Samir Namur deveria renunciar ao cargo de presidente do Coritiba

A demissão de Rodrigo Santana foi concretizada após mais uma derrota do Coritiba. Na verdade o técnico nunca foi o princ..

A demissão de Rodrigo Santana foi concretizada após mais uma derrota do Coritiba. Na verdade o técnico nunca foi o principal problema do clube. A gestão de Samir Namur pode ter sido boa do ponto de vista administrativo, como a quitação das dívidas trabalhistas, algo que o atual presidente ressalta. O problema é que, dentro de campo, as coisas só seriam piores se o Coxa não tivesse subido em 2019.

A situação atual é uma tragédia. Um tropeço para o Botafogo na próxima rodada já fará o clube praticamente abraçar o quarto rebaixamento neste século. São sete pontos de diferença para o Sport, primeiro time fora do Z-4 da Série A. Para piorar, o time vê Pachequinho como esperança de comando técnico e não dá muitos sinais que será capaz de reverter o cenário.

SAMIR NAMUR BUSCA FOLLADOR E VIALLE APÓS ATAQUE

O repórter Felipe Dalke, da rádio Banda B, conversou com o atual dirigente e obteve a informação que Samir pretende chamar Renato Follador e João Vialle, adversários nas eleições que estão suspensas. Seria admirável esse ato democrático se o atual presidente não tivesse gravado e divulgado um vídeo xingando os opositores.

O que dá para esperar no diálogo entre os candidatos após a tremenda falta de respeito? O Coritiba não está sendo capaz nem de organizar a própria eleição. A imagem que o clube passa é de bagunça, desorganização total.

Seria muito mais honesto se Samir renunciasse ao cargo e retirasse a candidatura. Tudo bem que ele representa um grupo político importante do Alto da Glória, mas não dá mais. É preciso saber tirar o time de campo.

PLANEJAMENTO DE 2020 É NA CONTA DO PRESIDENTE

É bom lembrar que o Coxa não conquistou nem sequer um título estadual na gestão de Samir. Além de ser derrotado regionalmente, viu o rival Athletico ser campeão da Sul-Americana e da Copa do Brasil.

Mas vamos recortar o planejamento de 2020. Primeira ação: manteve Rodrigo Pastana. O mesmo executivo de futebol que subiu o Paraná Clube em 2017 e foi rebaixado no ano seguinte. O exemplo do Tricolor deveria ter sido lição.

Continuamos: Pastana escolhe Eduardo Barroca para o Coxa ter um futebol ofensivo, propositivo. Isso deveria ter sido a prioridade do Coxa?

Na primeira fase ruim, já no início do Brasileirão, mandaram embora e descartaram todo o projeto inicial. Tudo na lata do lixo ao optar por Jorginho, ex-braço direito de Dunga que nega o rótulo de retranqueiro. Deu certo no começo. O time passou a defender melhor, mas sofria demais no ataque. Sem muitas explicações, o comandante descartou a utilização de opções ofensivas que a diretoria trouxe, como Neílton e Sarrafiore. Quando emplacou a série ruim, demissão.

Aí o Coxa mergulhou na lama. O clube procurou mais de DEZ técnicos e ouviu “não” de todos. O único louco que topou a aventura foi Rodrigo Santana, que se despediu hoje depois de potencializar ainda mais a tragédia. Tudo isso sob os olhos e com a assinatura de Samir.

PEÇAS DO ELENCO DO COXA SÃO BOAS PARA A SÉRIE B

O Coritiba não montou um elenco para disputar a Série A. É óbvio que existem ótimas peças. Sabino, Matheus Galdezani e Giovanni Augusto são ótimos jogadores. Wilson e Rafinha são ídolos do clube e já mostraram muita qualidade. William Matheus fez boa temporada. Mas sempre faltou reposição e mais qualidade ao lado deles.

Em entrevista ao canal Resenha de Boteko, Samir Namur afirmou que acha o elenco alviverde melhor que Sport ou Atlético-GO. Errado! Sport e Atlético-GO têm jogadores melhores, capazes de executar estratégias para sobreviver na Primeira Divisão.

O Leão consegue ser competitivo mesmo com meias como Thiago Neves, Lucas Mugni e Jonathan Goméz, que não dão tanta intensidade. Conseguiu, por exemplo, segurar um empate com o Atlético-MG fora de casa. Além disso, tem uma oferta maior de atacantes em relação ao Coxa.

Leandro Barcia, Hernane ‘Brocador’ e Dalberto estão no elenco pernambucano. Antes da chegada de Ricardo Oliveira, o Coritiba não tinha um cara assim (até considerei o Sassá como boa aposta, mas obviamente não vingou). Para completar, até hoje não tem um atacante pelo lado como Marquinhos. O elenco está longe de ser um dos melhores, mas está provando com Jair Ventura que se mantém na briga até o final e com chances reais de escapar.

Já o time goiano disparou no início do campeonato pelo trabalho de Vágner Mancini. O time ainda perdeu (para o Athletico-PR) o meia Jorginho e o atacante Renato Kayser, destaques da equipe no início do Brasileirão. Mesmo assim, com Janderson (atacante de velocidade), Chico (referência técnica) e Zé Roberto (centroavante), a equipe consegue uma vitória fora de casa contra o Ceará, resultado que o Coritiba não conseguiu.

Enquanto isso, o Coxa perdeu o zagueiro Rodolfo Filemon e o meia Gabriel, titulares em muitos jogos, para a Segunda Divisão. Hoje, a opção para mudar o panorama da partida é o velho conhecido Yan Sasse. Todo respeito a esses profissionais, que já são vencedores por se tornarem jogadores. Mas não atendem e nem atendiam as necessidades do Coritiba.