A Polícia Federal (PF) cumpriu três mandados de busca e apreensão como parte da investigação sobre as suspeitas de adoção ilegal e tráfico internacional de pessoas em Cascavel, no Oeste do Paraná, na manhã desta quarta-feira (1º). A ação é um desdobramento da investigação que prendeu Maria da Conceição Queiroz, conhecida como Maria Paraguaia, na semana passada.
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Os mandados foram cumpridos na casa de Maria Paraguaia, na casa de um casal que estaria interessado em adotar o menino de um ano, localizado no começo do mês e que deu origem a investigação, e ainda na residência de um terceiro investigado, que não teve a identidade revelada pela PF.
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De acordo com o delegado da Polícia Federal, Mario César Leal Jr, foram recolhidos diversos documentos e telefones celulares. As investigações seguem no sentido de esclarecer se a suspeita está envolvida no tráfico de outras crianças. “Encontramos diversos documentos de pessoas e de terceiros e vamos verificar se há algum envolvimento ou alguma outra fraude e criança que tenha sido trazida, mas ainda é muito prematuro para afirmar”, diz.
Maria Paraguaia
A mulher suspeita de participar do esquema foi a responsável por acionar o Conselho Tutelar de Cascavel após, segundo ela, encontrar o menino sozinho na rua. Ocorre que essa é apenas uma de várias versões apresentadas pela mulher. Ela foi presa quando a Polícia Civil encontrou outras duas menores de idade em sua casa que estavam sem documentação. Quando foi transferida de Cascavel para cadeia feminina de Corbélia, a suspeita afirmou que o menino seria filho da adolescente que não o queria mais, e que por isso ela chamou o Conselho Tutelar.
O delegado afirmou que as versões dadas por ela até agora são contraditórias e que ela deve prestar um novo depoimento. “Ela confirma, em parte, o que já havia dito, mas vou ouvir Maria mais uma vez para que ela dê novas declarações e esclareça o que ela afirmou”, diz Leal.
Suposta origem paraguaia
Após a divulgação da reportagem sobre o menino em um portal de notícias do Paraguai algumas pessoas afirmaram que a criança se chama Bruno U. P.* e teria origem paraguaia. Em um perfil de rede social de uma pessoa, que supostamente seria a mãe Bruno, existe a foto de uma criança muito semelhante ao garoto encontrado em Cascavel.
Conforme a Polícia Federal seguem pendentes as respostas da polícia paraguaia com relação à identidade dos menores e diligências também são realizadas pelas autoridades locais no país vizinho para localizar e ouvir familiares. O inquérito em Cascavel deve ser finalizado na próxima semana, quando se encerra o prazo de quinze dias, que pode ser prorrogado.