Economia
O setor privado e os projetos de cidades inteligentes

O setor privado e os projetos de cidades inteligentes

“O que as cidades precisam hoje do setor privado para implementar projetos de cidades inteligentes?”,

Redação - quinta-feira, 30 de março de 2023 - 15:52

 

No segundo dia de congresso do Smart City Expo Curitiba 2023, o tema foi a participação do setor privado para projetos de cidades inteligentes. O debate teve a presença da empresária Daniella Abreu, presidente do World Trade Center (WTC) Curitiba; Bruno Portela, procurador federal da Advocacia Geral da União; e Marcus Rocha, pesquisador da VIA Estação Conhecimento da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC),

Ao responder à pergunta “o que as cidades precisam hoje do setor privado para implementar projetos de cidades inteligentes?”, a presidente do WTC Sul, Daniella Abreu, disse que terceirizar as soluções para o setor privado é o que as cidades precisam para implementar soluções de cidades inteligentes. 

Para ela, “o setor público hoje carrega muitas funções que não são necessariamente da gestão pública. Isso sobrecarrega as cidades e muitas vezes os gestores não conseguem solucionar. É preciso fazer diagnósticos para se entender o que precisa transformar. E terceirizar esse problema, integrando e chamando a iniciativa privada para o diálogo. Assim as coisas começam a acontecer”.

A empresária, que também foi secretária de Assuntos Internacionais do Governo de Santa Catarina e diretora do parque tecnológico de inovação do Estado, Sapiens Parque, que fica em Florianópolis, ponderou que as cidades precisam saber o que querem e o que precisam, para se convocar a iniciativa privada na busca por soluções. “Temos que juntar a expertise do setor privado com a necessidade do setor público. Para isso, precisamos de pessoas capacitadas, gestores e secretários que se informem, busquem especialistas, cases de cidades e soluções que já deram certo”.

No Sapiens Parque, ela exemplificou, se tem dificuldades com modelo de negócio para investimento e contratação, por exemplo. “Fomos buscar modelos e achamos o BioTIC em Brasília, que passou a atuar como estrategista e terceirizou o processo burocrático.”

Para o procurador federal Bruno Portela, os marcos legais implementados pelo Brasil já permitem qualquer cooperação entre entidades públicas e privadas, mas essa relação precisa ser mais incentivada. “Os marcos legais incluem entidades de fora da sua cidade, estado e país, com instituições estrangeiras. É preciso buscar capacitação para os gestores diante de tanta responsabilidade. Buscar os problemas de cada órgão e secretariado. Fizemos isso na administração pública federal e estamos colhendo os resultados, em secretarias, autarquias e ministérios.”

A presidente do WTC complementou que as prefeituras podem aprender com o modelo de startups, de pensar grande e começar pequeno. “Não querer resolver tudo de uma vez. Querendo resolver o problema todo, muitas vezes acabam não fazendo nada. É complicado pelo ciclo político, que varia a cada dois e quatro anos. Mas os servidores estão lá sempre, dentro das políticas de Estado, não de governo. Com estratégia e planejamento, identificando as prioridades, esse caminho não só é possível, como desejado”, incentivou Daniella.

Organizado pelo iCities, hub brasileiro de negócios em cidades inteligentes, o Smart City Expo Curitiba tem a chancela internacional da Fira Barcelona, apoio da Prefeitura de Curitiba e do Vale do Pinhão, ecossistema regional de inovação.

 

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