Na internet essas informações se tornam públicas e um prato cheio para golpistas. Nesta quinta-feira (14), seis mulheres foram presas por estelionato na Operação Boi na Linha. Uma foi detida em Curitiba e as outras cinco em Rolândia, no interior do Estado. O delegado titular da Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos (DFRV), Erick Tutia Guedes, explica como o golpe acontecia.
"Eles ligam pra vítima de furto e roubo de veículo e pedem uma quantia em dinheiro para o resgate do carro", disse.
Há outros dois mandados de prisão em aberto de dois homens que moram em Londrina e em Jaguapitã, também no interior do Paraná. Foram cumpridos ainda seis mandados de busca e apreensão. As prisões são temporárias. De acordo com a polícia, as presas teriam recebido dinheiro do golpe na conta.
"A maior parte das pessoas presas forneciam as contas bancárias para as vítimas depositarem um valor. Muitas vítimas fizeram os depósitos", afirmou.
O valor cobrado pelos golpistas para a suposta devolução dos veículos variava de R$ 300 a R$ 10 mil. O cálculo era feito com base no valor do automóvel. Até o momento 20 vítimas procuraram a Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos.
O advogado Emerson Setti quase caiu no golpe. Ele teve a moto furtada às 16h de quarta-feira (13), no bairro Uberaba, em Curitiba. Ele postou a foto da motocicleta nas redes sociais e, três horas depois do furto, uma golpista entrou em contato por telefone. Ela informou que estava com o veículo e pediu R$ 1.500 pela devolução.
"A hora que eu pedi a confirmação de como estava a pintura da foto, a pessoa do outro lado começou a dar risada e disse que fazia isso porque muita gente caia no golpe. Eles confessaram o crime", contou.
O advogado suspeitou de golpe e procurou a polícia. Ele estranhou o fato de a mulher repassar informações privilegiadas sobre a moto, como o número do chassi. O delegado desconfia da participação de policiais no esquema.
"Muitas vítimas acabam divulgando na internet fotos do veículo, com a placa. A suspeita é que pelo site do Detran eles consigam alguns dados. Mas estamos investigando se tem participação e policiais no esquema", relatou.
O delegado Erick Guedes orienta a população a evitar postar fotos de veículos roubados nas redes sociais. "A pessoa fica exposta a esse tipo de golpe. Os bandidos aproveitam esse tipo de informação pra facilitar esse tipo de golpe", destacou.