Marta dá show em despedida triste para Formiga; Pia tem problemas e precisa ficar

A eliminação do futebol feminino nas Olimpíadas de Tóquio é uma pena. A seleção brasileira não caiu para nenhum bicho-pa..

A eliminação do futebol feminino nas Olimpíadas de Tóquio é uma pena. A seleção brasileira não caiu para nenhum bicho-papão, como Suécia ou Estados Unidos. Foi eliminado para um Canadá longe do auge, o que aumenta a lamentação. Diante disso tudo, o que mais impressiona é a maturidade, principalmente das líderes. Marta e Tamires deram show. Mesmo no momento difícil pós-derrota, deram explicações e falaram sobre o momento da modalidade.

A rainha do futebol, eleita seis vezes como melhor do mundo, não poderia ter sido mais clara. “É pensar no futuro e continuar apoiando as meninas, a modalidade. O futebol feminino não acaba aqui e espero que as pessoas tenham essa consciência. Não tem culpado. Fizemos o que estava ao nosso alcance”, cravou.

“A nova geração não pode pagar pela desclassificação na Olimpíada. Temos que valorizar e parar de cobrar tanto por algo que nunca teve investimento”, completou a gigante. Para quem prestou atenção, viu a camisa 10 orientando as jovens Giovana e Geyse em campo. Uma nova geração chegou e elas precisam de apoio, não cobrança.

O discurso é de uma imensidão, digna da maior do esporte. Não precisamos forçar a memória para lembrar que o 10 da seleção masculina fugiu da entrevista após a derrota em 2018.

Sem saber se continuará pela seleção, Marta deu show de liderança também ao comandar a fala, com lágrimas, no círculo final dentro das quatro linhas.

FORMIGA DÁ TRISTE ADEUS: “INSPIRAÇÃO”, DIZ MARTA

Formiga, com 43 anos, não estará em Paris para disputar a oitava Olimpíada da carreira. É quem mais merecia uma medalha de ouro neste momento para coroar uma trajetória tão bonita.

“Agradeço demais pelo que ela fez por nós. Espero que todos possam enxergar da mesma maneira. Uma pessoa que dedicou a vida inteira, que tanto vem ajudando na modalidade, é inspiração para todas as meninas. Poderia ter tido um final um pouquinho mais feliz, mas ela é guerreira e nos orgulha demais”, falou Marta sobre a companheira de longa data.

Formiga falou depois e reforçou o apoio de Marta à nova geração brasileira. “É um dos melhores grupos com quem trabalhei. Acredito muito nesse trabalho que está sendo feito. Acredito nessas meninas que estão vindo aí”.

Sem o mesmo ritmo e com a elegância de sempre, Formiga voltou ao futebol brasileiro e vestirá a camisa do São Paulo. Uma lenda viva e ativa.

PIA É ÓTIMA, MAS TAMBÉM TEM PROBLEMAS

Sueca Pia está com o trabalho em desenvolvimento. (Sam Robles/CBF)

A técnica Pia Sundhage faz um bom trabalho para desenvolver o futebol feminino brasileiro. Pergunte a qualquer especialista, quem acompanha. Mariana Spinelli, Renata Mendonça, Ana Thaís Matos… Todas vão falar que a seleção melhorou com a chegada da sueca.

Independente disso, é óbvio que existem problemas e falhas. Pia demorou a mexer na equipe, a improvisação na lateral-direita não funcionou como deveria e Cristiane foi descartada.

A derrota não é justificativa para jogar tudo fora. Não há pessoa melhor para liderar esse processo das mulheres. Que venham a Copa do Mundo e as Olimpíadas de Paris.