"Tem uma coisa que incide diretamente no futebol que é a seleção brasileira. Hoje ela transmite uma imagem de fortaleza futebolística, que repercute nos times e nos jogadores. (...) Todo mundo ficou preocupado depois do 7 a 1, mas foi como um alarme. O Brasil tinha que mudar algo e mudou", afirmou.
O uruguaio também vê evolução no São Paulo, clube que começou a comandar há dois meses, substituindo o técnico Dorival Júnior.
Ele evita criticar diretamente seu antecessor, mas considera que o time está melhor hoje do que quando chegou.
Eliminado do Paulista e da Copa do Brasil, Aguirre terá nova chance para provar o crescimento de seu time nesta quarta-feira (9), quando o São Paulo recebe o Rosario Central, no Morumbi, às 21h45.LEIA A ENTREVISTA:
PERGUNTA - Qual time brasileiro mais chamou a sua atenção pela qualidade do futebol apresentado nesta temporada?
DIEGO AGUIRRE - Ainda é cedo. Espero que o São Paulo. Tivemos poucas rodadas no Brasileiro e temos visto equipes que jogaram bem, mas que também jogaram mal. São irregulares. Na minha opinião, times bons são aqueles que mantêm o rendimento. E que times tivemos assim? Temos alguns bons times, mas nada fora do normal.
PERGUNTA - Viu uma evolução do futebol brasileiro desde a sua última passagem pelo país?
D.A. - Sim, está melhor. Tem uma coisa que incide diretamente no futebol que é a seleção brasileira. Hoje ela transmite uma imagem de fortaleza futebolística, que repercute nos times e nos jogadores. Sinto que as equipes estão jogando melhor. Nós treinadores estamos preocupados em dar argumentos táticos aos jogadores, para o time mostrar mais futebol. Todo mundo ficou preocupado depois do 7 a 1, mas foi como um alarme. O Brasil tinha que mudar algo e mudou.
PERGUNTA - O São Paulo possui fracassos recentes no Morumbi em mata-matas. É psicológico?
D.A. - Não é psicológico, não sinto que seja assim. São coisas que acontecem no futebol. Não podemos buscar desculpas ou fatos psicológicos porque ninguém pode comprovar. É algo subjetivo. Temos de trabalhar para melhorar e se ocorreu isso é porque cometemos erros.
PERGUNTA - Como analisa seu início de trabalho no São Paulo?
D.A. - Faz pouco tempo , aí vamos ver. Dependendo de quem for, teremos que buscar reposições. Mas não podemos falar sobre isso enquanto não acontece. Qualquer time do mundo pode pegar jogadores do São Paulo. Temos de estar prontos para buscar outros.
PERGUNTA - Neste ano, o clube promoveu muitos atletas da base, mas nem todos se firmaram. Eles não estão prontos?
D.A. - Tem de ter cuidado quando se fala dos garotos da base. Tem um processo de amadurecimento. Liziero já com 20 anos está pronto. Ainda pode ser um pouco irregular, mas está pronto. É um jogador do time titular. O Militão também, com 20 anos. Se você traz um menino de 17 anos, é normal que não esteja pronto ainda. Temos de ajudar. Até o treino é em outro nível. Nosso principal cuidado é protegê-los, não colocar em campo e isso se tornar uma coisa prejudicial. Temos de ter paciência e dar as oportunidades na hora certa, para que aproveitem e se destaquem.
PERGUNTA - Em 2017, o Rogério Ceni promoveu o Brenner com 17 anos. Foi uma decisão prematura?
D.A. - Eu não falo isso porque as decisões são tomadas por alguma razão. Ele precisa trabalhar, competir, jogar futebol todos os fins de semana. Às vezes, aqui, temos muitos jogadores, e não podemos dar essa chance. E é bom se o menino tiver uma competição no sub-20. São jogadores do time principal, mas têm de continuar melhorando.
PERGUNTA - Qual a chance do Uruguai na Copa? Quem são os favoritos?
D.A. - Talvez seja a primeira vez que o Uruguai chega forte e candidato a fazer uma boa Copa. Se chegar a uma semifinal, seria excelente. Todos os jogadores são titulares em times importantes da Europa. Os principais candidatos ao título são Alemanha, França, Espanha e Brasil.
PERFIL DO TÉCNICO
Nascido em Montevidéu, Diego Vicente Aguirre Camblor jogou em 14 equipes como atacante, entre elas Inter, Portuguesa e São Paulo, onde atuou com Raí no início da década de 1990. Ele teve passagem de destaque no Peñarol, pelo qual marcou o gol do título da conquista da Libertadores de 1987. Já como treinador dirigiu onze clubes e foi vice-campeão do principal torneio sul-americano em 2011, pelo Peñarol, ao perder a final para o Santos
SÃO PAULO X ROSARIO
O São Paulo enfrenta o Rosario Central nesta quarta (9), às 21h45, no Morumbi, pela partida de volta da Copa Sul-Americana. Como empatou o primeiro jogo por 0 a 0, a equipe tricolor precisa de uma vitória simples para avançar no torneio. Empate com gols classifica o time argentino. Expulso na primeira partida, Rodrigo Caio desfalca o time.