Economia
Alta rápida dos juros vai permitir um ciclo mais curto de ajuste, diz presidente do BC

Alta rápida dos juros vai permitir um ciclo mais curto de ajuste, diz presidente do BC

Segundo o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, uma alta mais rápida na taxa básica de juros (Selic) deve su..

Julia Moura - Folhapress - terça-feira, 25 de maio de 2021 - 14:39

Segundo o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, uma alta mais rápida na taxa básica de juros (Selic) deve surtir um efeito maior sobre a inflação, permitindo um ciclo mais curto de aumento.

Na reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) de março, a autoridade surpreendeu o mercado e subiu a Selic em 0,75 ponto percentual. Em maio, fez um ajuste semelhante.

“Decidimos fazer um ajuste um pouco maior do que o mercado estava esperando, entendendo que se a gente faz mais, mais rápido, a gente precisa fazer um ciclo total menor, então aumenta a eficiência”, afirmou Campos Neto na 22ª edição da CEO Conference Brasil, do banco BTG Pactual, na manhã desta terça-feira (25). Veja a apresentação em PDF.

Ele afirma que o BC percebeu o potencial impacto na alta das commodities nos preços e que resolveram “sair na frente”.

“Com os instrumentos que a gente tem hoje na modelagem que nós temos, o correto era começar mais rápido e usá-lo parcialmente. Se em algum momento entendermos que precisa ser diferente, a linguagem parcial não mais será usada”, disse Campos Neto.

No comunicado do Copom, foi utilizado o termo “processo de normalização parcial do estímulo monetário”. Segundo Campos Neto, caso o cenário mude, a autoridade pode ir em em direção ao juro neutro –taxa que estimula o crescimento sem resultar em aumento da inflação, que hoje seria em torno de 6,5%. E, de de acordo com o economista, os preços das commodities já estão cedendo.

Até abril deste ano, o IPCA (índice oficial de inflação do país) no período de 12 meses foi de 6,76%, acima do teto da meta de inflação de 2021. O centro da meta deste ano é de 3,75%, com limite de 5,25%. A taxa de 6,76% é a maior desde novembro de 2016.

“É importante esclarecer que a nossa meta de inflação vai ser cumprida, essa é a missão do BC. Por isso fizemos mais que o mercado entendia anteriormente e vamos seguir nesse caminho.”

Campos Neto também comentou o IPCA-15 (prévia da inlfação) divulgado nesta terça. O índice subiu 0,44% em maio, após ter aumentado 0,60% em abril, de acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Essa é a leitura mais elevada para o mês desde 2016, quando o índice atingiu 0,86%.Enquanto isso, a taxa acumulada em 12 meses até maio disparou a 7,27%, acima dos 6,17% observados no mês anterior.

“A inflação vem um pouco mais baixa, grande parte , que vai prevalecer”.

 

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