O TCE-PR (Tribunal de Contas do Estado do Paraná) quer suspender a circulação dos ônibus em Curitiba. O presidente, conselheiro Fabio Camargo, vai apresentar um relatório técnico ao TJ-PR (Tribunal de Justiça do Paraná) e à Prefeitura para comprovar que o transporte coletivo é um dos principais focos de contaminação da covid-19.
Na última sexta-feira (19), Camargo expediu uma medida cautelar suspendendo o funcionamento de ônibus na cidade a partir do sábado. No entanto, o prefeito Rafael Greca (DEM) recorreu ao TJ e obteve decisão favorável pela manutenção de circulação dos veículos.
Greca classificou a medida do TCE como “sandice” e que a decisão havia sido tomada por uma “mão jovem e inexperiente”.
No entanto, Camargo alega que técnicos do TCE acompanham a situação do transporte público e fiscalizam aglomerações nos ônibus. Segundo o conselheiro do Tribunal, a medida cautelar não foi repentina e afirma que foi motivada pelo colapso do sistema de Saúde de Curitiba.
De acordo com o boletim da prefeitura, a taxa de ocupação dos leitos covid está em 100%, ou seja, não há mais vagas para atendimento de novos pacientes. No acumulado, Curitiba acumula 164.499 casos e 3.503 mortes.
Em nota divulgada pelo TCE-PR, Fabio Camargo lamentou os ataques de Greca e ressalta que o ônibus é um dos principais vetores de transmissão do coronavírus.
“Recebi com serenidade a decisão judicial, em caráter liminar, que derrubou a cautelar do TCE-PR. Respeito a decisão do Tribunal de Justiça (TJ), a qual deve ser cumprida. No entanto, o Tribunal de Contas continuará defendendo a sua missão constitucional de zelar pelo serviço público de qualidade, pelo contribuinte, pelo cidadão e pela vida humana”, afirma o conselheiro.
Camargo menciona que o Sindimoc (Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana) solicitou a paralisação do transporte coletivo. O sindicato aponta que 100 trabalhadores do ônibus perderam a vida para a covid-19 desde o início da pandemia.
“Daí a necessidade de uma ação incisiva, no sentido de levar mais segurança, ao PERMITIR APENAS a circulação de profissionais da saúde, de serviços considerados essenciais, inclusive os de vacinação contra o Covid-19″, finalizou Camargo.