(Foto: Geraldo Bubniak/AGB)

Recuperar-se de Covid-19 pode dar imunidade a 83%, mas não evita transmissão, indica estudo

Adultos de até 54 anos recuperados de infecção por coronavírus apresentam imunidade por ao menos cinco meses, indica est..

Adultos de até 54 anos recuperados de infecção por coronavírus apresentam imunidade por ao menos cinco meses, indica estudo divulgado nesta quinta-feira (14) pelo governo britânico.

Feito pelo PHE (sigla em inglês para Saúde Pública da Inglaterra), o estudo Siren avalia testes regulares de mais de 20 mil profissionais de saúde desde junho do ano passado. Os voluntários têm de 35 a 54 anos, o que não permite tirar conclusões sobre o efeito em idosos (cujas respostas imunológicas tendem a ser mais fracas e breves).

Segundo a líder do estudo, Susan Hopkins, é muito improvável que quem já teve a doença desenvolva infecções graves nas 20 semanas seguintes, “mas ainda existe o risco de adquirir uma infecção e transmitir a outras pessoas”.

A pesquisa, que se baseia em testes PCR (para detectar a infecção) e de anticorpos, encontrou níveis altos de vírus em pessoas que já haviam se recuperado da doença, o que indica que elas devem continuar seguindo as regras de proteção (evitar contatos, usar máscaras, lavar as mãos, entre outros), de acordo com o PHE.

Os pesquisadores alertam que, como o trabalho está em andamento, não é possível descartar que quem contraiu a doença na primeira onda não a contraia novamente. A análise também ocorreu antes da disseminação generalizada da nova variante identificada no Reino Unido, e os pesquisadores estudam agora se os anticorpos fornecem proteção contra essa cepa.

O trabalho detectou, de 18 de junho a 24 de novembro, 44 reinfecções em potencial (2 “prováveis” e 42 “possíveis”) entre 6.614 participantes que já haviam tido teste positivo para anticorpos contra o Sars-Cov-2. Nenhum dos 44 casos de reinfecção em potencial foram testados por PCR durante a primeira onda, mas todos foram positivos para anticorpos contra o Sars-Cov-2 no momento do recrutamento para o estudo.

Considerando que se todos os 44 casos fossem reinfecções comprovadas, os dados indicam que a imunidade adquirida naturalmente como resultado de contágio forneceu 83% de proteção contra a reinfecção, em comparação com os que não haviam tido a doença antes, A proteção foi de 94% contra reinfecção sintomática e de 75% contra reinfecção assintomática.

Já se forem consideradas apenas os dois casos “prováveis” (voluntários que tiveram sintomas claros de doença na primeira onda e foram contagiados durante o estudo), a proteção seria de 99%.

A pesquisa vai continuar a acompanhar os participantes por 12 meses para explorar quanto tempo a imunidade pode durar, a eficácia das vacinas e até que ponto as pessoas com imunidade são capazes de transportar e transmitir o vírus.

O Reino Unido vive um crescimento acelerado de casos e internações nas últimas semanas, depois que a variante encontrada em seu território se tornou dominante no país.