(Foto: divulgação)

Motorista que atropelou menino de 3 anos estava acima da velocidade, reafirma novo laudo

Um novo laudo do Instituto de Criminalística do Paraná reafirmou que o motorista Bruno Alisson Ventura, de 24 anos, acus..

Um novo laudo do Instituto de Criminalística do Paraná reafirmou que o motorista Bruno Alisson Ventura, de 24 anos, acusado de atropelar e matar o menino Marcelo Henrique Jardim, de apenas três anos, estava acima do limite de velocidade permitido para a via. O documento, produzido pelos peritos Lucas de França Levinski e Joice Malakoski, é datado da última segunda-feira (13), mas tornou-se público hoje (17).

O acidente aconteceu no bairro Sítio Cercado, em Curitiba, no fim da tarde do dia 25 de outubro de 2019. O menino estava saindo do mercado com uma vizinha quando foi atingido pelo veículo. Ele foi socorrido, mas não resistiu aos ferimentos e morreu. Ventura estava alcoolizado.

De acordo com o laudo, o trecho tem velocidade máxima de 40 km/h, e Bruno dirigia a pelo menos 54 km/h. “Pode-se afirmar apenas a extensão do trecho visível nas imagens, assim, a distância aproximada seria 14,30m para se imobilizar. Logo, o veículo desenvolvia velocidade não inferior a 54 km/h quando passou a ser totalmente visível nas imagens”, aponta o documento.

A perícia afirma que se o motorista estivesse sóbrio e em velocidade permitida para via teria conseguido frear totalmente o carro e, possivelmente, evitar o acidente.

“Seriam necessários de 1,7s a 2,0s para a percepção da invasão de pista pela criança até a imobilização total em condições ideais (condutor sóbrio e com visão plena: sem veículos estacionados à esquerda e sem pessoas que pudessem ocultar a presença da criança). Portanto, considerando-se o tempo estimado de 1,733s do quesito anterior e o limite inferior do intervalo calculado e acima registrado, sim, seria possível frear totalmente o veículo”, diz o documento.

A reportagem tenta contato com a defesa de Ventura.

MOTORISTA SEGUE PRESO

Ventura está preso preventivamente, ou seja, sem previsão de saída. Ele foi denunciado pelo Ministério Público do Paraná por homicídio e por dirigir sem a Carteira Nacional de Habilitação. Em depoimento, o rapaz admitiu que bebeu antes de dirigir. O motorista já havia sido preso em 2017 por dirigir sem habilitação e sob o efeito de álcool.

O juiz Thiago Flores determinou a prisão preventiva com a justificativa de que essa não foi a primeira vez que Ventura dirigiu alcoolizado. “O autuado é reincidente, inclusive de modo específico. Possui condenação com trânsito em julgado por receptação, embriaguez ao volante, direção perigosa sem habilitação e tráfico de drogas. Ora praticou, em tese, outro crime, o que indica que, se em liberdade estiver, não tardará a delinquir”, justificou o magistrado na ocasião.