Vacinação infantil contra coronavírus é fundamental, reforça OMS

Muitos pais e responsáveis não vacinaram as crianças da família; Diretora da OMS avalia que as redes de desinformação prejudicaram a confiança nas vacinas.

Diante da disparada de casos de covid-19 entre crianças, especialistas alertam que a vacinação é fundamental também nessa faixa-etária. Vários fatores fizeram aumentar o número de diagnósticos, entre eles a chegada da variante ômicron e o relaxamento das medidas de distanciamento e prevenção ao coronavírus.

No Hospital Pequeno Príncipe, referência no atendimento pediátrico, os casos de coronavírus entre crianças é seis vezes maior em 2022 na comparação com a média do ano passado.

Mesmo assim, muitos pais e responsáveis não vacinaram as crianças da família. Na semana passada, o prefeito de Curitiba, Rafael Greca (DEM), veio a público fazer um apelo e revelar que a procura pelas vacinas pediátricas estavam abaixo do esperado. A diretora-geral adjunta para medicamentos e produtos farmacêuticos da OMS, Mariângela Galvão Simão, avalia que as redes de desinformação prejudicaram a confiança nas vacinas. Em Curitiba, onde se reuniu com gestores da saúde na semana passada, a médica pediátrica esclarece que não há argumentos racionais para duvidar dos imunizantes.

“Tem muitas vacinas que são desenvolvidas especificamente para crianças. No caso desse coronavírus, as vacinas foram testadas primeiro em adultos, e uma vez que foi comprovada a eficácia e segurança em adultos é que se passou a fazer estudos clínicos em gestantes e também em crianças. Os estudos estão mostrando que a vacina da Pfizer tem as duas questões fundamentais, que ela é eficaz e segura para utilização em crianças acima de 5 anos”, explica.

Um recente estudo da UEL (Universidade Estadual de Londrina) aponta que a maior parte dos casos graves da atual onda da covid-19, acomete pessoas não-vacinadas ou com a vacinação incompleta. No hospital universitário, no início de fevereiro, nove em cada 10 pacientes internados em UTIs não estavam vacinados, ou deixaram de completar a imunização.

A diretora da OMS Mariângela Galvão explica que a vacina contra o coronavírus não impede a infecção, mas evita que os pacientes – idosos, adultos, adolescente e crianças – desenvolvam quadros graves.

“Essas vacinas são extremamente importantes por que previnem que as pessoas adoeçam gravemente e morram pelo coronavírus. Você pode pegar covid mesmo que esteja vacinado, o diferencial é que é muitíssimo raro que vacinados desenvolvam uma doença grave ou morram. E isso está super claro no mundo todo, tem estudos em muitos países que mostram que mesmo com o aumento de número de casos se você tiver uma cobertura vacinal boa o número de óbitos permanece pequeno”, completa a médica.

Vacinação infantil em Curitiba

Curitiba concluiu na semana passada a convocação de todas as crianças de cinco a 11 anos de idade para a primeira dose da vacina pediátrica contra o coronavírus.

Todas as crianças dessa faixa-etária que não compareceram à convocação ou aquelas que completaram cinco anos após o chamamento agora podem acessar a repescagem contínua em qualquer posto de saúde com doses pediátricas.

As informações são da BandNews Curitiba.