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Vinicius Cordeiro
16 de março de 2021, 16:16
Pessoas do sexo feminino, mais velhas e que têm vários sintomas da Covid-19 simultaneamente correm mais risco de desenvo..
Reinaldo José Lopes - Folhapress - 16 de março de 2021, 16:20
Pessoas do sexo feminino, mais velhas e que têm vários sintomas da Covid-19 simultaneamente correm mais risco de desenvolver o que os especialistas têm chamado de "Covid longa", na qual os efeitos da doença podem continuar durante meses a fio, afirma um estudo britânico.
Não se trata, aliás, de uma situação rara. A pesquisa, coordenada por Claire Steves, do King's College de Londres, mostrou que 13,3% dos infectados relatou ter enfrentado sintomas por um mês ou mais, enquanto a média dos que tiveram a Covid-19 é de 11 dias.
Os dados acabam de ser publicados em artigo na revista científica Nature Medicine e foram obtidos graças à participação de mais de 4.000 pacientes no Reino Unido, nos EUA e na Suécia, que se cadastraram num aplicativo usado pelos pesquisadores para monitorar seu estado de saúde. Embora as informações tenham sido recolhidas durante a primeira onda de infecções pelo coronavírus Sars-CoV-2 na Europa e na América do Norte, entre março e setembro de 2020, Steves afirma que elas provavelmente continuam refletindo o cenário atual da doença.
"Continuamos a acompanhar os casos de Covid longa depois dessa análise, e temo que não estejamos vendo uma redução dos casos com sintomas persistentes, apesar das melhoras no tratamento da Covid aguda nos hospitais", contou a pesquisadora à Folha. Por outro lado, uma notícia menos ruim, diz ela, é que o aparecimento de novas variantes do vírus não parece ter piorado essa situação. "Devemos publicar dados sobre isso em breve."
A equipe do King's College incluiu no estudo apenas pessoas que disseram ter tido resultado positivo (ou seja, que atesta a presença do vírus no organismo) em testes do tipo PCR, considerados os mais confiáveis. A incidência da Covid longa foi 50% mais comum em mulheres e duas vezes mais frequente em pessoas com mais de 70 anos.
O primeiro dado parece surpreendente, uma vez que, no mundo todo, a maioria das mortes causadas pela doença tem se concentrado na população masculina. "A questão é que os homens tendem a ter sintomas mais severos na fase inicial da doença", explica Steves. "Pode ser que isso se deva a diferenças na maneira como homens e mulheres relatam seus sintomas, mas pode também ter a ver com diferenças nas respostas imunes ao vírus em cada sexo. É algo que precisamos de mais pesquisas para entender."
Quase todas as pessoas afetadas pela versão da doença com efeitos a longo prazo relataram ter sentido fadiga e dores de cabeça intermitentes. Muito comuns também eram a perda do olfato e do paladar e sintomas respiratórios. Além disso, uma funcionalidade do aplicativo também ajudou os cientistas a ter uma visão mais clara de como a Covid longa tem características próprias.
É que, além de poder clicar numa lista de sintomas pré-selecionados pelos criadores do programa, os pacientes também podiam digitar outros sintomas. Em mais de 80% dos casos, quem tinha Covid longa optava por usar essa funcionalidade (contra 45% dos que tiveram "Covid curta"). Entre as manifestações citadas por eles estavam os sintomas cardíacos (palpitações, taquicardia), problemas de concentração e/ou memória, zumbidos e dores de ouvido, sensação de picadas na pele ou insensibilidade.
O estudo aponta que a presença de mais de cinco desses sintomas na primeira semana de doença é uma boa maneira de prever o aparecimento futuro da Covid longa. Os pesquisadores defendem que é importante pensar em estratégias para que os sistemas de saúde cuidem desses casos, que estão se tornando cada vez mais numerosos mundo afora.
Estudo britânico no qual 4.182 pessoas foram acompanhadas por aplicativo mostrou que:
As formas mais duradouras da doença estão associadas a: