
PF vai acionar Interpol para localizar família de menino
Fernando Garcel
25 de outubro de 2017, 13:07
Narley Resende e Fernando Garcel Maria Conceição Queiroz, conhecida como Maria Paraguaia, suspeita de ser a respo..
Narley Resende - 25 de outubro de 2017, 14:22
Narley Resende e Fernando Garcel
Maria Conceição Queiroz, conhecida como Maria Paraguaia, suspeita de ser a responsável por trazer do Paraguai o menino de um ano, que teria sido encontrado andando sozinho por uma rua de Cascavel, oeste do Paraná, nega ter ralação com o tráfico de crianças. De acordo com a Polícia Federal (PF), em depoimento nesta quarta-feira (25), ela manteve a versão de que encontrou o menino abandonado na rua. Maria Paraguaia foi transferida para a cadeia feminina de Corbélia (PR).
Antes de ser interrogada, Maria foi quem acionou o Conselho Tutelar e disse que havia achado a criança em frente à sua casa, no último dia 10 de outubro. Ela é conhecida na região por atuar em causas sociais e já prestou serviços de arrecadação e doação de roupas e alimentos.
Nessa terça-feira (25), assim que chegaram à casa dela, os policiais encontraram, ainda, duas meninas, uma de 9 anos e outra que não teve a idade levantada.
Quando entrava na viatura policial, a suspeita negou que as garotas fossem crianças traficadas. "A pequena é minha sobrinha e a outra é minha filha, que eu criei. Eu vou provar, porque o documento eu tenho. O menino, eu não sei (de onde é)", disse à equipe da TV Tarobá, afiliada da Band em Cascavel.
Uma vizinha de Maria Paraguaia disse que já havia visto a mulher aparecer com outras crianças em casa.
"Ela foi e voltou através de um grupo que reúne as autoridades policiais do Brasil, Paraguai e Argentina. É um canal mais ágil de cooperação policial. Eu vou encaminhar as informações que nós temos, solicitar algumas diligências e esperar o resultado que vem das autoridades de lá", explicou o delegado na manhã desta quarta-feira.
Leal Junior afirmou que só vai falar novamente sobre o caso após intimar e ouvir todas as testemunhas.
O tráfico internacional de pessoas prevê reclusão de 4 a 8 anos, e multa. No entanto, a pena é aumentada de um terço até a metade se o crime for cometido contra uma criança.
A criança está sob cuidados do Conselho Tutelar e não apresenta ferimentos ou sinais de abusos. Para garantir que a criança seja entregue para a pessoa certa, quem foi identificado como ou pai será submetido ao exame de DNA. Os responsáveis devem ser interrogados. Há a possibilidade de a criança ser encaminhada para adoção.
Após a divulgação da reportagem sobre o menino em um portal de notícias do Paraguai algumas pessoas afirmaram que a criança se chama Bruno U. P. e teria origem paraguaia.
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Em um perfil de rede social de uma pessoa, que supostamente seria a mãe Bruno, existe a foto de uma criança muito semelhante ao garoto encontrado em Cascavel.
O menino segue em um abrigo e deverá voltar ao Paraguai caso seja comprovada a nacionalidade.
Autoridades que investigam o caso deverão levantar informações de que forma ele saiu do Paraguai. Se foi com consentimento dos pais ou não.
A Polícia Federal deve falar com a imprensa sobre o caso nesta quarta-feira (25).