
Mulher dá à luz em loja no Centro de Curitiba
Andreza Rossini
23 de dezembro de 2017, 17:05
Da SMCSEm 2017, a Casa da Mulher Brasileira (CMB) de Curitiba consolidou o atendimento às mulheres em situação de risco...
Francielly Azevedo - 25 de dezembro de 2017, 14:17
Em 2017, a Casa da Mulher Brasileira (CMB) de Curitiba consolidou o atendimento às mulheres em situação de risco. Inaugurada em 2016, sem funcionamento pleno, a unidade reforçou ao longo deste ano tanto os serviços prestados quanto o planejamento administrativo necessário para promover a melhoria contínua do espaço.
“Nós avaliamos o contexto do que recebemos, organizamos convênios pendentes, priorizamos ações e fortalecemos o diálogo com a gestão e movimentos sociais”, afirma assessora de Direitos Humanos e de Políticas para as Mulheres, Terezinha Beraldo. “Foi um ano focado na organização.”
A unidade recebeu, por exemplo, um núcleo da Delegacia da Mulher. Com esse reforço nos serviços o fluxo de pessoas cresceu, tendo sido realizados este ano 14.793 atendimentos e encaminhamentos.
A média diária de atendimentos cresceu 45% em relação ao ano passado, para 46,5 mulheres atendidas todos os dias em 2017.
“A partir do momento que as pessoas tomam consciência de que existe a Casa, que elas têm mais acesso à informação, há uma popularização do trabalho. Isso foi um grande ganho deste ano”, explica a coordenadora da CMB, Sandra Praddo.
Entregue a Curitiba em junho de 2016, a Casa faz parte de um projeto do governo federal, que conta com participação do Estado e é administrado pelo Município.
Renovado
No final deste ano o convênio que permite o funcionamento da CMB foi renovado por mais 24 meses – estendendo-se até 2019.
Após a organização realizada este ano, para 2018 Terezinha Beraldo diz que será possível aumentar a execução de demandas específicas para as mulheres e a execução do Plano de Governo municipal.
A Casa presta acolhimento e atendimento psicossocial, além de serviços da Patrulha Maria da Penha, da Polícia Militar, da Defensoria Pública, do Juizado de Violência Doméstica e Familiar e do Ministério Público.
Também conta com central de transportes, alojamento de passagem para mulheres em risco de vida, brinquedoteca e um setor de autonomia econômica da Fundação de Ação Social (FAS), que ao longo do ano atendeu 569 mulheres e encaminhou 33 para vagas de emprego.
Para auxiliar o retorno dessas mulheres ao mercado de trabalho, a Casa também deu início este ano a um projeto de empregabilidade, em parceria com o Grupo Mulheres do Brasil, a Universidade Positivo e a FAS/Trabalho.
Em encontros semanais, um grupo de mulheres desenvolve habilidades psicossociais importantes para o ambiente de trabalho. Futuramente o projeto deve expandir e firmar parcerias com empresas para incluí-las com mais vigor no mercado. “Encontrar um emprego e se desenvolver nele é uma forma importante de superar os traumas por que passaram muitas das mulheres que atendemos”, diz Sandra.
Referência
Pela excelência do trabalho realizado em Curitiba, a equipe da Casa foi convidada para auxiliar na implantação da unidade de São Paulo. Em dezembro, a coordenadora Sandra Praddo esteve presente em reuniões e palestras na capital vizinha, em programação para troca de experiências e compartilhamento da experiência acumulada em Curitiba.
“É uma determinação do prefeito Rafael Greca melhorarmos cada vez mais o trabalho na Casa”, nota Sandra.
O atendimento descentralizado é uma importante forma de expandir os serviços. A Assessoria de Políticas para a Mulher conta com a Unidade Móvel Lilás, que é um ônibus adaptado para atendimento individualizado.
Entre maio e novembro de 2017, a Unidade Móvel levou o atendimento de profissionais de psicologia, serviço social e direito para 20 eventos, alguns organizados pela Prefeitura e outros particulares, quando solicitado.
Como uma forma de articular o trabalho da Prefeitura, Estado e sociedade para combater a violência contra a mulher, este ano foram retomados os trabalhos da Rede de Atenção à Mulher em Situação de Violência.
O mecanismo funciona como uma ponte entre diversas frentes, especializadas no assunto ou não, para melhor identificar e ampliar o atendimento às mulheres em situação de violência.
Mensalmente, acontecem encontros entre todas essas frentes para troca de experiências e apresentação de demandas. Nos cinco encontros do ano, foi apresentado o funcionamento da Casa da Mulher Brasileira, da Assessoria de Políticas para as Mulheres, do acolhimento para mulheres na FAS, entre outros temas. Quando há necessidade, a Rede também realiza estudos de caso.