
Curitiba confirma 21 mortes e 1.492 casos de Covid-19 em 24h
Angelo Sfair
10 de dezembro de 2020, 17:40
Sete idosos de um mesmo asilo morreram por covid-19 na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) de Piraquara, na Região Metro..
Vinicius Cordeiro - 10 de dezembro de 2020, 18:02
Sete idosos de um mesmo asilo morreram por covid-19 na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) de Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba, à espera de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva), em menos de sete dias. A informação foi confirmada pela coordenadora da Vigilância Epidemiológica do município, Fernanda Daher.
"Na casa foram 22 funcionários positivos. Eram 49 pacientes e 34 deram positivo. Esses sete óbitos ocorreram em menos de uma semana e eram idosos muito frágeis, com mais de 80 anos e muitas comorbidades", afirmou ela ao Paraná Portal.
De acordo com Daher, alguns dos idosos já estavam sob cuidados paliativos. Um deles, por exemplo, estava acamado há dez anos, o que complica a reação do organismo ao vírus.
"A infecção é muito rápida, às vezes nem dá tempo de chegar vaga em hospital. Geralmente a Central de Leitos demora de dois a três dias para ter uma vaga. Mas, no caso dos idosos, esperar isso não foi suficiente. E também não significa que eles não entrariam em óbito dentro de um leito hospitalar", lamenta ela.
De acordo com o último boletim da Sesa (Secretaria de Estado da Saúde), Piraquara registra 4.307 casos e 115 mortes por coronavírus enquanto o Paraná acumula 315.047 diagnósticos positivos e 6.595 óbitos.
Vale lembrar que a região leste do estado, que engloba Curitiba e Piraquara, tem 91% das UTIs ocupadas. A região oeste, com 95%, tem a situação mais crítica neste momento.
Segundo ela, a primeira confirmação da covid-19 foi obtida na última quinta-feira (3). No dia seguinte, a equipe de vigilância da prefeitura de Piraquara foi até o asilo e cumpriu o que chama de "interdição cautelar". Nesse tipo de situação, o local é interditado por 14 dias contados a partir do último caso confirmado. Neste momento, o asilo deve ficar fechado até o próximo dia 21.
Além disso, todas as pessoas são testadas e os infectados são separados para evitar novas transmissões. "A instituição separou em relação aos negativos. A nossa orientação é que esses funcionários voltassem para suas casas e que eles contratassem novas pessoas para cuidar dos idosos", completa a coordenadora da vigilância de Piraquara.
O Paraná Portal procurou o asilo envolvido, mas não obteve retorno.
Segundo ela, Piraquara tem um planejamento bem específico de monitoramento. A equipe de vigilância da prefeitura atende várias instituições, como o Complexo Penitenciário, comunidades terapêuticas e uma aldeia indígena.
"A gente segue a nota técnica da Sesa onde tem a coleta da RT-PCR mensalmente. Então numa dessas coletas, a gente identifica um caso positivo e, no outro dia, temos uma equipe de vigilância para fazer o trabalho nessas instituições, onde são muitos pacientes", conta ela.
O trabalho é reforçado pela cooperação entre os diretores das instituições e também com as demais autoridades do governo do Paraná.