
PF cumpre quase 150 mandados contra facção criminosa no PR e três estados
Francielly Azevedo
09 de agosto de 2019, 07:10
O médico Marcelus Nigro, um dos especialistas responsáveis pelo tratamento de Raquel Lamb, proprietária do apartamento q..
Francielly Azevedo - 09 de agosto de 2019, 08:39
O médico Marcelus Nigro, um dos especialistas responsáveis pelo tratamento de Raquel Lamb, proprietária do apartamento que explodiu, no bairro Água Verde, em Curitiba, compartilhou uma foto nas redes sociais em que comemora a recuperação da paciente. Na imagem, a mulher aparece sorrindo ao lado do médico e com o braço enfaixado.
"Uma história de perdas e superações... Nossa equipe de Cirurgia Plástica do Hospital Universitário Evangélico Mackenzie se sente muito agradecida por ter contribuído com a total recuperação das três vítimas da explosão no Água Verde", publicou o médico.
Raquel Lamb teve 55% da superfície corporal atingida pelas chamas e permaneceu 40 dias internada. Ela foi a última das vítimas a receber alta. O irmão dela, Matheus Henrique Lamb, de 11 anos, morreu ao ser arremessado do 6.º andar do edifício pela força da explosão.
O marido de Raquel Lamb, Gabriel Araújo, teve 30% do corpo queimado e havia deixado o hospital na segunda-feira (5). O terceiro ferido era o técnico de impermeabilização Caio Santos, que aplicava um produto químico inflamável no momento da explosão. Primeiro a deixar o hospital, ele recebeu alta do hospital Evangélico-Mackenzie no último dia 22.
A PC-PR (Polícia Civil do Paraná) espera concluir na próxima semana o inquérito que investiga a explosão do apartamento do bairro Água Verde, em Curitiba.
Foi divulgado nesta terça-feira (6) o laudo pericial produzido pela Deam (Delegacia de Explosivos, Armas de Munições). O documento tem 47 páginas e relata com detalhes as condições em que o apartamento foi encontrado no dia da explosão.
“O mais importante deste laudo é que ele corrobora a nossa investigação. Ou seja, ele atesta que a explosão provavelmente foi causada pelo uso indevido de produtos químicos inflamáveis ”, explica o delegado Adriano Chohfi, chefe da Deam.
Explosão: homicídio culposo ou doloso
Próxima da conclusão do inquérito, a Delegacia de Explosivos Armas e Munições indica que deve indiciar três pessoas por homicídio: os donos da Impeseg Higienização e Impermeabilização, José Roberto Porto Correa e Bruna Formankuevisky Lima Porto Correa, e o técnico Caio Santos.
O funcionário da Impeseg era quem fazia a impermeabilização do sofá da família Lamb no momento da explosão. Ele foi um dos três feridos socorridos pelo Corpo de Bombeiros.
“Ainda não podemos concluir se é um caso de homicídio doloso ou culposo”, explicou Chohfi, alegando que nem todas as respostas foram encontradas pela PC-PR.
Segundo a Delegacia de Explosivos, Armas e Munições de Curitiba, os investigadores ainda aguardam ofícios de órgãos públicos, da Polícia Científica, e de entidades ligadas a registros de produtos químicos.
Apenas com todos os materiais em mãos é que será possível atestar, segundo a Polícia Civil, a causa da explosão. Apesar disso, internamente, a Deam não trabalha com outra hipótese que não seja o produto usado na impermeabilização de estofados.
“Com os documentos em mãos poderemos concluir o inquérito. Esperamos encerrar a investigação até o início da semana que vem”, pontou o delegado responsável pelas investigações.