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Redação
28 de fevereiro de 2022, 13:42
A prefeitura justificou o reajuste de 22% como necessário para manter a sustentabilidade do sistema, frente ao aumento dos custos relacionados ao transporte
Rafael Nascimento - 28 de fevereiro de 2022, 14:39
A tarifa do transporte coletivo de Curitiba foi reajustada e passa a custar R$ 5,50. A medida foi anunciada na tarde desta segunda-feira (28) pela Prefeitura de Curitiba.
O aumento de R$ 1 no valor da passagem de ônibus passa a valer a partir da zero hora desta terça-feira (1).
A administração municipal justificou o reajuste de 22% como necessário para manter a sustentabilidade do sistema frente ao forte aumento dos custos relacionados ao transporte, que subiram muito acima da média da inflação desde 2019.
O diesel acumula alta de 76%, enquanto o biodiesel subiu 131%. Além da inflação, a redução no movimento de passageiros causada pela pandemia é outro fator de forte pressão para o sistema, segundo a prefeitura.
A tarifa do transporte coletivo de Curitiba estava congelada desde fevereiro de 2019.
A chamada tarifa técnica, que representa o custo real por passageiro e é pago pelo município às empresas de ônibus de forma a manter o sistema em operação, subiu 32% desde 2019 e está atualmente em R$ 6,36. A projeção da Urbanização de Curitiba (Urbs), que gerencia o transporte coletivo na cidade, é que a tarifa técnica terá variação entre R$ 6,36 e R$ 7,20 até fevereiro do próximo ano.
Apesar desses custos, a prefeitura informou que vai manter a prática da tarifa social, que é o valor efetivamente pago pelos passageiros.
"É uma forma de minimizar o impacto do custo do transporte no orçamento dos usuários", avalia a prefeitura.
Pelos cálculos da Urbs, a passagem reajustada R$ 5,50 devem representar um valor entre entre 13% e 23% mais baixos do que a tarifa técnica ao longo de 2022.
A diferença entre a tarifa do usuário e a tarifa técnica será bancada por meio de subsídio do Poder Público, e que tem com objetivo não onerar muito os passageiros transportados.
A Prefeitura de Curitiba e o Governo do Estado estão formalizando um convênio que prevê o aporte de R$ 60 milhões por parte do Estado e de R$ 97 milhões da prefeitura para bancar a tarifa social. O acordo deverá ser firmado em março.
A soma desses valores é suficiente para cobrir o déficit projetado para o sistema em 2022 – ou seja, R$ 157 milhões – e garante o funcionamento e integração do transporte da capital ao longo do ano.
“Mantivemos a tarifa congelada desde 2019, inclusive nos últimos dois anos de pandemia. Agora, fizemos um esforço realmente muito grande para minimizar o impacto do reajuste no bolso do passageiro mesmo com a alta brutal dos custos", diz Ogeny Pedro Maia Neto, presidente da Urbs.
"Conseguimos limitar o aumento a R$ 1, com o subsídio e o compromisso de manter uma tarifa social para o passageiro no menor nível possível”, completa.
Apesar do aumento da tarifa do transporte público de Curitiba, que passa a custar R$ 5,50, as isenções asseguradas em lei e bancadas pelo município seguem mantidas normalmente.
Esses benefícios contemplam idosos, pessoas com deficiência, estudantes (meia passagem) e ainda os passageiros da Região Metropolitana que entram no sistema urbano por meio das integrações da rede.
A prefeitura anunciou que também vai manter a política de preço reduzido fora do horário de pico. O benefício engloba 11 linhas, cujo valor passa de R$ 3,50 para R$ 4,50. Esse valor é válido das 9h às 11h e das 14h às 16h e para pagamento exclusivo com o cartão-transporte.
Para se chegar ao valor final da tarifa são considerados uma série de custos, segundo a Prefeitura de Curitiba. Entram nessa conta desde gastos com diesel e lubrificantes, salário dos motoristas e dos cobradores e os impostos trabalhistas, além de peças, manutenção da frota, limpeza dos ônibus, das estações-tubo e dos terminais e renovação da frota. Esses são os principais fatores que definem o valor final.
Outra importante variável é a quantidade de passageiros pagantes. Quanto menor o número de passageiros pagantes, maior o valor da tarifa – daí a pressão imposta pela pandemia.
Apesar da melhora no cenário da covid-19, o volume de passageiros/dia no transporte coletivo de Curitiba ainda está abaixo do registrado antes da pandemia. Atualmente são cerca de 518 mil, 30% menos dos 734 mil usuários que utilizavam o sistema de antes da pandemia.
Para quem adquiriu créditos por meio de vale-transporte, o novo valor da tarifa só vale para novas compras. Assim, se o usuário tinha 20 passagens a R$ 4,50, ele continuará com o mesmo número de bilhetes com um prazo de carência para seu uso de 30 dias. Mas quando for carregar após o reajuste, o desembolso será de R$ 5,50 por passagem. Para o cartão usuário, no entanto, passa a valer a nova tarifa sobre os créditos já adquiridos.