(Foto: Bruno Slompo/CMC)

OAB-PR vai apurar simulação de agressão pela defesa de Luis Felipe Manvailer

A OAB-PR (Ordem dos Advogados do Brasil - Seccional Paraná) vai apurar se houve infrações éticas ou disciplinares na con..

A OAB-PR (Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Paraná) vai apurar se houve infrações éticas ou disciplinares na conduta da defesa de Luis Felipe Manvailer, que durante o dia final do julgamento no Tribunal do Júri, nesta segunda-feira (10), encenou uma luta corporal para validar uma tese argumentativa.

Durante a dinâmica, o advogado Claudio Dalledone Júnior chamou uma advogada assistente para encenar um caso de esganadura. Na sequência, chacoalhou a criminalista pelo pescoço, fazendo-a tropeçar e quase cair. A simulação tinha como objetivo mostrar que agressões deste tipo deixariam marcas e hematomas.

“O processo e as estruturas do Sistema de Justiça, incluindo a atuação da advocacia, não podem ser usados, sob nenhum pretexto, para propagar a violência que deveriam enfrentar e combater, sendo inaceitável a utilização do corpo feminino para a reprodução de atos de violência”, disse a OAB-PR, em nota.

Segundo a entidade, caberá ao setor ético disciplinar da analisar as condutas verificadas, e após exercitada a ampla defesa, adotar as providências que se mostrem cabíveis. A Ordem não informou quais são as sanções possíveis.

“Recomenda-se, assim, a reflexão sobre os limites da atuação em plenário, para que não ocorram exageros que comprometam a dignidade profissional e a própria essencialidade do Tribunal do Júri, como forma de participação popular no julgamento dos crimes contra a vida.”

Após o júri, Claudio Dalledone Júnior e advogada que participou da encenação apareceram, lado a lado, em um vídeo divulgado pela assessoria de imprensa do escritório. Na mensagem, os criminalistas minimizam o ocorrido e afirmam que a dinâmica havia sido ensaiada e fazia parte da estratégia da defesa.