
Regulamentado, Uber aumenta taxa fixa em 60%
Roger Pereira
09 de outubro de 2017, 21:36
Os vereadores Thiago Ferro (PSDB) e Osias Moraes (PRB) criticaram na Câmara de Curitiba, imagens com "nudez explícita" d..
Andreza Rossini - 10 de outubro de 2017, 09:42
Segundo Ferro, que exibiu em plenário fotografias da mostra consideradas impróprias, a Fundação Cultural (FCC) atendeu seu pedido e sinalizou a sala como desaconselhável a menores de 18 anos.
"Vamos continuar a proteger a inocência das crianças. Se algum pai gosta de mostrar essas imagens , que são belíssimas".
Um dos artistas da exposição, Mário de Alencar, afirmou que a atitude é uma "perseguição" e que as escolas já haviam sido avisadas sobre a sala. "Na nossa perspectiva, estamos sendo perseguidos. O vereador visitou a exposição na última semana e, como a sala já estava sinalizada, parece que ele quer criar um clima de histeria como aconteceu em outros estados. É pouco racional, parece um ultraje fabricado".
Para Moraes, exposições "dessa natureza não trazem benefício algum. Não podemos permitir que crianças e adolescentes sejam dessa forma atingidos. Estou vendo que pornografia virou arte". O vereador também comentou o veto do prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, integrante de seu partido, à realização do "Queermuseu – Cartografias da diferença da arte brasileira" no Museu de Arte do Rio (MAR). Ele opinou que o chefe do Pode Executivo pode sim se posicionar contra a iniciativa, pelo fato de a mostra ter utilizado recursos públicos (via Lei Rounet).
Além do posicionamento contrário ao "Queermuseu", o representante do PRB na Câmara de Curitiba havia falado, na semana passada, contra a performance com nudez "La Bête", realizada no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM) pelo bailarino e coreógrafo Wagner Schwartz - que, para Moraes, pode ser considerada um "ato pedófilo".
Por meio de nota, a FCC afirmou que não é responsável pelas exposições. "O evento no Muma é de responsabilidade da curadoria da Bienal de Curitiba, que solicitou espaços públicos e privados para acomodar as exposições. Na entrada da exposição, há uma placa com a faixa etária, desaconselhando a visita para menores de 18 anos. Nenhum CMEI ou escola municipal visitou tal exposição".
O vereador também protocolou um pedido de informações oficiais ao Município sobre a exposição. Entre os questionamentos, ele quer saber se as obras foram visitadas por escolas municipais (se sim, por quais); quais os critérios de faixa etária adotados para a mostra; se existe uma pessoa responsável pela recepção dos visitantes e, consequentemente, por informar sobre a restrição de idade; e se houve divulgação para os equipamentos da rede pública de ensino (se sim, por qual meio). "A referida exposição foi visitada e contém conteúdo impróprio para menores", justifica o vereador. "A arte é livre, porém a inocência das nossas crianças deve ser preservada. O intuito da proposição é receber informações a respeito do assunto, para que nossas crianças não sejam atingidas por tais conteúdos."
A entrada para a exposição é gratuita. A visitação pode ser feita de terça-feira a domingo, das 10 às 19 horas, até o dia 25 de fevereiro de 2018. Dezesseis artistas participam da exposição.
Confira a descrição da exposição: "No momento congelado entre o real e o falso, em meio à enxurrada cotidiana de ícones e representações, entre camadas de imagens espontâneas e identidades fabricadas, existe uma lacuna entre a arte e a vida. É um vulto no canto do olho durante uma transação financeira, escutamos seu eco na balada da propaganda de cigarro e no silêncio do cinema mudo memético. É a auréola do artista retirada da sarjeta e colocada num pedestal, ainda enlameada. É o espectro materializado pelo carro possante na auto-estrada, simultaneamente concreto enquanto bolha de separação urbana e abstrato como estilo de vida. A tautologia daquilo que é bom porque aparece, e aparece porque é bom. É a reificação, é o fetiche, é o espetáculo. É a imagem de um rosto humano sendo sobreposta à imagem de um rosto humano sendo sobreposta à imagem de um rosto humano - para sempre. Nesse excesso sem fim de cópias e simulacros encontramos a Colagem na curiosa posição de linguagem oficial da comunicação fragmentada e assíncrona da contemporaneidade. Enquanto ferramenta de desconstrução e ressignificação de poéticas, ela sintetiza contextos visuais de naturezas diversas com seus processos de criação, traduzindo recortes de cultura em transgressão subjetiva.
Enquanto metodologia de aglomeração de conceitos, ela preenche o hiato entre pintura e escultura, entre vídeo e performance, entre artista e audiência. A fotografia se torna a catalogação de narrativas que se fragmentam na exuberância das cores plásticas de rótulos de produtos aglomerados e objetos encontrados que emolduram vídeo-sequências em loop. Com o objetivo de vislumbrar o potencial da Colagem como linguagem intermediária entre as demais formas de expressão artística, o Clube da Colagem de Curitiba convida essa seleção de artistas para investigar a área cinza da intertextualidade e abordar suas pesquisas individuais através da perspectiva da Colagem em Campo Expandido".