Empresários se unem para ajudar saúde pública no combate à covid

Nesta semana, 14 respiradores serão doados às secretarias de Saúde do estado do Paraná e do município de Curitiba. Eles ..

Nesta semana, 14 respiradores serão doados às secretarias de Saúde do estado do Paraná e do município de Curitiba. Eles vão ser usados para reforçar a oferta de leitos de UTI exclusivos para atendimento a pacientes com covid-19 neste momento de recrudescimento da pandemia. Esses equipamentos não vêm de nenhuma instância governamental, nem são resultados de longos processos de compra via licitação. Quem juntou o dinheiro, correu atrás de fornecedor e fez a compra em tempo recorde, foi a rede de solidariedade, um grupo de empresários e profissionais de várias áreas, por meio da campanha “O Amor Contagia”.

Criada no ano passado, quando a pandemia chegou ao Paraná, a campanha colhe doações em dinheiro para ajudar os serviços públicos ou filantrópicos de saúde e instituições sociais. Estava menos operante desde outubro do ano passado, quando a covid-19 chegou desacelerar. Mas voltou com tudo cerca de duas semanas atrás, quando a doença levou os hospitais ao colapso e passou a exigir soluções rápidas para problemas urgentes.

“Quem pode ajudar deve se unir”

As comunicações da rede e da campanha acontecem dentro de um grupo de WhatsApp que hoje tem 138 participantes. Uma vez por semana, às terças-feiras, eles também fazem uma reunião virtual. Muitos deles não se conhecem pessoalmente, mas isso não impede a colaboração quase imediata a qualquer chamado que tem surgido nos últimos dias.

O presidente da Positivo Educacional, Lucas Guimarães, é um dos empresários envolvidos na causa. “É um grupo sem dono. Nós estamos unidos para ajudar o próximo. Este país tem tanta carência, tanta desigualdade. E a gente, que pode ajudar, deve se unir”, diz Lucas.

O empresário diz que o grupo tem consciência de que o que está fazendo “é uma gota no oceano”, diante do que é necessário para enfrentar a explosão da covid-19. Mas entende que cada ajuda faz a diferença. A lista completa de empresas e instituições apoiadoras da campanha está no site.

Atender ao problema emergencial

Na semana passada, Lucas e os demais integrantes do grupo receberam o secretário da Saúde do Estado, Beto Preto, na reunião online de terça-feira. Ali, ficou claro que a ajuda com a compra de equipamentos era a forma mais efetiva de contribuir. Sem as amarras das licitações públicas, a campanha poderia conseguir os respiradores num prazo muito menor que o estado.

“O problema é o emergencial. Precisamos focar nisso agora”, reconhece Lucas. Ele, como outros empresários do grupo, também integra o movimento “Unidos pela Vacina”, que visa garantir a compra de imunizantes para aumentar a cobertura da vacinação no país. Só que agora, com a escassez da vacina no mercado e o caos nos hospitais, o foco ficou mesmo no atendimento à demanda das secretarias de saúde.

Demanda agora é por leitos de UTI

Por deliberação própria, a rede permite que o doador escolha para quem ou o quê irá sua doação. Mas a maior parte dos recursos acaba sendo aplicada por decisão do comitê gestor do grupo, a partir de demandas como essas agora das secretarias de saúde.

Nos últimos dias, a grande demanda é mesmo por aumento de leitos de UTI. Um kit mínimo para abertura de um leito, explica João da Silva Dias, diretor-superintendente da Funpar (Fundação Universidade Federal do Paraná) custa R$ 73 mil, considerando um respirador, um monitor e uma bomba de infusão. Mas muitos leitos acabam demandando mais de um monitor e várias bombas.

Cada um dos ventiladores que vão ser entregues esta semana pela campanha tem um custo de R$ 49 mil, segundo o diretor superintendente da Funpar. As secretarias é que vão definir onde eles serão utilizados.

Empresário doa dinheiro, campanha repassa equipamentos

A Funpar é a instituição responsável pela gestão dos recursos da campanha e faz uma prestação de contas em tempo real no seu site de cada valor arrecadado e gasto pela rede. Desde que foi iniciada, a campanha “O Amor Contagia” optou por não entregar recursos, mas comprar o produto que o hospital ou a instituição necessita.

O diretor superintendente da Funpar explica que como a campanha envolve a UFPR, há controle do TCU (Tribunal de Contas da União) e da CGU (Controladoria Geral da União. Além disso, o Ministério Público do Paraná também acompanha a aplicação dos recursos.

As doações à campanha não passam por qualquer programa de benefício fiscal. “Os empresários doam porque querem doar. Não porque esperam algum retorno no imposto”, explica João Dias.

Em 10 dias, R$ 4 milhões só entre grandes doadores

Nesta retomada para valer da campanha, com pedidos pipocando de todo lado, a mobilização dos empresários resultou na coleta de R$ 4 milhões em cerca de 10, dias, conta o superintendente da Funpar. “Isso só entre os grandes doadores”, explica.

Mas a campanha não se restringe aos grandes valores. Quem quiser contribuir, pode fazer o depósito diretamente na conta da Funpar:

FUNPAR – CNPJ 78.350.188.0001-95

Banco ITAÚ – 341

Agência: 4012

Conta Corrente: 43150-0