
Greca desautoriza Urbs e mantém frota do transporte coletivo depois de anúncio de redução
Jordana Martinez
23 de maio de 2018, 17:31
Motoristas estão fazendo filas em postos de combustíveis com receio de um possível desabastecimento. Desde segunda-feira..
Fernando Garcel - 23 de maio de 2018, 18:15
Motoristas estão fazendo filas em postos de combustíveis com receio de um possível desabastecimento. Desde segunda-feira (21), a greve de caminhoneiros impede que os postos sejam abastecidos em todo o País. A falta de alimentos frescos, a paralisação do abate de animais e o descarte de leite já são alguns reflexos do protesto.
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O Sindicombustíveis, sindicato que representa os postos do Paraná, afirmou em nota na tarde desta quarta-feira (23) que não há notícia sobre desabastecimento generalizado nas maiores cidades do estado, mas não descarta que a falta de combustível possa ocorrer de modo pontual nas maiores cidades do estado, caso de Curitiba e região, Londrina, Maringá e Foz. Conforme o sindicato, esse risco só será confirmado caso as manifestações continuem nos próximos dias, com ampliação dos bloqueios nas estradas.
Segundo a Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Estado do Paraná (Fetranspar), o corte de impostos que incidem sobre o combustível como PIS e Cofins é a principal saída para o governo lidar com a situação.
“O que não pode é o governo ficar fazendo cara de paisagem como se nada tivesse acontecendo. Há um bom tempo já temos tentado acordo com o governo neste sentido, mas nunca o setor de transporte foi ouvido”, declara o presidente da Fetranspar, Coronel Sérgio Malucelli. “Então o governo sabe exatamente com qual pauta está lidando, tem consigo documentos e estudos fartos para delinear suas decisões pois as reivindicação não são de hoje”, destaca.
O presidente lembra que desde o final de 2017 reuniões e tentativas de acordos foram pleiteadas junto a Petrobrás, mas sem êxito. “Pelo contrário, enquanto afirmávamos que o setor encolhe e que demite pessoas com a política de alta adotado para os combustíveis, o governo fez juntamente o oposto, deixou a flutuação cambial do dólar dar as diretrizes”, explica.
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Segundo os números da Fetranspar, mais de 20 mil empresas são afetadas com o aumento no preço dos combustíveis no Paraná. “Não há empresário que resista a tamanha investida contra sua empresa. Se em 2017 o setor já encolheu demitindo, com a política atual em relação ao diesel, a situação tende a ficar aguda”, explica Malucelli.
A última alta diária do produto ocorreu na segunda-feira (21), quando a Petrobras aumentou o preçoda gasolina em 0,9% e do diesel 0,97%. Na terça-feira (22) a Petrobras anunciou queda nos preços dos combustíveis, mas afirmou que a medida não foi adotada por pressão política e sim devido a queda do dólar.
Ontem o governo realizou diversas reuniões para tratar do tema “combustíveis” e afirmou que vai diminuir a incidência de impostos sobre o diesel.