Os funcionários da Fundação da Universidade Federal do Paraná (Funpar) que trabalham no Hospital de Clínicas (HC) entraram em greve por tempo indeterminado nesta segunda-feira (9). De acordo com a categoria, a administração da Funpar se recusa em negociar com o sindicato um acordo coletivo de trabalho com data-base no dia 1º de maio.
O HC é o maior o maior hospital público do Paraná, com mais de 1 milhão de atendimentos por ano, e os grevistas representam 1/3 dos trabalhadores de todos os setores do hospital. Dos 3.132 trabalhadores, 851 são contratados pela Funpar.
De acordo com a Funpar, os funcionários vinculados a fundação devem ser representados por outra entidade laboral, conforme decisão judicial. Sendo assim, a fundação não pode negociar as reivindicações da categoria com o Sindicato dos Trabalhadores em Educação nas Instituições Federais de Ensino Superior no Estado do Paraná (Sinditest-PR), que representa a categoria.
Por outro lado, o Sinditest-PR afirma que a direção da Funpar mente ao afirmar que o sindicato não representaria a categoria. “Em nenhuma parte do processo, composto por 17 páginas, é feita qualquer menção ao Hospital de Clínicas, menos ainda, à sua representação legal pelo Sinditest. A ministra se ateve a responder a solicitação feita quanto à representação do Sinditest aos trabalhadores do Vitor Ferreira [do Amaral]”, diz em nota.

No mês passado, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) decidiu que as negociações da Universidade Federal do Paraná, com os trabalhadores, passem a ser feitas exclusivamente via Senalba, o Sindicato dos Empregados em Entidades Culturais, Recreativa, de Assistência Social, de Orientação e Formação Profissional no Paraná.
A entidade já existia, mas tinha menor representatividade entre os funcionários. Mas foi a análise do tribunal que determinou que o Senalba é o representante legítimo dos trabalhadores, tanto da Funpar, quando do Complexo Hospital de Clínicas. Na visão do Sinditest, o imbróglio judicial não pode atrasar as negociações do acordo coletivo.
Com a greve os atendimentos no hospital estão parcialmente afetados. Os trabalhos nas áreas de enfermaria e Unidade de Terapia Intensiva (UTI) estão atendendo normalmente, mas a central de agendamento de consultas e internamentos está totalmente paralisada.