Medicamentos), de forma que esse medicamento não é adquirido ou financiado com recursos federais do SUS”, informou o ministério.

O órgão disse ainda que somente quatro medicamentos fazem parte da orientação da pasta para uso contra a Covid-19: azitromicina 500 mg associada à cloroquina 150 mg ou à hidroxicloroquina 400 mg e o oseltamivir.

As informações foram obtidas em resposta a um pedido de informação feito pela deputada Sâmia Bonfim (PSOL-SP).

O Ministério da Ciência e Tecnologia afirmou, em outubro de2020, que resultados de estudos clínicos apontaram que o vermífugo teria ajudado a reduzir a carga viral em pacientes na fase inicial da Covid-19.

Sem os números e um estudo já publicado, o governo se limitou a divulgar o resultado em discursos e por meio de um vídeo, no qual constava a imagem de um gráfico genérico, sem dados, com a frase “Nitazoxanida é eficaz!”.

Na ocasião, representantes da pasta argumentaram que os resultados foram submetidos a uma revista científica internacional e que uma eventual divulgação prévia dos dados limitaria a publicação.

De acordo com o ministério, os dados correspondiam ao resultado de testes em 500 voluntários. Eles foram divididos em dois grupos: um recebeu placebo e outro o medicamento.

Apesar da divulgação, médicos e pesquisadores ouvidos pela reportagem disseram que a conclusão da pesquisa não mudaria o cenário atual e não significaria uma guinada no combate ao novo coronavírus.

O início dos testes com a nitazoxanida foi anunciado pelo ministro Marcos Pontes (Ciência, Tecnologia e Inovações) ainda em abril. Na época, o ministro evitou citar o nome do remédio.

O argumento era a necessidade de evitar uma corrida às farmácias -como ocorreu quando o presidente Jair Bolsonaro passou a defender publicamente a hidroxicloroquina como cura para a Covid-19.O Ministério da Ciência e Tecnologia foi procurado para comentar o caso, mas não havia se manifestado até a publicação deste texto.