Atividade de comércio exterior do Paraná registra maior acumulado em seis meses

O saldo da balança comercial do Paraná acumula US$ 4,5 bilhões de janeiro a agosto deste ano. É o maior valor registrado em 26 anos, desde que o governo Federal iniciou o acompanhamento dos dados. 

De acordo com os números divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior, em agosto, o superávit estadual de US$ 488 bilhões  mais que dobrou em relação ao registrado no mesmo mês do ano passado (US$ 244 milhões). O resultado se deve tanto à alta nas exportações quanto à redução das importações do estado.

Em agosto, as vendas do estado no mercado internacional chegaram a US$ 2,3 bilhões, o segundo maior valor da série para o mês. Mesmo com boa performance, os valores diminuíram 0,9% em relação ao mesmo mês de 2022, mas superaram em 3,3% o resultado de julho.

A ordem entre os maiores compradores é China, com crescimento este ano de 54% em valores exportados, seguida por Argentina (34%) também em alta, Estados Unidos, com redução nas vendas (-22%), México (+35%) e Coreia do Sul (+13%).

Em agosto, as importações chegaram a US$ 1,8 bilhão, redução de 14% em relação ao mesmo mês do ano anterior. No mês, o Paraná negociou produtos com 102 países. Os cinco principais fornecedores representam 54% da pauta do mês.

A economia chinesa é o destaque, responsável por 23% do total vendido ao Paraná. “São essencialmente mercadorias do setor químico (45%) e máquinas e equipamentos (14%)”, esclarece o consultor econômico da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), Evânio Felippe.

“Mesmo com China e Estados Unidos sendo os principais fornecedores paranaenses, de janeiro a agosto, ambos registram queda nas vendas para o estado, em 33% e 40%, respectivamente”, pondera.

Os itens que fazem parte do complexo soja representaram 37% da pauta exportadora em agosto. Na sequência, aparecem carnes (11%), material de transporte (7%), açúcar (5%) e madeira (4%). No ano, a soja responde por 35% do total de mercadorias vendidas pelo estado, seguida por carnes (15%), material de transporte (8%), madeira (5%) e produtos mecânicos e cereais (ambos com 4%).

Já nas importações do mês, 35% corresponde à compra de produtos químicos, geralmente para uso na agroindústria. Depois aparecem material de transporte (16%), itens mecânicos (12%), petróleo (10%) e materiais elétricos e eletrônicos (5%).

Sobre o futuro da atividade nos próximos meses, o consultor da Fiep avalia que é bom ficar de olho em dois mercados. “A China, que pode sofrer impacto no crescimento de sua economia diante da crise imobiliária na região. E a Argentina, que está em processo eleitoral bastante disputado e incerto, e que pode afetar a relação comercial com o Brasil. Ambos são importantes parceiros do Paraná e é necessário acompanhar como se comportarão essas economias nos próximos meses”, conclui Felippe.