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Seis conselhos para as festas de fim de ano em plena pandemia

Seis conselhos para as festas de fim de ano em plena pandemia

Protocolos de saúde continuam sendo indispensáveis para proteger a família e a si mesmoAssim como o ano inteiro d..

Unimed Curitiba – Conteúdo de Marca - sexta-feira, 18 de dezembro de 2020 - 15:16

Protocolos de saúde continuam sendo indispensáveis para proteger a família e a si mesmo

Assim como o ano inteiro de 2020 teve que ser adaptado por causa da pandemia da doença causada pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2), as festas de Natal e Ano Novo também terão que ser adaptadas ao novo cenário de cuidado. As datas sempre foram sinônimo de reunião de pessoas e celebração, mas infelizmente é preciso cautela diante do atual cenário no Brasil – com alta no número de casos em todo o seu território. Tanto que, no dia 30 de novembro, a Organização Mundial de Saúde para a COVID-19 disse que o Brasil “precisa levar muito a sério” o aumento no número de casos da doença. O médico cooperado especialista em infectologia Moacir Pires Ramos é o epidemiologista integrante do Centro de Pesquisa e Inovação da Unimed Curitiba e listou seis conselhos para a convivência nesse período não estragar nem antes, nem durante, e muito menos depois das festas de fim de ano. “É importante ter cuidado e cautela todos os dias para que a festa de Natal não contamine a família toda, e para que todos estejam prontos para a vacina prevista para chegar ano que vem”, resume.

1 – Não compare

Já descobrimos que não adianta pensar nas situações que passaram ao longo do ano, e compará-las com o que ainda virá. Nessa altura, já se sabe que não vivemos tempos de planos a médio e longo prazo quando se trata dessa nova doença e de tudo que ela afeta. O ano teve períodos mais calmos e períodos mais críticos – como o que vivemos agora –, e essa montanha-russa é característica do estado pandêmico que vivemos – sem previsão de acabar tão cedo. “Nesta pandemia, de modo geral, o período de incubação (15 dias) e o comportamento das pessoas são os fatores que ditam os próximos passos. Em paralelo temos a ciência trabalhando em tempo recorde, tanto que em breve teremos a vacina, e temos os profissionais da saúde e o sistema aguentando como podem. Mas, junto deles, é crucial que as pessoas sigam as medidas preventivas para conter os números e taxas de contágio”, destaca Ramos.

2 – Cuide do seu comportamento

Aqui vale o reforço de como se dá a transmissão do novo coronavírus. “Por superfícies contaminadas, por gotículas ao falar que alcançam até 2 metros de quem as expele, e por aerossóis que são gotículas que ficam no ar. Essas três formas justificam o uso da máscara facial e a distância entre as pessoas. Por isso, o ideal é que ainda sejam mantidos alguns comportamentos característicos do ‘novo normal’ como o distanciamento físico e a vida social o mais remota possível”, explica o infectologista. Sendo assim, as festas virtuais são a melhor medida, e a recomendação dele é a mesma do Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos. “Se for convidado para uma festa, agradeça o convite, mas não vá. Presencialmente, somente com pessoas que moram na mesma casa e, ainda assim, muitos cuidados deverão ser adotados por todas as famílias durante as festividades. Afinal, as precauções são para minimizar o risco, mas não o eliminam”.

3 – Mantenha os protocolos de saúde

Aquelas medidas preventivas que já se sabe de cor: usar máscara facial, lavar as mãos com água e sabão com frequência ou higienizar com álcool gel 70%, e manter distância entre as pessoas. Nesse quesito são vários os pontos destacados pelo médico cooperado da Unimed Curitiba:

Máscara facial – Item de uso obrigatório, só deve ser tirada na hora da refeição. Mesmo que não seja confortável de usar, que abafe o som, aperte nas orelhas, embace os óculos ou enrosque no brinco, a máscara protege, impedindo que as gotículas de saliva alcancem o outro. Então, para quem tem a tradição de cantar, evite. “O mais difícil nas reuniões com amigos e familiares é se manter atento, geralmente as pessoas relaxam e esquecem dos cuidados. Recomendo usá-la o máximo de tempo possível, especialmente durante as conversas. Não abaixe a máscara na hora de falar e, se alguém na festa descuidar do uso, peça para colocá-la”, orienta o infectologista. Também é importante, ao tirar a máscara, que a coloque em um saco plástico limpo para não infectar superfícies.

Na hora da ceia, evite comidas que as pessoas peguem com as mãos com, por exemplo, castanhas ou frutas desidratadas, ou opte por colocar esses petiscos em potinhos individuais ou com talheres para servir. Ramos não aconselha compartilhar copos e talheres, ou cutucar as comidas com o talher que estiver usando, especialmente garfo. Ao comer e beber não será possível usar a máscara, então a atenção deve ser redobrada e o distanciamento de 2 metros entre os presentes. Deixe as conversas para quando estiver novamente de máscara. A sugestão é fazer rodízio para que cada um prepare o próprio prato, evite falar enquanto se serve e só tire a máscara no momento de se alimentar. Outra recomendação é colocar as pessoas que convivem no dia a dia sentadas juntas, e as mesas distantes umas das outras.

Distanciamento – O critério é o espaço suficiente para manter distância. Se não houver, o número de pessoas deve ser reduzido. A vantagem de estar no verão é poder realizar encontros ao ar livre, o que facilita dar espaço de 2 metros entre as pessoas. O médico recomenda um ambiente aberto e o mais ventilado possível, com todas as janelas e portas abertas. Ou, por exemplo, trocar a ceia na noite do dia 24 por um almoço em ambiente aberto no dia 25. Para o tão esperado abraço persiste o bom senso de aguardar, infelizmente ainda não é o momento. “E para o Ano Novo, nada de alugar casa na praia com um grupo grande – isso pode resultar em aumento de casos da COVID-19 na primeira quinzena de janeiro”, alerta ele. Ao organizar qualquer encontro de fim de ano é preciso levar essas medidas a sério, caso contrário a ocasião será ideal para aumentar o contágio.

4 – Senso coletivo

Uma doença contagiosa como essa exige muito do sistema de saúde público e privado. Quando se fala em colapso, trata-se da ocupação de leitos nos hospitais, da exaustão e sobrecarga dos profissionais da saúde, e ainda de uma quantidade de profissionais insuficiente para atender a todos os pacientes por causa do volume de casos. “Essa conta precisa ser feita por toda a população. Além do crescente aumento dos casos da COVID-19, temos os outros pacientes de rotina que precisam ser atendidos. Procurar se expor o mínimo possível ao risco não é um egoísmo, neste caso é exercitar o senso coletivo”, aponta Ramos. Isso significa evitar viajar também. Aeroportos, estações de ônibus, estações de trem, transporte público, postos de gasolina e paradas de descanso são todos lugares que podem estar com o vírus no ar e em superfícies. Cuidado e cooperação são as palavras do momento.

5 – O dia de hoje determina seu Natal e Ano Novo

Sim, justamente por causa do período de incubação. Ainda que não seja o ideal, o infectologista sugere uma “quarentena familiar” se há a intenção de reunião. “O ideal é que seja a partir dessa semana, para completar pelo menos uma semana de isolamento até o Natal, por exemplo. Essa medida é importante para diminuir o risco de propagação do vírus. Então, todos devem participar, não adianta só um ou outro. Preste atenção em você, onde esteve e com quem teve contato”. Isso leva a ter maior atenção hoje na seleção de quem encontrar. Outro ponto é a duração, encontros longos representam mais risco.

6 – Cuide dos grupos de risco

A dificuldade é justamente a intenção das festas: juntar a família. Mas idosos e pessoas com doenças crônicas descompensadas – e quem tiver contato frequente com eles, pessoas que estejam fazendo tratamentos que suprimem o sistema imune (imunosupressores), pessoas com comorbidades, e quem teve contato com algum caso confirmado da COVID-19 e está cumprindo o isolamento de duas semanas, todos esses não devem se expor em reuniões presenciais. “Para quem não quer correr risco ou colocar as pessoas que ama em risco, o jeito é não se reunir de forma presencial este ano. Afinal, ainda temos os assintomáticos. E não custa reforçar que se a pessoa teve algum sintoma que pode estar relacionado à nova doença, não deve sair de casa em hipótese alguma”, completa.

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