Na contramão da média nacional, Paraná tem alta no número de mortes violentas
A taxa de mortalidade subiu para 22,7 para cada 100 mil habitantes no estado. O número de mortes violentas no estado atingiu o maior patamar desde 2016
O Paraná registrou no último ano 2.595 mortes violentas, um aumento superior a 7% em relação a 2021. Este é o quarto maior aumento do país (atrás de AC, MT e RO), que teve queda média de 2,4% desse tipo de morte em 2022. Foram registradas ao todo no Brasil 47.508 mortes violentas intencionais, o menor número desde 2011, seguindo a tendência de queda desde 2018.
Dessa forma, a taxa de mortalidade no PR subiu para 22,7 para cada 100 mil habitantes e ainda fica um pouco abaixo da nacional, que recuou e está em 23,4 por 100 mil habitantes.
Os dados são do 17º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado nesta quinta-feira (20). O levantamento, feito pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública com base em dados das secretarias estaduais e das polícias, considera mortes violentas intencionais a soma de homicídios, latrocínios, lesão corporal seguida de morte e mortes decorrentes de intervenção policial tanto em serviço como fora dele.
Das 2.595 mortes violentas no estado, 2.025 foram homicídios dolosos (quando há intenção), 54 latrocínios (roubo seguido de morte), 37 lesões corporais seguidas de morte, 479 mortes decorrentes de intervenção policial e um policial vítima de crime violento letal intencional.
Entre as 50 cidades mais violentas do país, segundo a taxa de mortes violentas intencionais com população acima de 100 mil habitantes, três são paranaenses: Paranaguá (34ª), Almirante Tamandaré (44ª) e Campo Largo (46ª).
PARANÁ TEM MAIOR NÚMERO DE MORTES DESDE 2016
O número de mortes violentas no estado também atingiu o maior patamar desde 2016, quando foram 2.940 ocorrências. De lá para cá, o número caiu até atingir o menor registro em 2019, de 2.219 mortes, e, então, voltou a subir.
A letalidade em ações policiais no Paraná também é elevada, segundo o Fórum. Houve 479 mortes decorrentes de intervenções policiais para cada vitimização policial. O Estado teve o sétimo maior aumento percentual de mortes neste quesito. Com este índice, a proporção deste tipo de óbito em relação a todas as mortes violentas intencionais subiu para 18,5%. Este também é sétimo maior percentual do país, além de ser o segundo maior do Sul e Sudeste, atrás apenas do Rio de Janeiro.
O Anuário sugere que o índice acima de 10% indica uso excessivo da força por parte das polícias.
O QUE DIZ O GOVERNO
A Secretaria de Estado de Segurança Pública (SESP) emitiu nota, sem citar os dados. A pasta afirma que “as forças policiais estaduais atuam constantemente de forma integrada em todas as regiões do Estado, com o objetivo de minimizar ocorrências de criminalidade”. O texto também destaca que a “Polícia Militar realiza constantemente o patrulhamento preventivo e ostensivo na região. Já à Polícia Civil cabe a investigação de todos os casos policiais da área. As forças de segurança também utilizam sistemas tecnológicos para analise das estatísticas criminais, a fim de planejar ações de combate à violência”.
