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Redação
31 de outubro de 2019, 00:06
Entrar em um museu é sempre uma experiência cultural, um aprendizado. O acervo geralmente traz peças que remetem à cultu..
Ana Cláudia Freire - 31 de outubro de 2019, 05:00
Entrar em um museu é sempre uma experiência cultural, um aprendizado. O acervo geralmente traz peças que remetem à cultura, como pinturas, gravuras, esculturas e obras de arte em geral. Mas o que esperar de uma visita ao Museu de Ciências Forenses do Instituto Médico-Legal?
Se você pensou que veria corpos cobertos por plásticos pretos está totalmente enganado. O Museu do IML, da Polícia Científica do Paraná, ligado à Secretaria de Segurança Pública, guarda histórias curiosas de pessoas que foram vítimas ou que cometeram algum crime. O museu ocupa uma das salas do novo prédio do Instituto Médico-Legal, em Curitiba, no bairro Tarumã.
Um breve passeio por lá e você vai encontrar evidências de crimes sem solução, corpos não identificados até os dias de hoje, órgãos humanos "em conserva", armas usadas em homicídios e tantas outras curiosidades. O local, que recebe anualmente cerca de 3 mil pessoas, possui peças de caráter didático.
A maior parte do acervo é de peças que servem para orientar pesquisas de estudantes e profissionais das áreas da medicina, odontologia, direito, enfermagem e farmácia, por exemplo. Há vários exemplares de fetos, cadáveres mumificados, caveiras, ossadas e outros materiais relacionados ou resultantes de crimes, que estão ali dispostos e organizados com finalidade didática. Mas não é só, o Museu expõe máquinas e equipamentos antigos para o desenho de retratos falados, checagem de DNA, crematório de ossos para exames de tecido e por aí vai.
Mas é claro que além do acervo científico, muitas curiosidades estão ali expostas. No Museu do IML do PR você vai poder ver algumas peças bizarras e outras pitorescas.
Há poucos meses o museu recebeu um "feto" com cabeça do que seria um extra-terrestre. Isso mesmo que você leu. O feto em questão foi levado para análise por se tratar de algo fora do comum e por lembrar um "ser de outro mundo". Análise feita e descobriu-se que o "feto E.T", na verdade se trata de um boneco feito à mão, nos mínimos detalhes, que provavelmente teria sido usado num ritual de cunho religioso.
E o que dizer da caixa com centenas de peças íntimas de mulheres que foram vítimas de crimes sexuais nos anos 80 e 90? Cada uma delas representa um crime que foi investigado e solucionado pelas forças policiais. São provas, mas que com o passar dos anos, tornaram-se parte do acervo do museu.
Paraibinha, como é chamado no museu, é um serial killer dos anos 70. Seu corpo nunca foi identificado. O que se sabe sobre ele é que foi um "assassino famoso" (apesar de nunca ter sido oficialmente identificado pela polícia - nesses casos a não identificação se dá pelo fato de não haver documentos e de não haver família reclamando o corpo) e de alta periculosidade, nos anos 70, na região de Morro Grande, em Campo Largo, região Metropolitana de Curitiba.
Com tantas histórias de crimes e violência abrigadas no museu, não era de se estranhar que fenômenos estranhos acontecessem por ali. Joel diz que ele mesmo nunca viu nada. "Coloco sempre Deus na frente e nunca abuso. Converso com todos eles, com o maior respeito. Nunca vi, nem ouvi nada, mas também não quero ver", conclui.
Mas não é o que dizem os vigias que fazem a guarda noturna do prédio. Alguns deles já relataram terem visto o espírito de Paraibinha caminhando pelos corredores do museu durante à noite. Para o curador, essa história do famoso serial killer é conhecida, mas espera nunca ver o fantasma do seu estimado cliente de corte de cabelo. " Já ouvi de alguns vigias que o fantasma dele anda por aqui. Eu não quero nem saber disso, não quero ver. A gente não tá sozinho né? É bom respeitar os mortos", diz Joel.
Somente grupos de profissionais e de estudantes de áreas afins à Medicina Legal podem fazer visitas marcadas às instalações, com guia especializado.
O acesso ao local é restrito e depende de agendamento prévio pelo telefone 3361-7200, opção 4 - Gabinete do IML.
As visitas são marcadas conforme disponibilidade de agenda.
O museu fica localizado na Rua Paulo Turkiewicz, 150, no bairro Tarumã, em Curitiba.
(Geraldo Bubniak/AGB)