(Foto: Valdir Amaral/Alep)

Cobertura vacinal obrigatória para crianças com até 2 anos fica abaixo da meta no PR

O Paraná não atingiu a meta de vacinação obrigatória para crianças de até dois anos no ano passado. Conforme dados do Mi..

O Paraná não atingiu a meta de vacinação obrigatória para crianças de até dois anos no ano passado. Conforme dados do Ministério da Saúde, nenhuma das oito vacinas obrigatórias atingiu a meta, que varia de 90% a 95%. A vacina pentavalente, que protegem contra hepatite B e coqueluche, foi a que teve o pior índice: a cobertura foi de 78%. A aplicação dessa vacina é feita em três doses. O 2º pior índice foi a da vacina contra a febre amarela, que tem duas doses.

A cobertura vacinal dela foi de 81%. Já a vacina contra a BCG, que protege contra a tuberculose, que chegou a 88% da cobertura no ano passado. A vacina que passou de 90% de adesão, em 2019, foi a meningococo C. Ela protege contra a meningite e chegou a 91% da cobertura vacinal.

Para a pediatra e coordenadora do serviço de epidemiologia e controle de infecção do Hospital Pequeno Príncipe, Heloísa Giamberardino, a baixa na cobertura vacinal é preocupante. Ela lembra que a imunização é um direito fundamental das crianças.

“As vacinas tem um impacto muito importante na saúde humana, elas realmente fazem a diferença. Em pleno século 21 não é possível alguma criança adquirir ou até ter uma evolução fatal por uma doença imunoprevenível. A vacina faz parte dos Direitos da Criança e do Adolescente os pais não podem deixar de oferecer, não é apenas uma questão de opção pessoal, a vacina de fato ela é necessária porque assim como protege a sua criança e adolescente elas também está protegendo os próximos a sua criança ou adolescente e também os familiares”, afirma Heloísa Giamberardino.

 

De acordo com o Programa de Imunização do Paraná, aproximadamente 13 mil crianças deveriam ser vacinadas por mês no Paraná. Dados prévios do Ministério da Saúde apontam que nos últimos cinco anos, a cobertura vacinal nas crianças com menos de dois anos caiu 10%. As metas de cobertura vacinal preconizadas para crianças de até dois anos das vacinas BCG e Rotavírus é de 90% e as demais 95%. Com a baixa cobertura vacinal em todo o país, a SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria) publicou um manifesto demonstrando preocupação com o assunto que classifica com um grave sinal de alerta para as autoridades sanitárias.

Para a Sociedade, independentemente do período de pandemia, estratégias devem ser elaboradas de modo urgente para que pais e responsáveis possam manter as cadernetas de vacinação das crianças em dia.

O Secretário de Estado da Saúde, Beto Preto, explica que diversas situações contribuem para os baixos índices de imunização no estado, mas para um possível retorno das aulas presenciais, é essencial que as carteirinhas de vacinação estejam em dia.

“Neste momento de coronavírus nós estamos trabalhando com a hipótese de uma vacina logo, deve ser no final do ano ou começo de 2021. Essa vacina pode ser o nosso grande ato de resolver problemas em relação ao coronavírus. Se nós temos vacina contra sarampo, contra tuberculose, se nós temos vacinas obrigatórias, por que não manter a carteira de vacinação em dia?”, questiona.

“A gente vinha de uma recuperação razoável na vacinação do Paraná em 2019, mas este é um ano atípico. Até para a questão da volta às aulas nós temos que manter a carteirinha da vacinação em dia, caso contrário, no retorno das aulas, quando for realizado, haverá possibilidade de outras doenças se alastrarem dentro da sala de aula”, conclui.