Foto: Divulgação/Junto Seguros

Esgotos de Curitiba apresentam elevadas concentrações do novo coronavírus

Os esgotos de Curitiba apresentaram elevadas concentrações do novo coronavírus no mês de maio. É o que aponta boletim da..

Os esgotos de Curitiba apresentaram elevadas concentrações do novo coronavírus no mês de maio. É o que aponta boletim da Rede Monitoramento Covid Esgotos, que analisou a carga viral de outras três Capitais do país.

A capital paranaense registrou um aumento nas cargas virais observadas nas últimas quatro semanas. Em 11 de maio, foram registradas 12,6 trilhões de cópias do novo coronavírus por dia, um patamar que já é considerado elevado.

O número considera cargas medidas em cincos ETEs (Estações de Tratamento de Esgoto): Belém, Padilha Sul, CIC Xisto, Santa Quitéria e Atuba Sul. 

CURITIBA REGISTRA SEGUNDA MAIOR CARGA VIRAL DO NOVO CORONAVÍRUS EM ESGOTOS

Desde o início do histórico de medições, em 2 de março, esse foi o segundo maior valor identificado no esgoto curitibano. Apenas em 27 de abril houve uma carga viral maior: 19,8 trilhões de cópias por dia.

Em termos de concentração do novo coronavírus no esgoto de Curitiba, em quatro dos cinco pontos monitorados foi observada uma concentração acima de 25 mil cópias do vírus por litro nas amostras coletadas na semana epidemiológica 19, que vai de 9 a 15 de maio.

As ETEs Belém, Padilha Sul, CIC Xisto e Santa Quitéria, que recebem o esgoto de mais de 612 mil pessoas, registraram concentração alta. Somente na ETE Atuba Sul, que recebe esgoto de aproximadamente 52 mil habitantes, a concentração ficou entre 4 mil e 25 mil cópias.

Já na semana 18, que vai 2 a 8 de maio,  três dos cinco pontos registraram concentração acima de 25 mil cópias.

NÚMEROS DE OUTRAS CAPITAIS 

Para o Rio de Janeiro, os resultados de cargas virais no esgoto ainda não estão disponíveis e a mensuração se dá com base nas concentrações, em milhares de cópias do novo coronavírus por litro, tanto nas ETEs quanto nas estações elevatórias de esgoto (EEE) monitoradas.

Os resultados das últimas semanas têm apontado para uma tendência de aumento nas concentrações do novo coronavírus no esgoto da Região Metropolitana do Rio de Janeiro.

Já Belo Horizonte e Brasília, foi identificada uma redução da carga viral na última medição, mas mesmo assim, esta segue num patamar elevado. Em Belo Horizonte, foram 4,4 trilhões de cópias do novo coronavírus por dia.

Porém, Brasília apresentou uma carga de 7,7 trilhões de cópias do novo coronavírus por dia, em 13 de maio, em oito estações de tratamento de esgotos. Esta é a menor carga do vírus observada no esgoto do DF, que chegou a registrar quase 200 trilhões de cópias por dia em 15 de abril. Desde então, os valores vêm caindo a cada semana, mas as cargas virais permanecem elevadas.

REDE MONITORAMENTO COVID ESGOTOS

A Rede Monitoramento COVID Esgotos tem o objetivo de acompanhar a presença da Covid-19 nas amostras de esgoto coletadas em diferentes pontos do sistema de esgotamento sanitário de seis capitais e cidades que integram as regiões metropolitanas de: Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Fortaleza, Recife e Rio de Janeiro.

O objetivo é ampliar as informações para o enfrentamento da pandemia de COVID-19. Nesse sentido, os resultados gerados sobre a ocorrência do novo coronavírus no esgoto das cidades em questão podem auxiliar na tomada de decisões por parte das autoridades locais de saúde.

Com os estudos, o grupo pretende identificar tendências e alterações na ocorrência do vírus no esgoto das diferentes regiões monitoradas, o que pode ajudar a entender a dinâmica de circulação do vírus. Outra linha de atuação é o mapeamento do esgoto para identificar áreas com maior incidência da doença e usar os dados obtidos como uma ferramenta de alerta precoce para novos surtos, por exemplo.

A vigilância do novo coronavírus no esgoto também pode auxiliar nas tomadas de decisão relacionadas à manutenção ou flexibilização das medidas de controle para a disseminação da COVID-19. Também pode fornecer alertas precoces dos riscos de aumento de incidência do vírus de forma regionalizada.

A Rede é coordenada pela ANA e INCT ETEs Sustentáveis com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e conta com os seguintes parceiros: Universidade de Brasília (UnB), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Universidade Federal do Ceará (UFC), Universidade Federal do Paraná (UFPR) e Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Além disso, a Rede conta com a parceria de companhias de saneamento locais e secretarias estaduais de Saúde.