
Internado, Greca passa por exames para acompanhar evolução de embolia
Mariana Ohde
03 de janeiro de 2017, 06:59
Brunno Brugnolo, Metro Jornal Curitiba Maior complexo hospitalar do Paraná, o Hospital Universitário Evangélico de Curi..
Narley Resende - 03 de janeiro de 2017, 09:02
Brunno Brugnolo, Metro Jornal Curitiba
Maior complexo hospitalar do Paraná, o Hospital Universitário Evangélico de Curitiba sofre há alguns anos com seguidas paralisações de funcionários e suspensão de serviços. Sob intervenção judicial desde dezembro de 2014, a unidade conseguiu conter parte da sangria, mas a dívida ainda aumenta mês a mês.
Atualmente em R$ 350 milhões, o passivo do hospital cresce, hoje, cerca de R$ 3 milhões todo mês. Mesmo se o hospital fechasse as portas amanhã e vendesse tudo o que tem, por exemplo, ainda faltariam R$ 270 milhões.
Segundo o atual interventor Dr. Carlos Alberto Miguez de Senna Motta, o balanço aponta para uma situação financeira de insolvência, mas o cenário chegou a ser pior.
“O que a gente está fazendo é diminuir o prejuízo mensal, ou seja, a dívida está crescendo mas num ritmo menor. Hoje o faturamento mensal fica em torno de R$ 10,5 milhões (varia de acordo com os procedimentos de alta complexidade), mas desde julho R$ 2,2 milhões são descontados para pagar seis empréstimos bancários de gestões passadas”, explicou.
Pagando R$ 5 milhões em salários, mais R$ 2,2 milhões para médicos, R$ 800 mil em impostos e R$ 3,2 mi em insumos, a conta não fecha. “É uma gestão de custo dura. Primeira coisa é aprender com o tamanho de receita que ele
Atendimento ambulatorial e emergência afetados
Recentemente, no fim de novembro, para evitar um colapso, o interventor Motta precisou tomar duras medidas: diminuir serviços e paralisar temporariamente áreas do hospital.
“No atendimento ambulatorial só estamos fazendo tratamento contínuos de câncer – quimioterapia, gestantes no pré-natal e pacientes com doenças crônicas que necessitam de internações periódicas”, disse. O resto das especialidades está suspenso.
O pronto-socorro, um dos principais da capital, também está afetado. Fora da central de leitos há mais de 40 dias, o Evangélico não recebe pacientes pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), exceção feita a maternidade de alto risco e queimados, áreas na qual o hospital é referência. Do contrário, a emergência está aberta apenas por quem procura por meio próprio. A expectativa é mudar o cenário e retomar atendimentos já a partir deste mês.
Associação deve viabilizar novos projetos
Para ajudar a enfrentar o momento crítico, o Evangélico planeja abrir neste ano a Associação Amigos do Evangélico, assim como as que já existem em outros hospitais filantrópicos de Curitiba.
“Queremos que as doa- ções tenham um fim especí- fico, por projeto, para comprar algum equipamento, reformar alguma ala e tudo isso de forma transparente. É um trabalho que precisa ser feito, porque é notório o subfinanciamento do sistema público e filantrópico de saúde”, comentou Motta.
Repasses extras do governo
Pouco antes do Natal, o governador Beto Richa (PSDB) autorizou o repasse de R$ 6 milhões em recursos extras para apoiar o Evangélico em despesas de custeio, como compra de medicamentos, materiais farmacológicos e hospitalares.
O incentivo é dividido em 12 parcelas, sendo as duas primeiras de R$ 1 milhão cada e as restantes de R$ 400 mil por mês. A primeira já foi depositada na semana passada.
Antes disso, o governo havia liberado repasse de R$ 2,6 milhões para dar fôlego à instituição.