(Foto: Bruno Slompo/CMC)

Uso dos planos de saúde ainda é menor que no pré-pandemia, aponta boletim

O número de usuários de planos de saúde cresceu e a utilização dos serviços continua abaixo do período anterior à pandem..

O número de usuários de planos de saúde cresceu e a utilização dos serviços continua abaixo do período anterior à pandemia de covid-19 no país, de acordo com os dados da nova edição do Boletim Covid-19 da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar). O informativo reúne indicadores assistenciais e econômico-financeiros coletados até maio de 2021 junto às operadoras. As informações são da assessoria de comunicação da ANS.

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Porém, a relação entre receita e despesa das operadoras (chamada pelo setor de sinistralidade) manteve-se em patamar similar ao período pré-pandemia e houve queda de queixas relativas à Covid-19 nos canais de atendimento da ANS.

Os números de beneficiários dos planos de saúde

O número preliminar de beneficiários em planos de assistência médica no mês de maio segue a tendência de crescimento, atingindo 48.137.766 usuários, um aumento de 0,32% em relação a abril.

Em um ano – de maio de 2020 a maio de 2021 -, o crescimento ocorreu em todas as modalidades de contratação do plano, com destaque para os planos coletivos empresariais, com variação positiva de 4,04% no mês.

Além disso, considerando o tipo de contratação do plano e a faixa etária do beneficiário, observa-se que a variação se mantém positiva para os beneficiários acima de 59 anos em todos os tipos de contratação no período de um ano.

 

Taxa de ocupação de leitos teve aumento

De acordo com o boletim da ANS, em maio, a taxa mensal geral de ocupação de leitos – que engloba leitos comuns e UTI – sofreu leve aumento em relação a abril, passando de 72% para 74%, mas ficou abaixo dos 76% observados em maio de 2019 (período pré-pandemia).

Mas a taxa de ocupação de leitos para Covid-19 manteve-se estável em comparação a abril (passando de 72% para 73%). E a taxa de leitos para outros procedimentos variou de 73% para 74%.

 

O número de consultas em pronto-socorro que não geraram internações foi maior em relação a abril, mas continua abaixo do observado antes do início da pandemia. A procura por exames e terapias eletivas (Serviços de Apoio Diagnóstico Terapêutico – SADT) manteve-se em patamar semelhante ao verificado em maio de 2019.

O boletim aponta que nos primeiros meses de 2021 não houve um aumento de utilização de serviços de saúde no comparativo com 2019 (pré-pandemia). Os números seguem no mesmo patamar (no caso de exames e terapias eletivas) ou em patamar inferior (no caso de internações e atendimentos em pronto-socorro).

Exames relacionados à Covid-19

Os dados sobre a realização de exames contemplam informações coletadas até março de 2021. Nesse mês, foram contabilizados 534.481 exames RT-PCR e 83.834 testes do tipo sorológico. Destaca-se um novo aumento no número de exames RT-PCR, interrompendo a queda iniciada em janeiro deste ano. No entanto, o mês de dezembro de 2020 segue sendo o que registrou o maior número de exames realizados nas duas modalidades: 817.955 testes do tipo RT-PCR e 191.365 sorológicos.

Os impactos econômico-financeiros

O chamado índice de sinistralidade dos planos no segundo trimestre de 2021 indica, até maio, aumento em relação ao primeiro trimestre, passando de 75% para 82% – mesmo percentual observado no segundo trimestre de 2019, pré-pandemia. Não há evidências, até o agora, de que a tendência deva se alterar.

Em 2020, a taxa de sinistralidade ficou em 72,4%, uma queda de mais de oito pontos percentuais em relação a 2019 (80,7%), como resultado das medidas de isolamento social e queda na realização de procedimentos eletivos.

Em maio, foram identificados valores maiores de inadimplência na comparação com abril, passando de 6% para 9%. Porém, esse índice, e também os percentuais de inadimplência verificados por tipo de contratação do plano (individuais/familiares e coletivos), permanecem próximos dos seus patamares históricos, como apontam os gráficos do Boletim.

 

Atendimento às demandas dos consumidores

Segundo a ANS, em maio, foram registradas nos canais de atendimento da Agência 15.689 reclamações sobre temas gerais e relacionados à Covid-19, passíveis de mediação pelo instrumento da Notificação de Intermediação Preliminar (NIP).

Assim, houve um aumento de aproximadamente 20,2% em comparação ao mês anterior, e de 69,5% em comparação a maio de 2020. Nos meses de abril e maio de 2020, meses iniciais da pandemia no Brasil, havia sido observada uma redução no cadastro de reclamações na ANS, sobretudo em relação às demandas assistenciais.

Em relação às reclamações específicas sobre Covid-19, em maio foram registradas 1.280 reclamações NIP, ante 1.325 em abril. Do total de reclamações relacionadas ao coronavírus, 38% dizem respeito a dificuldades relativas à realização de exames e tratamento, 48% se referem a outras assistências afetadas pela pandemia e 14% são reclamações sobre temas não assistenciais (contratos e regulamentos, por exemplo).

Dados de 50 operadoras com rede hospitalar própria

Para a análise dos indicadores assistenciais, a ANS considerou informações coletadas junto a uma amostra de 50 operadoras que possuem rede própria hospitalar. Para os índices econômico-financeiros, foram analisados dados de 99 operadoras para o estudo de fluxo de caixa e de 97 operadoras para análise de inadimplência.

Além disso, na construção do boletim, foram utilizados dados do Documento de Informações Periódicas (DIOPS), do Sistema de Informações de Fiscalização (SIF), do Sistema de Informação de Beneficiários (SIB), do Padrão para Troca de Informação de Saúde Suplementar (TISS) e do ANS TabNet.

 

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