
Beto Richa disse estar “perplexo” com abertura de inquérito
Jordana Martinez
16 de junho de 2017, 16:38
O sócio da J&F, Joesley Batista, prestou depoimento nesta sexta-feira (16), em Brasília, no inquérito em que o presi..
Jordana Martinez - 16 de junho de 2017, 17:57
O sócio da J&F, Joesley Batista, prestou depoimento nesta sexta-feira (16), em Brasília, no inquérito em que o presidente Michel Temer é investigado no Supremo Tribunal Federal (STF).
O empresário manteve a versão que apresentou em seus depoimentos em delação premiada sobre o envolvimento do presidente Michel Temer em um suposto esquema de corrupção e tentativa de "compra do silêncio" do ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e do corretor de valores Lúcio Funaro.
Advogados de defesa do empresário informaram à imprensa que ele teria confirmado as informações prestadas anteriormente à PGR (Procuradoria Geral da República).
Em março deste ano, Joesley Batista gravou uma conversa com o presidente Michel Temer no Palácio do Jaburu, em uma reunião que não consta na agenda oficial do presidente. Na gravação, segundo o empresário, os dois estariam discutiam a compra do silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB).
Na conversa, Joesley afirma que está “de bem com Eduardo Cunha”. O trecho em que o empresário teria falado que fazia contribuições mensais ao ex-presidente da Câmara, no entanto, está inaudível. É a essa afirmação que Temer responde “Temos que manter isso”. Joesley também cita, e tem a concordância do presidente, que mantém Lúcio Funaro sob controle, também com o pagamento de propina.
Outros trechos da gravação mostram, ainda, Joesley contando a Michel Temer que pagava um procurador do Ministério Público Federal para lhe repassar, de antemão, informações sobre a Operação Lava Jato e que estava atuando para substituir um procurador que investigava a empresa.
O empresário ainda reclama de dificuldades em tratar com o ministro da Fazenda Henrique Meirelles, critica o BNDES e diz ter questões a resolver no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e pergunta quem pode procurar. “O Rodrigo (Rocha Loures)”, indica Temer. “Ele é de extrema confiança”, acrescenta.
Segundo o entendimento da PGR sobre o teor da conversa, na conversa Temer apoiou a iniciativa de Joesley para impedir que Cunha e Funaro fizessem uma delação premiada. Além disso, no mesmo inquérito é investigado um ex-assessor próximo de Temer, o ex-deputado federal Rodrigo Loures (PMDB-PR), que está preso em Brasília após ter recebido uma mala com R$ 500 mil em espécie da JBS.