Justiça dá prazo para BR Travessias fazer obras no ferry-boat de Guaratuba

Multa é de 50 mil reais por dia caso a empresa não realize a intervenções necessárias nos atracadouros e flutuantes utilizados pelas balsas e ferry-boats.

A BR Travessias, responsável pela operação do ferry-boat de Guaratuba, tem 20 dias para realizar melhorias urgentes no serviço que garantam a segurança do usuário. A informação é da BandNews Curitiba.

O prazo foi determinado pela Justiça, a partir de uma ação ajuizada pelo DER-PR (Departamento de Estradas de Rodagem), o gestor do contrato de concessão. A Prefeitura de Guaratuba, como parte do processo, diz que o descumprimento do contrato pode ter “consequências catastróficas”. 

O juiz substituto Jailton Juan Carlos Tontini determinou multa de 50 mil reais por dia caso a BR Travessias não realize a intervenções necessárias nos atracadouros e flutuantes utilizados pelas balsas e ferry-boats. A multa pode chegar a um milhão de reais ao final da data limite.

Na última quinta-feira (3), mais uma vez, usuários do serviço relataram problemas que se tornaram comuns desde que a BR Travessias assumiu a concessão do serviço, em abril do ano passado. Foram registradas longas filas de espera para acessar as balsas, além de um tempo de travessia maior do que o normal.

Relatos de ouvintes da BandNews FM dão conta de que apenas um ferry-boat estava em pleno funcionamento. Além disso, nos últimos meses, há diversos registros de balsas à deriva. A ouvinte da BandNews FM Vania Foerster conta que o marido ficou mais de duas horas na fila nesta quinta-feira:

“Meu marido estava vindo de Guaratuba e ficou 2h45 na fila. Imagine, uma travessia que pelo contrato deveria acontecer em 20 minutos. Então a gente vê que o serviço é péssimo. O que o DER/PR está fazendo, o que o Governo do Estado, está fazendo pra resolver essa situação? As pessoas pagam pelo serviço, o ferry-boat já ficou à deriva. Há 60 anos faço a travessia e nunca vi o que está acontecendo agora, é um descaso”, desabafa.

A precariedade do serviço prestado na Travessia da Baía de Guaratuba torna impossível programar uma viagem ao litoral com alguma previsibilidade. Vania classifica a situação como “caótica”.

“O fato do atracadouro ter afundado significa o quê, que não há manutenção? Por sorte não havia pessoas em cima, mas e se tivesse? Ou então estamos esperando ter? Então continua tudo igual, o povo pagando e esperando feito idiota (sic) na fila. É o caos à beira-mar”, completa.

A crise do ferry-boat também repercute na Assembleia Legislativa do Paraná. Os parlamentares se articulam para a criação de uma Comissão Especial de Investigação para apurar a situação. O autor do pedido de abertura, deputado Michele Caputo (PSDB), diz que pelo menos 14 parlamentares já haviam assinado o documento, número suficiente para criar a comissão. O pedido de abertura da Comissão Especial de Investigação deve começar a ser analisado na segunda-feira (7).