Reús por explosão em apartamento no Água Verde não vão a júri popular
Os réus do caso da explosão do apartamento no Água Verde devem responder à ação na Vara Criminal com a justificativa de que “não é possível determinar o dolo”
A 2ª Vara do Tribunal do Júri de Curitiba decidiu que os réus do caso de explosão em um apartamento no Água Verde, em Curitiba, em junho de 2019, não devem ir a júri popular. Mateus Lamb, de 11 anos, foi arremessado do sexto andar e não resistiu aos ferimentos.
Após a decisão da Justiça, os réus devem responder à ação na Vara Criminal com a justificativa de que “não é possível determinar o dolo”. O juiz Daniel Surdi de Avelar afirmou que as condutas dos acusados se mostram compatíveis com homicídio culposo e lesões corporais culposas, “devendo ser novamente remetido à 8ª Vara Criminal da Capital”.
Bruna Formankuevisky Lima Porto Correa, José Roberto Porto Correa e Caio Henrique dos Santos devem continuar respondem em liberdade. O MPPR (Ministério Público do Paraná) disse que está recorrendo da decisão.
RELEMBRE O CASO:
Quatro pessoas ficaram feridas depois de uma forte explosão acontecer dentro de um apartamento na Rua Dom Pedro I, na esquina com a Rua Marquês do Paraná, no bairro Água Verde, em Curitiba. Com a explosão, as paredes cederam e estilhaços de vidro e concreto se espalharam pela região. Após o acidente, o apartamento ficou em chamas.
Na época, as informações preliminares davam conta de que a explosão havia sido causada pelo vazamento de um botijão de gás, mas a hipótese foi descartada. De acordo com as investigações da Polícia Civil, a explosão foi causada pelo produto químico usado pelo técnico para impermeabilizar o sofá da família.
Raquel Lamb, dona do apartamento, disse à polícia que acendeu uma das chamas do fogão porque não foi orientada sobre os riscos. Funcionários da empresa Impeseg – responsável pelo serviço – disseram que não sabiam que o produto usado era inflamável.
Além disso, quatro funcionários da empresa de impermeabilização envolvida na explosão afirmaram, em depoimento, que os produtos inflamáveis eram armazenados em frascos de shampoos. O dono da Impeseg, José Roberto Porto Correa, confessou que manipulava os químicos sem autorização para chegar até a fórmula final aplicada nos sofás e estofados dos clientes.