
UFPR divulga ensalamento para a 2ª fase do vestibular
Mariana Ohde
23 de novembro de 2016, 09:51
Aos 65 anos, Juscelina Maria Cruz Madalena - a Dona Nena, como é conhecida - decidiu bater na porta da Escola Municipal ..
Mariana Ohde - 23 de novembro de 2016, 11:17
Aos 65 anos, Juscelina Maria Cruz Madalena - a Dona Nena, como é conhecida - decidiu bater na porta da Escola Municipal Monteiro Lobato, em Foz do Iguaçu: "Falei com a secretária: ‘Rose, não tem algum estudinho pra mim aí, não?'".
Proibida de estudar durante a infância pelo pai, que precisava dela na lavoura, e depois pelo marido, Dona Nena nunca desistiu do sonho de aprender a ler e escrever, para, quem sabe, ter uma profissão.
"Sonho em ser uma professora, ser uma enfermagem", diz. Quem compartilhou a história de Dona Nena nas redes sociais foi a jornalista de Foz do Iguaçu, Izabelle Ferrari.
Segundo Izabelle, a curiosidade pela história surgiu em uma conversa com o primo João Vitor, de apenas seis anos, colega de classe de Nena. Na sala, a senhora de 65 anos assiste às aulas com 22 crianças que têm entre seis e sete anos.
“Quando eu era criança, meu pai não me deixou estudar, né? Só trabalhar na lavoura. Nós chorava, mas ele dizia que menina 'muié' não precisava estudar não. E a minha mãe dizia que estudar servia só pra escrever cartinha pros namorados”, conta.
Anos mais tarde, casada, Dona Nena foi proibida de estudar pelo marido. “Comecei a estudar no Mobral, escondido dele. Um dia ele foi fuçar minha bolsa e viu meu caderno e meu lápis. Perguntou se eu estava estudando. Eu disse que tava sim. Sabe o que ele fez? Pegou meu caderno e rasgou todinho!”, relembra.