A Justiça determinou que seja marcado o júri popular de Carlos Eduardo dos Santos, acusado pela morte de Rachel Genofre, em 2008. Ainda não há uma data definida para o julgamento.
O caso ganhou capítulos decisivos em 2019, quando a Polícia Civil do Paraná alegou ter encontrado o responsável pela morte da garota, que foi encontrada esquartejada, com sinais de estrangulamento e violência sexual, dentro de uma mala na rodoviária de Curitiba.
A decisão pelo júri popular é da juíza Mychelle Pachecco Cintra Stadler, da 1ª Vara Privativa do Tribunal do Júri da Região Metropolitana de Curitiba. A sentença de pronúncia foi publicada nesta quinta-feira (12).
Ao analisar o caso, a juíza também manteve a prisão preventiva de Carlos Eduardo dos Santos, negando o pedido da defesa, que pleiteava ao réu a possibilidade de responder em liberdade.
Além disso, Stadler determinou que o réu seja transferido para Sorocaba, no interior de São Paulo, onde o Santos se encontrava preso e condenado por outros crimes antes da transferência para Curitiba.
O acusado ainda pode recorrer da decisão. Ao despachar a sentença de pronúncia, Stadler determinou a intimação de defesa e acusação. Vencida essa etapa, a juíza poderá marcar a data do júri popular.
CASO RACHEL GENOFRE
Rachel Genofre desapareceu no dia 3 de novembro de 2008. O último paradeiro conhecido da garota, na época com 8 anos de idade, era em um ponto próximo à Praça Rui Barbosa, na Rua Voluntário da Pátria, no Centro de Curitiba.
O corpo de Rachel Genofre foi localizado dois dias depois, em 5 de novembro. Esquartejado, com sinais de estrangulamento e violência e sexual, o corpo foi encontrado dentro de uma mala, que foi deixada embaixo de uma escada da Rodoferroviária de Curitiba.
A identidade foi confirmada após exame de perícia do IML (Instituto Médico-Legal). O Instituto de Criminalística foi acionado por fiscais e policiais militares, após dois indígenas que dormiam na rodoviária se depararem com a mala suspeita.
POLÍCIA DEMOROU 11 ANOS PARA CONCLUIR INQUÉRITO
Em setembro de 2019, após várias tentativas frustradas e várias prisões de suspeitos, a Polícia Civil do Paraná finalmente anunciou a conclusão do inquérito.
Preso em Sorocaba (SP), Carlos Eduardo dos Santos teve o material genético incluído em um banco de dados nacional, e o Instituto de Criminalística de São Paulo alertou as autoridades paranaenses sobre a compatibilidade.
Segundo o delegado-geral da Polícia Civil do Paraná, um DNA não compatível com o de Rachel Genofre foi colhido no corpo da garota no dia em que o corpo foi encontrado, esquartejado e com sinais de agressões físicas e sexuais.
O dono do material genético nunca havia sido identificado, mas exames indicaram que ele pertence a Carlos Eduardo dos Santos.